Gestão de Pessoas



"As organizações são pessoas”. (Peter Senge)

Escrever sobre Administração do Capital Humano nesta era do Conhecimento é oportuno, posto que seja o ativo de maior relevância, superando todos os demais na organização do terceiro milênio.

Em eras anteriores, como na Agrícola, a Terra era o ativo mais valioso; na Industrial, o Capital assumiu a preponderância e agora, o ativo mais valioso é o Intangível, também conhecido com Capital Intelectual.

Segundo EDVINSSON e MALONE (1998): “O Capital Intelectual é a posse de conhecimento, experiência aplicada, tecnologia organizacional, relacionamento com clientes e habilidades profissionais que proporcionam à Organização uma vantagem competitiva no mercado”. Sendo estruturado a partir do:
• Capital Humano: representa toda capacidade, conhecimento, habilidade e experiência individuais dos funcionários,
• Capital Estrutural: o arcabouço, o empowerment e a infra-estrutura que dão suporte ao capital humano. Também, é a capacidade organizacional, incluindo os sistemas físicos utilizados para transmitir e armazenar conhecimento intelectual,
• Capital de Clientes: relacionamentos (fornecedores, parceiros, etc.), carteira de clientes.

E como fazer para gerenciar este precioso capital? Bem, primeiramente deixar de chamá-lo de ‘recursos humanos’, pois com isto não nivelaríamos Pessoas a equipamentos, patrimônio, etc. impedindo que a terminologia sugira procedimentos genéricos em nosso imaginário.

Rotinas como recrutar, selecionar, contratar, demitir, remunerar, avaliar, promover, assegurar integridade e saúde física e outras tradicionais deixam de serem as únicas preocupações (operacionais), o Gestor de Pessoas deve focar a organização como um organismo vivo que recebe influências do meio onde está inserido, protegendo e fortalecendo o Capital Humano das agressões sócio-econômicas-ambientais, ocupar-se da cultura e clima organizacional tornando a “empresa feliz”, promover a aprendizagem contínua dos colaboradores, implementando a organização que aprende, e assim voltar-se para as questões táticas e estratégicas.

O Gestor de Pessoas deve atuar como um comandante que se preocupa com ‘o moral da tropa’, como um educador voltado ao ensinamento dos significados da missão, visão, valores organizacionais, etc., como um evangelizador pregando a melhoria contínua, um pacificador mediando conflitos, um apóstolo que promove a mudança, mas também como juiz que corrige os desvios de conduta.

O Gestor de Pessoas não tem as preocupações convencionais dos outros gestores com processos, cumprimento de cronograma, metas, eficiência, etc. e sim, com a eficácia (satisfação) e efetividade (transformações) da força de trabalho da empresa. Naturalmente, ele não está só nesta empreitada, conta com a equipe de demais gestores (gerentes, chefias, supervisores), desde que também crie os significados da moderna gestão de pessoas nestes colaboradores.

O ser humano tem uma longevidade profissional de no máximo, quarenta anos, mas e as empresas? Arie De Geus em seu livro Empresa Viva cita um estudo da Royal Dutch/Shell sobre a longevidade das organizações, onde menos de uma dúzia delas se tornam centenárias, embora que toda empresa tenha pretensão perene ao ser criada. A organização privada objetiva o lucro e coincidentemente as empresas longevas também o perseguem, mas buscam também algo mais nobre que o lucro, os valores organizacionais que as perpetuem. Os valores e a cultura organizacional estruturam o DNA das organizações e, este possibilita sua longevidade.

O atual Gestor de Pessoas deve formar uma parceria íntima com o planejador estratégico e vice e versa, posto que os colaboradores sejam o apoio e a alavanca do processo de mudança, desde que conscientizados e incentivados a abraçar a visão de futuro rumo à vantagem competitiva.

A. Smith, F. Taylor, H. Fayol, H. Ford, A. Sloan, E. Demming e tantos outros na Era Industrial prestaram grandes contribuições quanto aos métodos e processos de trabalho, porém hoje, o foco está no desenvolvimento de pessoas e, o novo Gestor de Pessoas deve ter como leitura de cabeceira autores como C. Algyris, A. De Geus, Nonaka e Takeuchi, Probst & Bouchel, E. De Bono, P. Senge, J. Hunter entre outros.

Fala-se muito hoje em dia na proposição de valor, excelência na qualidade e no atendimento, empresa orienta a processos, etc., onde o cliente está no centro das ações e preocupações da empresa, porém esta prerrogativa do cliente é decorrência única da capacitação e conscientização da força de trabalho nas empresas onde a administração é orientada preferencialmente no desenvolvimento e reconhecimento de seus colaboradores.

Podemos dizer sem equivoco que o Gestor de Pessoas é o novo Gestor de Patrimônio, do maior patrimônio da organização – as Pessoas.

Março/2010
Autor: Wagner Herrera


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