Brasil na Rota Internacional de Tráfico De Mulheres



Há muito tempo o tráfico de pessoas ocorre no Brasil, contudo, isso tem se intensificado no Brasil cada vez mais e com isso o aumento significativo do tráfico de mulheres. Em reportagem recente de um jornal aponta que (http://www.jornalpequeno.com.br/2006/6/18/Pagina36550.htm): As brasileiras estão entre as principais vítimas do tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual, revelam recentes pesquisas do Ministério da Justiça e do Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crimes (UNODC). Elas têm, em média, entre 15 e 27 anos e são aliciadas por taxistas, donos de boates e agências de modelo. Com promessas de uma vida melhor no exterior, seguem para a Europa e Ásia. No entanto, acabam mantidas em cativeiro e são obrigadas a pagar pelas passagens, alimentação e moradia. Endividadas e sem passaporte, poucas conseguem fugir e procurar auxílio. "É um crime brutal, que desrespeita os direitos humanos e humilha as mulheres", afirmou Marina Oliveira, gerente de projetos da Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça. A atividade ilícita prospera no Brasil devido à desigualdade social e econômica, característica dos países em desenvolvimento. As vítimas são, em sua maioria, de origem humilde e recebiam no Brasil até três salários mínimos. A maior parte é de Goiás, Paraná e Minas Gerais, respectivamente. Cerca de 58% tem ensino médio completo ou incompleto, sendo que uma parte significativa alcançou o ensino superior completo ou incompleto (19,4%). Atividade rentável - O tráfico internacional de pessoas é tão sofisticado e complexo quanto o tráfico de drogas e armas, a corrupção e a lavagem de dinheiro. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é uma das atividades mais rentáveis do crime organizado, com uma movimentação financeira estimada em US$ 9 bilhões por ano. "O crime é mais rentável porque dá lucro por muitos anos, diferente das drogas, que são rapidamente consumidas", garantiu Marina. "Também identificamos que as redes que traficam pessoas também traficam drogas e armas, revelando uma interface entre essas organizações criminosas". Para o delegado da Polícia Federal, Eriosvaldo Renovato Dias, chefe da divisão de Direitos Humanos da PF, o País precisa se preparar cada vez mais para combater o tráfico de pessoas. "O Brasil é uma praça de aliciamento e já identificamos o crime em todos os estados", afirmou. "Precisamos informar a sociedade e capacitar os policiais federais, civis e militares para lidar com esse crime". Desde 2003, a Polícia Federal já realizou nove operações especiais de combate ao tráfico internacional de pessoas. Uma das operações realizadas foi a Babilônia que prendeu, em Goiás, sete pessoas de uma quadrilha que enviava mulheres para a Espanha. Já a operação Castanhola desarticulou uma quadrilha que atuava no tráfico internacional de mulheres para Portugal. As mulheres eram aliciadas em Anápolis (GO). Pesquisas - O Rio Grande do Sul é rota preferencial para o tráfico de seres humanos, revela a pesquisa "Tráfico de Seres Humanos para Fins de Exploração Sexual no Rio Grande do Sul". Divulgado na semana passada, o levantamento detectou que regiões com uma economia local forte, com infra-estrutura, transporte (aeroportos) e facilidade de emissão de passaporte são as prediletas para o tráfico de mulheres. "Desmistificamos o senso comum de que o tráfico de pessoas só ocorre em locais onde os indicadores sociais são de extrema vulnerabilidade", afirmou Marina Oliveira. "O trabalho mostra que as redes criminosas também se articulam, associadas a cadeias produtivas globalizadas, como é o caso do município de Caxias do Sul, centro industrial que atrai empresários de várias partes do mundo ao Rio Grande do Sul". Já uma pesquisa realizada no ano passado no aeroporto internacional de Guarulhos (SP) revelou que mulheres brasileiras desacompanhadas e jovens têm maior chance de não serem aceitas em países da União Européia. Ao todo, 175 mulheres responderam a um questionário. Do universo analisado, 76% não chegaram a ser aceitas nos países de destino. Portugal foi o país que mais recusou a entrada das brasileiras, seguido por Itália, França, Espanha e Inglaterra, respectivamente. De acordo com dados da Polícia Federal, cerca de 22.500 brasileiros foram deportados ou não admitidos no exterior em 2004. Desse total, em torno de 15.000 (33% mulheres) retornaram ao Brasil via Guarulhos.
Demonstrado isso, nos revela então, que o tráfico de internacional de mulheres necessita cada vez mais de cooperação entres os entes internacionais na prevenção deste tipo de atentado contra a dignidade humana, com políticas e investimentos na prevenção.
Autor: Iago Santana


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