O Papel do Professor e da Escola no Combate às Drogas



A adolescência é uma marcada por várias transformações, principalmente de caráter hormonal. Especialistas costumar dizer que nessa fase os adolescentes "tomam um banho de hormônios." È nessa fase também que a família já não é mais o foco e o jovem passa a estar em contato com o mundo e deseja constantemente a companhia dos amigos.

Nesse período a atenção dos pais e educadores deve ser redobrada, porque assim como temos muitos jovens em busca de realização profissional, tem-se também aqueles que caem em mãos erradas e desorientam-se. Frequentemente os amigos são os responsáveis pelas decisões que o jovem passa a tomar, muitas vezes há uma troca de caminho, pois o adolescente passa a ver coisas que antes não conhecia como é o caso das drogas. O perigo passa a rondá-lo, sem que ele tenha real noção.

São comuns as drogas surgirem em rodas de amigos, mas conforme destaca o Dr. Içami Tiba (2003), também podem originar-se da família e até mesmo da mídia, porque embora socialmente aceitas álcool e cigarro também são drogas e é a partir do consumo dessas drogam muito comuns no nosso dia a dia, que o jovem pode chegar ao consumo de outras mais sérias e perigosas. Nesse caso sofrerão as conseqüências à família, a escola e a sociedade.

Nesse contexto é de fundamental a participação da escola, do professor e da família como orientadores para que possam em conjunto buscar prevenir que os jovens passem a consumir drogas, pois uma vez dentro dessa realidade, sair dela é quase impossível. È importante ressaltar que o problema do usuário de drogas é de toda a sociedade e não apenas dos pais e do próprio usuário.

O objetivo deste artigo é descrever como a escola e os professores podem contribuir para evitarem que os jovens sejam seduzidos pelas drogas.



Como o Professor deve se Conduzir quando Identificar nos seus Alunos os Problemas Citados?

Dificilmente a alteração de comportamento do aluno, quando este passa a usar drogas, passa despercebida por um professor. O primeiro passo é observar e levantar informações a respeito do aluno. Depois aproximar-se dele e conversar sobre o assunto e posteriormente informar aos pais. Mas sua obrigação é comunicar o fato aos canais competentes, seja o diretor, o orientador ou o coordenador. A escola, por sua vez, tem de levar o fato ao conhecimento dos responsáveis pelo estudante.



Onde Buscar Orientação para Lidar com os Casos Delicados?

Tanto o professor quanto a direção da escola devem buscar orientações em entidades ou clínicas de reabilitação de jovens usuários de drogas em busca de informações mais adequadas de como lidar para minimizar esse problema na escola, inclusive através de palestras, aulas expositivas sobre as conseqüências do uso das drogas e aplicar regras mais incisivas quanto ao seu uso na escola, conforme o Dr. Içami Tiba relata: "A escola não é uma instituição penal clínica de tratamento. Suas leis são mais brandas que as sociais, porém tem de ser mais severas que as familiares.".

Se a escola nada fizer, estará sendo conivente com o uso da droga. O autor destaca ainda que os colégios tenham que usar as armas que lhes são cabíveis: educação, preparo pessoal e integração relacional. Ele complementa ainda que o trabalho da escola deva estar voltado à prevenção: conscientizar os que não usam. Vai além do que a polícia faz porque está a favor da saúde. O autor defende que a orientação pode ser dada por qualquer pessoa que tenha experiência em trabalhos com usuários de drogas.



Como Pais e Educadores devem Combater as Drogas?

Segundo o Dr. Içami Tiba, a escola tem por obrigação capacitar-se para enfrentar as drogas, pois queira ou não, seus alunos vão entrar em contato com as drogas. Nesse contexto entram também os educadores. Os pais por sua vez têm que buscar integração junto à escola para prevenir que seus filhos se deixem levar por essa problemática.

O ponto chave é a prevenção através de informações que possam ser transformadas em conhecimento dentro do indivíduo, dando-lhe possibilidade de discernir o que é certo do que é errado. Informação isolada não adianta.

È imperativo que os pais conversem sempre com seus filhos a respeito do assunto e quanto mais cedo melhor. Uma criança que vai crescendo sendo acompanhada e orientada pelos pais, cresce um adolescente de opinião firme. Os educadores também precisam ter uma postura que possa conduzir os alunos ao caminho do conhecimento e do preparo pessoal. Ações tipo palestras são muito eficientes, mas nem sempre são eficazes, porque geralmente são apenas expositivas. É importante, mesmo que arriscado que os alunos possam interagir com esse tipo de ação, que possam entrar em contato com clínicas de reabilitação de drogados ou ter a oportunidade de conversar com que já foi usuário, e cabe ao educador mostrar ao jovem essa realidade que ele talvez não conheça. Outras ações do tipo eventos contra drogas na escola, como semana de combate ao uso de drogas, entre outros, podem contribuir significativamente na conscientização dos jovens.

Fato é que educar não é proibir, mas sim, informar, orientar e acompanhar. Pais e educadores precisam sempre estar atentos a isso. Essa tríade tem bastante efeito se for sempre posta em prática de forma contínua.

É importante também que além da preocupação com seu próprio filho, os pais se conscientizem que é necessário mobilizar toda a escola ou comunidade, porque de nada adianta todo o cuidado com o filho, se ele sempre estará em contato com outros jovens.



Conclusão

Uma criança que cresce com conhecimento, caráter e autoestima desenvolvidos, dificilmente se deixará levar por caminhos tortos durante a fase da adolescência. O problema é que se subestimam demais as crianças de hoje, protegendo-as das coisas do mundo, ao invés de mostrar-lhes aos poucos, tudo que está ao seu redor. Infelizmente mesmo nos dias de hoje, ainda encontramos pais que tem dificuldade de falar de sexo com seus filhos, algo que é tão natural na vida do ser humano, imagine em se falar de drogas. Nesse ponto cabe a escola, mas em muitos casos, estas também não orientam a respeito por tratar esse assunto como delicado demais ou não estarem preparadas.

Deve-se frisar que a questão do relacionamento entre a escola e a família no trato com os jovens é de fundamental importância e ambos precisam andar sempre juntos para que possam gerar resultados, seja na prevenção do uso as drogas, seja no desenvolvimento pessoal e profissional.

Em síntese, quanto mais próximos estiverem educador, escola e família, rumo à educação dos jovens, mais e melhores serão os resultados, porque essa não é uma ação individualizada, mas sim, um trabalho em rede de relacionamentos.



Referências

TIBA, Içami. Anjos Caídos: Como prevenir e Eliminar as Drogas na Vida do Adolescente. 14ª Ed. São Paulo: Gente, 2003

ROSELI, Ana Cecília Petta, CRUZ, Marcelo S. O Adolescente e o Uso das drogas. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600009. Acesso em 10 abr 2010
Autor: Hamilton Felix Nobrega


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