LIVRE ARBITRIO OU ABUSO DO PODER FAMILIAR



Depois da devastadora força dos terremotos que provocou estragos enormes em países estrangeiros, fazendo com que a população nacional voltasse sua atenção para ajudá-los, há alguns dias foi a vez de um ato humano impressionar a todos e nos alertar para o caso das adoções internacionais. A mídia internacional divulgou nacionalmente o desembarque de uma criança russa desacompanhada de qualquer responsável em moscou.
Ocorre que à meses atrás uma família americana deliberadamente resolveu adotar uma criança de origem russa, e a levar para outro país sem antes mesmo, imagino eu, saber se aquele garoto era o seu verdadeiro desejo, e se ambos adotante e adotado conseguiriam conviver como uma família verdadeira, ao que parece, diante da atitude irracional de um adulto simplesmente colocar um menor frágil e indefeso dentro de um avião, que voaria por varias horas sem mesmo se preocupar como o que poderia acontecer àquela criança, fica claro que o teste de compatibilidade entre adotado e adotante não foi previamente realizado. Tão logo nós brasileiros comemoraremos os dia das mães e então eu me pergunto. Que tipo de Mãe é está que nem mesmo se preocupou com os perigos que correria esta criança?
É sabido pelo mundo inteiro, que todas as famílias que se propõe por algum motivo a adoção, têm preferência por adotar bebês, por que estes podem ser moldados aos costumes e diretrizes daquela família, já as crianças com certa idade tem muita dificuldade de se adaptar a um novo lar, além do que já possuem sua própria personalidade que fora construída dentro do orfanato que é conhecido por elas como suas casas. Será esta a justificativa plausível para a atitude da família America? Creio que não.
A família americana alegou como justificativa ao ato que foi enganada pelo orfanato russo, que os garantiu que o garoto de sete anos adotado a nove meses não era violento, ora, ora será que agora a tecnologia e tramites legais para adoção estão avançados ao ponto que podemos passar por todo um processo de adoção internacional sem nem mesmo conhecer a criança? Ou será que as crianças adotadas são como produtos que necessitam de garantia? Creio que tais nações são desenvolvidas o bastante para terem normas rigorosas sobre adoção e indo mais longe posso afirmar que este não é o tipo de comprar que se pode fazer por telefone. Onde estão resguardados os direitos desta criança?
Será que agora no lugar de adotar as crianças porque desejam ser pais e formar famílias as pessoas estão às contratando, porque o ato da suposta mãe de enviar uma carta de rejeição ao orfanato juntamente com o menor, nos remete a impressão de que ela simplesmente rejeitou um currículo de um empregado qualquer. Onde estão os direitos desta criança que nem mesmo pediu para vir a este mundo, que nem mesmo quis ser concebida? Justa e plenamente aceitável foi à decisão da Rússia de dificultar ou negar o acesso dos Americanos à adoção. Será o inicio de um conflito entre Rússia e Estados Unidos, a ponto do presidente americano mandar a Moscou uma comissão para apurar os fatos.
A suspensão do acesso a adoção para os americanos dificultara bastante os tramites para aqueles casais que estão em fases iniciais ou mesmo finais e que segundo o jornal russo que divulgou a notícia são muitas famílias a esperar. Será mesmo que os inocentes devem pagar pelos pecadores? Será que agora teremos um tratado que estabelecerá regras quanto à adoção internacional? Ou será que os Chefes de Estado se reuniram apenas para empurrar mais esta sujeirinha para debaixo do tapete. Será este um caso de abuso do poder familiar ou uma espécie de livre arbítrio? Responda quem conseguir.
Autor: Bruna Alves de Souza Lima


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