Vulcões: Agentes do Apocalipse



Observando as catástrofes naturais que assolam grande parte do nosso planeta, bem como a total impossibilidade de determinar com exatidão quando eventos similares voltarão a ocorrer, verificamos que nosso conhecimento de geofísica está apenas engatinhando. E isso vale para a vulcanologia.

Assassinos em potencial, os vulcões talvez sejam, dada a capacidade de repercussão mundial de suas erupções, a força natural de maior capacidade destrutiva no nosso planeta. Dependendo do local e do nível das inimagináveis pressões e temperaturas (sempre extremas) a que o magma solidificado no interior da Terra esteja sujeito, poderá ou não haver a erupção, com sua irrupção à superfície, em maior ou menor intensidade. Ao ser expelido, caracterizando a erupção, o magma jorra na forma de lava pelas crateras dos próprios vulcões ou por simples fendas tectônicas.

Erupções, por si só, já causam danos a todas as formas de vida em um raio considerável ao redor dos vulcões, mas as mais violentas também ocasionam a existência de fluxos piroclásticos: a coluna extremamente densa e espessa de fumaça é vencida pela gravidade, de modo que os gases “transbordam” pelas encostas em altas velocidades, arrastando rochas e cinzas, até um raio próximo ao atingido pela lava (uma espécie de tsunami tóxico), asfixiando e queimando até a morte quase tudo o que até então aquela não matou. Foram, muito provavelmente, fluxos piroclásticos, e não a lava em si, que mataram a maior parte das populações de Pompéia e Herculano no ano 79, quando o Vesúvio ferozmente as destruiu. E, como a próxima erupção do Vesúvio será potencialmente destruidora (já que, quanto mais tempo fica um vulcão adormecido, mais violenta será sua próxima explosão, tendo em vista o fato que de não entra em erupção de 1944 e não tem qualquer atividade desde 1968, além do fato de Nápoles estar a seus pés e ter uma população muitas vezes maior que Pompéia e Herculano), provavelmente serão os fluxos piroclásticos os maiores causadores de danos. A questão é que nem o mais renomado Prêmio Nobel faz idéia de quando isso ocorrerá – só o que se sabe é que matará milhões rapidamente, já que as condições de evacuação em um tempo tão mínimo são bastante remotas.

Além disso, a quantidade de gases letais lançados na atmosfera pode bloquear a luz solar por um tempo considerável, provocando extinções em massa em grande parte do globo (tal qual o asteróide extintor dos dinossauros teria ocasionado ao, espatifando-se contra a Terra, lançar grandes quantidades de poeira nos ares) e fome em escala global ao comprometer safras inteiras de alimentos. Esta seria, provavelmente, a conseqüência da próxima erupção do Monte Santa Helena, no Estado de Washington, Noroeste dos EUA. O Santa Helena se manifestou pela última vez em 1980, causando enormes danos materiais, não obstante o fato de o número de vítimas ter sido relativamente pequeno. Enquanto o Vesúvio atingirá Nápoles e provocará um enorme estrago no coração da União Européia, e, conseqüentemente, na economia de todo o mundo, o Santa Helena, a partir de sua remota localização, tem a capacidade de matar mais imediatamente boa parte da Humanidade.

O Vesúvio e o Santa Helena não são os únicos monstros à espreita: o Anak Krakatoa, na Indonésia (que, antes da atual formação, na condição de Krakatoa teve a explosão mais violenta da História, em 1883, com efeitos em todo o mundo), o Pinatubo, nas Filipinas (cuja última erupção ocorreu em 1991) e outros são alguns dos exemplos mais aterrorizantes da força destrutiva na natureza. Para todos eles, é só uma questão de tempo. Quem viver, verá.

Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho
Autor: Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho


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