INDIGNAÇÃO



No dia em que o homem perder a sua capacidade de indignação, estará definitivamente sepultada a esperança.

Conforme está escrito no livro de Salmos na Bíblia Sagrada, no capítulo 7, versículo 11, até o próprio Deus, do alto da sua glória, sente indignação todos os dias.

Quanto mais nós outros, pobres mortais, devemos sentir indignação contra toda situação desfavorável, pois o conformismo produz fraqueza e o fruto inevitável da fraqueza somente pode ser a derrota.

Ao contrário, a indignação produz revolta e a revolta é o combustível da força e a força só pode vir a produzir luta, cujo fruto é a vitória, transformando a realidade desfavorável e mudando uma situação negativa para positiva.

Os livros de auto-ajuda sempre dizem “o quê”, mas não sabem dizer “como”. Entretanto, no texto da Bíblia encontramos a direção para alcançar o modo de fazer, atentando para os conselhos do Criador e não para os conselhos de mentes humanas limitadas pela carência da sabedoria divina.

Os sábios das mais diversas áreas do conhecimento humano frequentemente são confundidos pelos fenômenos dos acontecimentos cotidianos que, volta e meia, deixam atônitos os mais profundos especialistas.

Neste quesito particular as religiões sempre pregam, de maneira visceralmente contrária à bíblia, o conformismo e a aceitação dos problemas mais variados como se isso fosse a atitude correta a ser esposada.

Se lágrimas fossem capazes de resolver alguma coisa, o mundo seria bem mais justo. Entretanto, o choro não passa de uma atitude infantil e um atestado de fraqueza diante de determinado fato.

Infelizmente, podemos ver muitas crianças imaturas vestidas de adulto, mas poucos adultos realmente maduros e seguros, com confiança e tranqüilidade diante das situações extremas.

Deus precisa da nossa indignação para agir em nossas vidas e não do nosso conformismo. Ele necessita da nossa fé e não das nossas religiões e de nossas vãs filosofias. O autor de toda vida, anseia para que nós nos convertamos a Ele e não que continuemos querendo convertê-lo ao nosso ponto de vista.

Assim como os trilhos de uma via férrea estão para a sua locomotiva, a indignação está para a fé, pois o limite de Deus se nos apresenta exatamente igual ao limite da nossa fé, uma vez que Deus é glorificado na saúde e não na doença, na prosperidade e não na miséria, na maternidade e não no necrotério, no sorriso da vitória e não nas lágrimas da derrota, ou muito menos ainda, no semblante desanimado do resignado.
Autor: Marcelo Lyra de Almeida


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