RACISMO, DIREITOS E CIDADANIA



O racismo no Brasil foi o tema de discussão desta semana, com base no texto acima citado, este debate foi de grande importância levando em consideração que a maioria de nossa população de uma forma implícita ou explicita comete algum tipo de racismo ou discriminação contra minorias em nosso país.
Sabendo que só com a educação e cultura poderemos formar cidadãos conscientes para o fortalecimento da cidadania, é preocupante em um país que na sua maioria é formada pela multimiscigenação racial, tendo sua arvore genealógica todas as raças é de se espantar o quanto somos racista e preconceituoso quanto aos negros, índios, homossexuais, mulheres e tantos outros.
Debatemos em sala o preconceito pelo simples fato de serem diferente, fala de nosso amigo Rafael, que diz se sentiu discriminado por uma professora do ensino médio, pois ao receber a noticia que ele tinha passado no concurso público, veio ate ele e “disse que teria que mudar o seu jeito de ser”, mostrando o quanto se é preconceituoso em nosso país.
Por fim veio o debate sobre as políticas de cotas para negros e índios nas universidades públicas, principalmente na UEMS que adota esta política, reservando 20% de suas vagas para tais fins. A discussão veio em momento oportuno, pois, há poucos meses uma vestibulanda que não foi aprovada no processo seletivo da UEMS entrou com um mandado de segurança, contrario a UEMS dizendo que foi prejudicada por não ter sido aprovada, por causa, da reserva de vagas para negros e índios.
Ainda muitos usam de todos os tipos de argumentos para serem contra a este processo adotado, dizendo que os egressos pelas políticas de cotas irão atrasar o desempenho da sala, portanto ter entrado pelas cotas, mas este argumento caiu por terra, mostrando que o desempenho destes acadêmicos é melhor ou igual aos demais acadêmicos da sala. Na minha avaliação as políticas afirmativas adotada pelo nosso governo não é solução para o problema, mas de alguma forma ajuda a diminuir as desigualdades sociais que vivemos nos dias de hoje.
Por fim os nossos governantes vêm tomando algumas iniciativas que tem um caráter de colocar a discussão sobre promoção racial no centro do debate, criando Secretárias Especiais e Coordenadorias da Promoção da Igualdade Racial, ainda no Poder Legislativo criando comissões especiais para tratarem do assunto com mais responsabilidade e menos demagogia eleitoral.
No entanto se faz necessário que a políticas de cotas não fique restrita aos negros, mas que amplie seu leque de inclusão, não sou contra a política adotada de apenas inserir negros e índios, que esta discussão entre na esfera da inclusão social, independente da cor, raça ou gênero.
Defendo que as políticas de cotas sejam discutidas de forma mais transparente e sem rancor de preconceitos, pois o que acontece hoje no Brasil é que quem é contra é apenas por ser e não tem um fundamento ético, social e educacional para defender suas idéias. Vejo que seria mais vantajoso e incluiria muitas mais pessoas que vivem há margem da exclusão social, defendo uma política de cotas em que o fator merecimento é levado em consideração, mas que a disputa seja em pé de igualdade.
Ou seja, os alunos do ensino médio oriundos de escolas públicas disputariam cinqüenta por cento das vagas das universidades públicas com que estuda ou estudou toda sua vida na escola pública, já aqueles que estudaram em escolas particulares, concorreriam entre si, dando mais oportunidade aqueles que independente da cor, etnia ou gênero de acessar o ensino superior.
Neste sentido no meu entendimento conseguiríamos incluir mais negros nas universidades, mas acima de tudo incluiríamos aqueles que ao longo dos anos foram abandonados pelo Estado, vivendo a margem da pobreza, em condições desumanas com poucas oportunidades de vencer na vida e ainda com pouca ou nenhuma chance de ver seus filhos concluir sua formação educacional de ensino médio e tão pouco de apenas acessar o ensino superior no Brasil.
A política de cotas é importante para o debate do acesso ao ensino superior brasileiro, mas não podemos esquecer que nosso país é injusto economicamente e socialmente com o nosso povo, independente de sua cor. Por isso defendo a política de cotas sociais, onde a disputa será benéfica para o ensino fundamental e médio das escolas públicas, dando oportunidades iguais para estudantes que na sua maioria estuda nas escolas públicas, sendo na sua maioria de população de afro-descendentes.
Autor: Ilmar Renato Granja Fonseca


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