População e economia do Vale do Aço
A fase de crescimento acelerado da economia da RMVA foi nos anos 60 e 70. A partir dos anos 80, as taxas vão caindo até se estabilizarem nos anos 90 : tanto as taxas econômicas quanto as demográficas. A taxa de crescimento demográfica média anual na RMVA foi de 8,55% a.a. na década 1970/80, de 1,86% a.a. na década de 1980/90 (acima da média mineira) e de 1,84%a.a. na década de 1991/2000. Nesta última década a taxa de crescimento demográfica urbana foi abaixo da média mineira. Coronel Fabriciano experimenta taxas cada vez mais baixas em relação aos seus vizinhos: 6,29%aa contra 12,12% aa de Ipatinga anos 70, 1,32% contra 1,66% de Ipatinga nos anos 80 e 1,21% contra 1,85% de Ipatinga nos anos 90.
Com taxas mais baixas que seus vizinhos, mas estabilizando com eles perto da média mineira de 1,4% a.a.; a Fundação João Pinheiro faz a seguinte previsão para a população do Vale do Aço em 2020 : Coronel Fabriciano 110.000 hab; Ipatinga 267.887 hab; Timóteo 85.791 hab; e Santana do Paraíso 29.642 habitantes em 2020. Belo Oriente (que pertence ao colar da RMVA) deverá atingir 24.778 hab. em 2020 com uma taxa média anual de 1,7%. Santana do Paraíso obteve a taxa mais alta de crescimento demográfico da RMVA : 3,7% a.a. na década 1991/2000. Este município tem uma área maior que os outros do núcleo RMVA e tem espaço para continuar crescendo.
A economia do Vale do Aço continua crescendo, mesmo com taxas mais baixas que outras regiões do Estado. O PIB da RMVA era de R$2.911.383.000 em 1999, representando 3,2% do PIB mineiro. Em 2007 (último dado da Fundação João Pinheiro, que faz o cálculo oficial do PIB dos municípios mineiros) pulou para R$8.588.361.000 representando 3,56% do PIB mineiro. Percebe-se um pequeno aumento relativo na participação do Vale do Aço no PIB mineiro.
Embora o perfil da economia da região seja o de especialização na produção de bens intermediários (commodities industriais) – siderurgia e celulose – que não cria efeitos significativos de radiação do desenvolvimento econômico, o porte expressivo dos investimentos industriais na região criou um não desprezível mercado de cerca de 500.000 pessoas na RMVA e seu colar metropolitano. Estes fatores apontam para o crescimento do setor terciário, que tem aumentado sua participação relativa no PIB regional. No Brasil o setor terciário participa com cerca de 65% no PIB, em Minas com 52,7% e na RMVA com 37,35% (em 2007). Ainda é pouco, mas o que vai atrair emprego para a região é o setor terciário. Em 1970, 73% do emprego formal da RMVA vinha do setor industrial, este percentual caiu para 40% em 2000; ou seja o setor terciário já responde por mais de 60% do emprego formal urbano da RMVA (dados do Min.Trabalho). Esta é uma tendência de longo prazo. O crescimento econômico mais acentuado poderia também acentuar a periferização da pobreza, aumentando o número de favelas e de habitações precárias. Este é o aspecto negativo do crescimento que poderia ser evitado com mais investimentos do setor público e do setor terciário urbano através da execução integrada de um Plano Diretor Metropolitano. Para isso, a RMVA teria que sair do papel.
Daniel Miranda Soares é economista e administrador público, mestre pela UFV.
Autor: Daniel Miranda Soares
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