Mulher como objeto: A falta de ética estampada na tela da TV.



A história mostra que as mulheres têm alcançado amplo espaço sob o sol. As lutas por todo o mundo desde meados de 1.700 até os dias atuais mostraram que elas de fato não são o que chamam “sexo frágil”. Elas garantiram o direito à igualdade na educação (1827, no Brasil), lutaram pela redução da jornada de trabalho, bem como por licença maternidade (1857), conquistaram o direito de escrever seus jornais de circulação (1874, no Brasil), conseguiram ingressar na educação superior, mesmo diante dos olhos de desaprovação da sociedade (1879, no Brasil), lograram o direito de voto (1932, no Brasil), alcançaram o direito de fundar partidos políticos (1910, no Brasil), conseguiram disputar provas olímpicas (1928), conquistaram o direito de receber salário equiparado, se na mesma função, ao recebido pelo sexo masculino (1951), dentre tantas outras conquistas.
Não obstante, o caminho ainda não está totalmente construído. Mesmo nos dias atuais vemos que o chauvinismo masculino insiste em existir e não está longe de nós, como se pode imaginar. Ainda hoje a mulher é vista, não raras vezes, como um objeto. Uma demonstração dessa verdade está em comerciais e programas de TV que parecem ter seus criadores totalmente alheios aos sofrimentos pelos quais o sexo feminino teve de se submeter ao longo da história até garantir o que hoje lhes é conferido.
Ora, um comercial em que um homem aperta o botão a fim de comprar uma lata de bebida alcoólica e tem a lata trazida por uma mulher seminua deitada em uma esteira não é de se causar apenas revolta quanto à ausência de respeito, mas asco quanto ao conteúdo! Afinal, qual é o produto da propaganda comercial? A mulher ou a bebida? O que está à venda? A imagem da mulher ou a bebida? O que deverá ser consumido então?
Ainda mais repugnante é assistir a mulheres, praticamente nuas, sendo colocadas como enfeites de palco em programas de televisão para o fim de que câmeras quase filmem seus órgãos internos. Mulheres que se submetem a todo tipo de humilhação para alcançar “15 minutos de fama” ou mesmo satisfação material. “Você não precisa nem saber falar” disse o apresentador Silvio Santos a uma moça em certa ocasião. Pasmem: A moça achou engraçado!
Em plena época em que tanto se ouve falar em combate à violência contra a mulher, ela está a invadir nossas casas sem que nos demos conta disso. E os mesmos que aplaudem aquele tipo de programação e de comercial são aqueles que se revoltam quando assistem a jornais noticiando a prática de tantos crimes sexuais, inclusive cometidos por estrangeiros, dentro do território nacional! Ora, mas a imagem exaltada na TV não é justamente a da mulher como um objeto? Tais programas e comerciais não são engraçados? Quanta hipocrisia!
A gritante falta de ética desse tipo de programação parece dar poderes aos seus mentores a fim de que rasguem todas as páginas de lutas travadas para que as mulheres possam hoje estar incluídas no conceito declarado em 1948 e tão difundido pelo planeta de dignidade da pessoa humana.
Autor: Priscila Ferreira Guimarães


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