Madrugada mágica



Mamãe acendeu algumas velas para iluminar nossas vistas. “Quero vê-lo”, ela disse. Levantei-me logo, pois já era hora de irmos embora. A madrugada já estava se findando e a caminhada era longa. Ele, papai mostrou com o dedo algumas sementes que tinha que recolher para plantarmos na nossa pequena, mas produtiva horta residencial.
Ali no canto do quarto frio e escuro, estava o que restava de nossas bagagens. “Vamos, já é hora”, disse mamãe.
A lembrança daquela temporada de férias escolares nunca me saiu da cabeça e de tempos em tempos, uma coragem e alegria tomavam conta do meu ser quando me lembrava dos momentos felizes que ali passamos, pena que o trabalho de papai terminara.
E a última noite naquele lugar calmo e sereno foi triste, pois com apenas seis anos, já sabia o que era poético, e tudo ali me fazia ver o mundo com outro olhar, no meu eu, sentia que nunca mais iria voltar ali, e foi o que aconteceu.
Em fim, acabamos de nos aprontar, e a estrada de terra logo crescera em nossa frente, foi longa a caminhada, olhava ao meu redor e minha vista só via altos pés de eucaliptos, mamãe e papai conversavam sobre tudo o que acontecera, não entendia nada, mas sabia que os planos se concretizaram.
Sob minha cabeça, o manto de estrelas cintilantes brilhava com uma força sem igual, pois as luzes da cidade ocultavam a explosão de brilhos que delas se desprendiam, e o meu coração se enchia de alegria, era um momento mágico.
Depois de uma longa caminhada, chegamos ao ponto onde iríamos pegar o ônibus que nos levaria até a cidade, nos acomodamos ali, sob alguns tocos de madeiras que eram usados como bancos para esperar a condução, ela colocou minha cabeça no seu colo, com seu carinho o sono chegou, olhava para o céu e via a luz do sol rosar o manto negro da madrugada, as estrelas começavam a se despedir de mim, a brisa leve da madrugada trazia o cheiro leve do eucalipto para misturar com o perfume de mamãe, sentindo aquela fragrância acolhedora, sua mão macia em meu rosto, logo adormeci, ficando somente em minha memória aqueles momentos que jamais saíram de mim.
Autor: Luciano Rodrigues Nunes


Artigos Relacionados


Procura-se Uma MamÃe!

Homenagem às Mães

A História De Mim

A Gripe Da TelevisÃo

Natal

Como Fazer O Tempo Para?

Larápios.