Acabou Chorare



Depois de terríveis 78 dias, terminou terça-feira (30) a 10ª edição do Big Brother Brasil, seguramente o programa mais detestável da televisão brasileira (ok, a Marcia Goldshmidt e a Sônia Abrão são de chorar também!). São tantos os pontos a serem considerados que é preciso ir por partes, como fazia Jack, o estripador. Nenhuma edição foi tão polêmica, nenhuma edição apresentou tantos tipos, digamos, exóticos, nenhuma edição foi tão grotesca e principalmente nenhuma delas apresentou tanta futilidade – não que as outras tivessem sido cults!
O pseudo-jornalista Pedro Bial se supera com o passar dos anos. Suas crônicas são, para não chocar o leitor, pândegas, lotadas de trejeitos que tentam uma malemolência poética de dar engulhos até em avestruz. Suas interferências, sempre regadas de comentariozinhos ignóbeis, botam em xeque a capacidade de pensar do brasileiro comum (?), que dá audiência àquilo que chamam de reality show. Para resumir, Bial e sua tentativa de transformar o escatológico em algo comestível beira o estapafúrdio.
À exceção de Grazi Massafera e a superjaponesa Sabrina Sato, as mulheres que vão ao BBB são puros objetos, cabides, depósitos, penduricalhos, algo para ser usado da maneira exata que elas são: como enfeite de páginas de revistas masculinas. São seres dotados de pouca ou quase nenhuma capacidade de se enxergarem como poderosas simplesmente porque as mulheres são assim: elas acreditam que vão dominar o mundo através de suas incomensuráveis nádegas e suas divinas tetas duras de silicone. Algumas até conseguem manter-se na mídia por algum tempo, mas depois, God bless, voltam para o ostracismo de onde vieram.
Algumas nem para isso prestam. Anamara, a policial que – se a lei for cumprida – não será mais policial, é uma pessoa tão do lado negro da força, que sua pele consegue exsudar maldade, que, misturada a seu sotaque, transformam-na em uma Meméia nordestina. Ela só não ganha de Lia, que pela desumanidade que traz na alma e nos olhos, poderia ser chamada de Lilith, a mulher ideal daquele que reina nas profundezas.
Gays são gays em qualquer lugar que estejam. E como todo mundo, uns são bons, outros são ruins, uns são inteligentes, outros completamente idiotas, uns são espertos, outros tolos. Havia pelo menos dois gays no BBB10. Dicésar, com seu sotaque característico, encarnou a tia querida da garotada, aquela que defende os frascos e comprimidos, mas se deu mal. Nem o apoio de Angélica e seu marido Huck foram capazes de fazer o maquiador reinar absoluta como sua Jimmy Kier brilha no palco.
Já Serginho não pode ser chamado de andrógino. Nem de exótico. Sua figura é um exemplo do que não se deve ser feito longe de casa, principalmente se seu pai não tiver falecido ainda. Ninguém merece. E depois de tudo ainda querer ficar com mulher? Jesus não volta!
Dentre todos os tolos que povoaram essas dez edições do pior programa da TV brasileira, merecia destaque Bambam, que agora conseguiu um concorrente à altura: o modelo Eliézer Ambrósio, que mostrou ao Brasil uma imagem, talvez falsa, mas que carregará para toda sua vida: a de limitado, boçal, inculto, despreparado. O índice de rejeição ao quase umuaramense foi um dos mais altos da história. E, sinceramente, ele com aquela Cacau é algo incomentável.
Agora, ao vitorioso: Dourado. Lutador de jiu-jitsu, gaúcho, macho, machíssimo, machééérrimo, forrado de tatuagens complexas como sua face: suástica, monstros e a inscrição Sem Fé. Ninguém poderia representar melhor a babel que é esse programa.
O caldo revirado pelo bruxo Bial em seu caldeirão maquiavélico cai diretamente sobre os lares brasileiros. E, de pouquinho em pouquinho, o cidadão mediano é levado para as profundezas das sombras, sem perceber a diferença entre normal e muito mal. Abri vossos olhos, senhoras e senhores, o BBB11 vem aí!
Autor: ANTONIO CASTANHA FILHO


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