QUE TIPO DE VENDEDOR VOCÊ É?
É interesante salientar que na minha infância, eu e meus amigos tinhamos sonhos de atuação profissional em diversas áreas. Uns almejavam integrarem as Forças Armadas, outros queriam ser Bombeiros, Policiais, Jogadores de Futebol e etc. Mas o que me chama a atenção é o fato de nunca ter ouvido um colega mencionar que seu sonho era um dia se tornar um Grande Vendedor. Incrível como são as coisas! O tempo passou e alguns desse garotos - assim como eu - se tornaram Vendedores e, trabalhando com Vendas durante um bom tempo eu pude observar alguns comportamentos e dividir essas pessoas em três grupos distintos;
1º – Os “Bolas-murchas”;
Esse grupo é composto em geral por aquelas pessoas que acreditam não terem mais idade, nem qualificação profissional para tentar uma “coisa melhor” no mercado de trabalho e não disponibilizam de tempo (lê-se ânimo) para estudar um pouco mais no intuito de torná-las mais atrativas aos seus possíveis empregados. Esse tipo de gente tem algumas características que acabam por fazer delas a “pedra no sapato” de qualquer superior hierárquico. Normalmente estão ansiosas por sua aposentadoria. Acreditam verdadeiramente que não adianta se esforçarem, pois não tem chances de chegar a lugar algum. Dizem que as promoções são um “jogo de cartas marcadas”. Nunca estão motivadas e satisfeitas, se sentem injustiçadas por algum motivo e fazem questão de compartilhar com todos a sua volta as suas frustrações e questionamentos em relação à Empresa. Embora saiba que ainda terão de trabalhar como Vendedor por um bom tempo até chegar a tão sonhada aposentadoria, mesmo assim não buscam nada que possa agregar em suas habilidades ligadas a vendas. Não fazem cursos porque alegam não terem dinheiro para pagar e quando a Empresa paga, elas têm algum compromisso que as impedem de ir e não se importam com isso, pois acreditam que no tocante a nobre arte de vender, a “roda já foi inventada”, ou seja, não imaginam que um palestrante possa falar algo relacionado a vendas que seja novo aos seus ouvidos ou que sua aplicabilidade venha realmente fazer diferença em seus resultados no final de cada mês. Quando estão atendendo um Cliente, têm uma postura de quem está fazendo um favor a alguém e se esquecem de que é esse Cliente que paga seus salários ao final de cada mês. A notória passividade por parte de alguns Gestores alimenta esse tipo execrável de comportamento, embora sejam muitos e variados os motivos que levam a isso, não vou entrar em detalhes.
Se você possui esse perfil, “acorde para a vida”, pois, seus dias de Vendedor estão contados. A competitividade por uma vaga no mercado de trabalho está cada vez mais acirrada e diante disso as Empresas não estão sendo mais tolerantes com indivíduos que possuem comportamentos nada condizentes com a sua profissão. É preciso rever imediatamente seus conceitos, porque mais cedo ou mais tarde, não vai haver espaço para você e se perder seu emprego, terá 100% de chances de ter que arrumar outro e nessa hora seus antecedentes profissionais podem e irá impossibilitá-lo de ter êxito ao tentar abrir uma nova porta de trabalho.
2º – Os “Passa-tempo”;
São aquelas pessoas que quando alguém pergunta: “Você é Vendedor?” A resposta já está na ponta da língua acompanhada de certo constrangimento: “Por enquanto! Eu tô fazendo um cursinho e vou prestar concurso público ainda esse ano”, ou “Eu já estou concluindo minha faculdade e ano que vem vou começar a atuar na minha área, esse trabalho é só para pagar meus estudos”. São inúmeros os argumentos usados para explicar ou justificar o fato de estar trabalhando como Vendedor. Parece até que o indivíduo está fazendo alguma coisa errada. Esse tipo de Vendedor não costuma estar entre os melhores da Loja no que se refere a resultados, mas também não costumam ficar entre os piores tendo em vista que precisam do emprego para pagar seus estudos e alcançar seus objetivos. Alguns se mostram até esforçados, se considerarmos o fato de que já estão convictos que vendas não é definitivamente a sua “praia”, mas sabem que não podem se dá ao luxo de ficarem desempregados.
Se você faz parte desse grupo de pessoas, eu não os critico por não se identificarem com a profissão, realmente, para ser um Profissional de Vendas é preciso talentos especiais e eu não os culpo por não preencherem os quesitos. Cabe-nos parabenizá-los por não cruzarem os braços e ao invés disso, buscarem aquilo que julgam ser o melhor para suas vidas. Porém, saliento que você jamais deve se envergonhar de ser um Vendedor, pelo contrário, deve mencionar com orgulho, pois foi esse o trabalho que está te permitindo realizar seus sonhos e nunca se esqueça de que a sua boa atuação hoje, pode ser a chave que abrirá as portas de uma nova oportunidade para você no dia de amanhã. Portanto, seja grato e valorize-a.
3º – A “Tropa de Elite”.
Em comum com os demais, esse grupo tem o fato de que também “caiu de pára-quedas” na área de vendas. A diferença é que essas pessoas descobriram que ser Vendedor é bem mais que ser um trabalhador de uma profissão qualquer. Vendas é uma nobre arte que requer um estado de espírito arrojado e algumas habilidades especiais, tais como a flexibilidade de suportar a pressão diária na busca e superação das metas, requer a paciência para lidar com pessoas com humores variados, a persistência para seguir em frente diante de vários nãos, o entusiasmo para envolver positivamente o Cliente desde a abordagem, requer a busca contínua por conhecimento, pois a cada dia os Clientes têm mais acesso a informação sobre os produtos e os produtos por sua vez chegam sempre com uma nova tecnologia, e mais que isso, o verdadeiro Profissional de Vendas tem um ego especial que alimenta sua paixão por novos desafios, cada venda é uma oportunidade dele se superar e ele gosta disso. Sabe que ouvir é mais importante do que falar, sabe que um sorriso sincero é a melhor arma contra o mau humor de alguém. Sabe que não está apenas vendendo produtos, tem consciência de que está sendo um colaborador ativo no processo de realização de um sonho por parte do Cliente. O Verdadeiro Vendedor quando veste sua camisa, sabe que alguém vendeu o terreno, as sementes, o maquinário e a mão-de-obra para o produtor de algodão, que por sua vez vendeu sua colheita para a indústria, que a transformou em tecido e vendeu para a confecção, que o transformou em camisa e vendeu para o lojista, que por sua vez, permitiu que ela chegasse até o consumidor final. É incontestável o fato de que a venda esteve presente em todas as etapas desse longo processo, e onde há venda, há a presença desse Ser Humano fantástico conhecido por Vendedor. Ah, ele também sabe que só se casou com sua esposa porque obteve sucesso ao vender para ela a idéia de que seria um bom esposo e um bom pai para seus filhos, ele sabe que se alguém segue uma religião, é porque alguém lhe vendeu a idéia de que esse era o melhor caminho a ser seguido e por ai vai... A venda está presente em tudo, é a mola mestra da economia, dos relacionamentos e etc, ou seja, tudo envolve venda. Eu poderia listar infinitos motivos pelos quais esse Ser Especial se levanta todos os dias motivado, olhe no espelho dá um belo sorriso, em seguida olha para o céu, e com o pensamento ligado no Criador diz: “Pai obrigado por eu ser um Vendedor, obrigado por eu poder fazer o meu salário e ter uma profissão tão linda e ampla que me permite realizar os meus sonhos e os sonhos de outras tantas pessoas. Obrigado!”.
Se você é esse tipo de Profissional, PARABÉNS!!! São pessoas como você que dignificam nossa linda e honrada Profissão. Que nos faz bater no peito com energia e responder aos quatro ventos: “Sim! Eu sou Vendedor com muito ORGULHO!”
Não existem mecanismos que me permita saber com que perfil acima você se identificou, no entanto, duas coisas eu posso afirmar com plena convicção; a primeira é que para ser um bom profissional em qualquer área, você precisa estar feliz na execução do trabalho e isso só acontece quando você faz o que gosta. Mas, se esse não é o seu caso, você tem como alternativa aprender a gostar do que faz e, se você buscar, achará inúmeros motivos para auxiliá-lo nessa tarefa. A segunda conclusão a que cheguei é que na grande maioria das vezes, não existe muita interferência do fator sorte ou azar em nossas vidas, os acontecimentos são apenas frutos de nossas escolhas, sendo assim, seja o que for, e/ou faça o que fizer, seja e faça sempre o melhor que você puder.
Ricardo Gouveia
Autor: Ricardo Dias Gouveia
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