EUA baixam juros de novo



CORREIO BRAZILIENSE
ECONOMIA-3I DE JANEIRO DE 2008-

Bovespa reage bem e sobe. Divulgação do PIB americano, o menor desde 2002, fortalece necessidade de queda na taxa dos Estados Unidos

Nem mesmo a desaceleração brusca da economia norte-americana no ano passado conteve a euforia dos investidores com a nova redução dos juros pelo Federal Reserve (Fed – banco central dos Estados Unidos). Durante todo o dia, o mercado financeiro não apresentou fortes oscilações na expectativa de diminuição de 0.5 ponto percentual

dos juros, o que foi confirmado no final da tarde. Para evitar que a economia norte-americana entre a recessão, a taxa caiu de 3,5% para 3% ao ano. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reagiu de forma instantânea e fechou com uma alta de 1,28% aos 60.289 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 5, 140 bilhões. A cotação do dólar seguiu caminho inverso e encerrou o pregão com uma ligeira queda de 0,06%. A moeda norte-americana foi vendida por R$ 1,78.

Para Fred, presidente por Bem Bernanke, a queda dos juros foi necessária pois permanece o risco de desaceleração da economia dos EUA. “Os mercados financeiros mantêm-se sujeitos a tensões consideráveis, e o crédito continua limitado para alguma famílias e algumas empresas”, diz a nota. “A decisão monetária de hoje (quart-feira), somada às adotadas antes, deve ajudar a promover um crescimento moderado a tempo e mitigar os riscos sobre a atividade econômica. “Na semana passada, o Fed havia feito um corte, em reunião extraordinária, de 0,75 ponto percentual, de 4,25% para 3,5%.

O temor do BC americano de um desaquecimento maior na economia foi fortalecido com a divulgação pelo departamento de Comércio dos Estados Unidos do Produto Interno Bruto (PIB) local- soma de todas as riquezas do país-, que registrou aumento de apenas 0,6% no último trimestre de 2007- praticamente a metade do que projetava o mercado. Em 2007, a expansão foi de 2,2% a menor desde 2002. O presidente da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional, Ingo Plõger, destaca que a redução dos juros e o pacote de medidas no valor de US$ 150 bilhões- que aguardava aprovação pelo Congresso americano- serão um analgésico contra o aprofundamento da crise norte-americana impulsionada pelo calotes de empréstimos imobiliário de alto risco (subprime). “A medida vai amenizar os impactos negativos mas não vai resolver o problema. A taxa de juros mais baixa dá fôlego para repactuação de dívidas”, explica.

Na avaliação do economista da Modal Asset Management, Ivo Chermont, o Senado não deve demorar para aprovar o pacote da Casa Branca porque ninguém quer arcar com o ônus, em um ano eleitoral, do alastramento da crise. “As medidas, em um ano eleitoral, ajudarão o Fed a combater a recessão”, diz Chermont. O economista da Antônio Carlos Rocca, da RiskOffice Consultoria*, reforça que as medidas de incentivo do governo, assim como a redução de juros, trazem alívio para a economia americana mas o efeitos serão sentidos apenas no segundo semestre.

“Há dificuldades para reverter o processo de desaceleração mais forte no curto prazo”, conta Rocca. “A economia americana está travada pelo sistema de crédito”, acrescenta. Nesse cenário incerto, os bancos ficam mais receosos para emprestar e os americanos controlam o ímpeto consumista.

Bolsas no mundo

As principais bolsas européias fecharam em queda por conta de baixas de mais de US$ 36 bilhões em encargos e perdas ligadas ao mercado de subprime americano. Somente o banco suíço UBS anunciou prejuízo de US$ 4 bilhões em 2007. Além disso, relatório da Goldman Sachs mostrou que as vendas do setor automotivo vão cair. Como o fechamento dos pregões foi anterior ao anúncio dos juros pelo Fed, as bolsas apresentaram queda: Londres (-0,8%), Paris (-1,4%), Frankfurt (-0,3%), Madrid (-0,2%) e Lisboa (-1,1%). Nos Estados Unidos, após operarem em alta com o anúncio da redução dos juros. Dow Jones registrou queda de 0,30% e a Nasdaq recuou de 0,38%.

*A RiskOffice é dirigida também por Marcelo Rabbat, consultor de investimentos especializado em riscos de mercado e de crédito. Rabbat dirige também a PR&A.
Autor: Assessoria de Imprensa Web


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