As Políticas De Ação Afirmativa No Brasil



AS POLÍTICAS DE AÇÃO AFIRMATIVA NO BRASIL

Maria Salete Corrêa Carvalho

Professora/Psicopedagoga e Historiadora

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RESUMO 

A emancipação de 13 de maio de 1888 não resultou na superação e diante destes fatos, as iniciativas afirmativas, tornam-se necessário no Brasil para amenizar a dura realidade herdada da discriminação, caminhando desta forma, para "a transformação em realidade, o mito da democracia racial ao invés de retornar às classificações raciais anacrônicas, que reduzem identidades complexas e atributos específicos" (ASH, 2007).

As Políticas de Ação Afirmativa ainda que ensejam controvérsias, especialmente com relação ao ensino superior poderiam ser considerados por muitos, como uma necessidade histórica de superação de seu atraso. 

A IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES AFIRMATIVAS 

Por experiência, tenho a afirmar que infelizmente no Brasil existe o racismo declarado e por não dizer "perverso".

A luta do negro na sociedade brasileira tem ocorrido desde o início da escravatura como forma de resistência contra a situação desfavorável de vida que teve e ainda tem em nosso país

É notório que a partir da abolição, os sobreviventes da escravidão e seus afro-descendentes de hoje foram simplesmente submetidos a um sistema econômico excludente e também a um sistema educacional mono-cultural e eurocêntrico, estranhos a sua história, sua cultura e a sua concepção de mundo, proporcionando uma submissão cultural e econômica tão sofrida quando da ocorrida durante a escravidão.

Os movimentos sociais negros atuam de forma indelével nestes processos, ao auxiliar na superação (e nova emancipação) com relação às novas espécies de dominação ideológica do capitalismo, que possuem o auspício das elites e autoridades brasileiras. Seriam importantes, entre estes movimentos, segundo Costa (2007), a implementação de ações afirmativas, do multiculturalismo, o combate do preconceito e discriminações, a proposição das africanidades brasileiras e da necessidade de se enaltecer a cultura negra como um dos pilares formadores da sociedade brasileira.

As Políticas de Ação Afirmativa ainda que ensejam controvérsias, especialmente com relação ao ensino superior poderiam ser considerados por muitos, como uma necessidade histórica de superação de seu atraso.

Atualmente, Iniciativas afirmativas estão sendo discutidas no Brasil, como o estabelecimento de cotas para negros em universidades públicas.

Se realmente deve haver cotas universitárias – algo que a justiça dos Estados Unidos declarou discriminatória – que se baseiem pelo menos no método tradicional de identificação brasileiro, De acordo com ele, 50% dos brasileiros se consideram brancos, 40% se dizem pardos, 6% se vêem negros e 1% se classificam como "amarelos", ou seja, asiáticos. (ASH, 2007).

À medida que se tornavam mais prósperas, as pessoas tenderam a se definir do lado mais claro do espectro. Depois de tantos séculos de escravidão, faz-se sentido colocar um pouco de peso do outro lado.

A emancipação de 13 de maio de 1888 não resultou na superação e diante destes fatos, as iniciativas afirmativas, tornam-se necessário no Brasil para amenizar a dura realidade herdada da discriminação, caminhando desta forma, para "a transformação em realidade, o mito da democracia racial ao invés de retornar às classificações raciais anacrônicas, que reduzem identidades complexas e atributos específicos" (ASH, 2007).

Como resultado destas lutas, embora ainda que mesquinha, podemos afirmar que as questões raciais brasileiras, passaram a ser vistas com um olhar mais crítico, embora estejamos bastante distantes de uma verdadeira democracia racial nos moldes defendidos pelos Movimentos Negros (MN), ou seja, buscar solucionar o problema étnico.

Desta forma, embora eu não seja a favor do estabelecimento de cotas - entendo ser uma maneira se fortalecer o conceito de inferioridade do negro -, contribuir com o fortalecimento destas ações, se tornou uma forma de enfrentar a chaga do preconceito racial, uma infeliz realidade perturbadora do progresso de integração social nacional, concretizado pela união e superação das diferenças raciais, religiosas e econômicas.

Assevera Bentes, Xam Axé (2006), não se trata de passar de explorados a exploradores e sim lutar junto com os demais oprimidos para fundar uma sociedade onde todos tenhamos na prática, iguais direitos e deveres.

Diz o autor: é lutar contra as discriminações raciais, sociais e sexuais, onde quer que se manifestem. Significa que devemos continuar lutando pelas ações afirmativas e igualdade racial. 

BIBLIOGRAFIA 

ASH, T. G. Brasil é o futuro onde só haverá uma raça. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/bbc/reporte/2007/07/12/ult4904.jhtm Acesso em 12/07/2007

COSTA, S. A. Militância do movimento negro na formação de professores em direitos humanos.  Disponível em: http://www.cebrij.org.br/revista/artigo05.htm 

Acesso em 10/04/2007. 

LUNA, L. O negro na luta contra a escravidão. Rio de Janeiro: Cátedra Ltda, 1976. 


Autor: Maria Salete Corrêa Carvalho


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