LARGURA DA PAREDE DOS PRÉ -MOLARES E MOLARES INFERIORES X ESPANSÃO INFERIOR



1.INTRODUÇÃO

O Cone beam produz tridimensional informações sobre o esqueleto facial e os dentes. A tomografia computadorizada (CBCT) está cada vez mais sendo utilizada por dentistas especialistas, incluindo ortodontia, cirurgia ortognática, trauma e implantologia (ROBERTS et al., 2008).

A técnica Cone Beam Computed Tomography (CBCT), vem sendo introduzida na literatura odontológica como uma inovação na maneira de adquirir imagens volumétricas, com posterior reconstrução multiplanar (MOURA, 2009).
























2.REVISÃO DE LITERATURA

2.1TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM

O diagnóstico por imagem tem passado por constantes avanços tecnológicos E e tem sido amplamente utilizado pela odontologia.

Garib et al. (2007), a partir de um levantamento sobre o histórico da tomografia computadorizada, verificaram que os primeiros relatos literários sobre a tomografia computadorizada de feixe cônico para uso na Odontologia ocorreram muito recentemente, ao final da década de noventa. O pioneirismo desta nova tecnologia cabe aos italianos Mozzo et al., da Universidade de Verona, que em 1998 apresentaram os resultados preliminares de um "novo aparelho de TC volumétrica para imagens odontológicas. baseado na técnica do feixe em forma de cone (cone-beam technique)", batizado como NewTom-9000.

O NewTom 9000, desenvolvido em 1998, foi o primeiro aparelho a fazer uso da tecnologia da TCCB (Tomografia Computadorizada Cone Beam).Este tipo de Tomografia Computadoriza, é fundamentado na formação de imagem, desenvolvido com uma única rotação, com produção de imagens em alta qualidade e formato e resolução, distintos. O tempo para a obtenção é 36 segundos, e com o paciente deitado, a exposição é de 5,4 segundos (BERNARDES, 2007).

Este tipo de TC tem um software de criação de imagem que dá a possibilidade de analisar o volume de dados do paciente em qualquer secção 3D, com uma boa resolução espacial. Há também, a diminuição do custo e das dimensões do aparelho, que tem tamanho semelhante ao do tomógrafo médico. (QR ITÁLIA APUD BERNARDES, 2007).

A tomografia consiste na obtenção de imagens do corpo em fatias ou cortes. Com esta técnica é possível registrar de maneira clara uso os localizados dentro de um determinado plano e permite a observação da região selecionada (SOARES et al. , 2001).

A tomografia pode ser classificada em como tomografia convencional e tomografia computadorizada,sendo que, de acordo com o feixe de aio X utilziado classifica-se em (Fan-Beam ComputedTomography) e tomografia computadorizada volumétrica de feixe cônico (ConeBeam Computed Tomography).(SOARES et al., 2001).

Dias & Assis (2008), explicam que a tomografia computadorizada de feixe cônico, também conhecido como “Cone Beam”, é um exame avançado de diagnóstico que promete uma revolução na forma como o diagnóstico por imagem em Odontologia . Sua grande vantagem é a avaliação da terceira dimensão, que é uma lacuna nos exames radiográficos convencionais.


Figura 1- Aparelho de tomografia computadorizada
de feixe cônico (Cone Beam)
Fonte: GARIB et al . (2007).

Em estudos recentes Garib et al. (2007), relatam que perante as dificuldades ou limitações na obtenção de informações para o diagnóstico com o uso de radiografias convencionais, as imagens tridimensionais começaram a atrair grande interesse dos odontólogos. Atualmente, além do exame de tomografia computadorizada mostrar-se muito requisitado na área médica, começa também a desenvolver-se no cenário odontológico, principalmente nas áreas de Implantodontia, Diagnóstico Bucal, Cirurgia e Ortodontia.

Em investrigação sobre expansão rápida da maxila realizada a partir de um modelo laboratorial para análise do efeito transverso da ERM, por meio de diferentes recursos de reconstrução tridimensional, Moura et al. (2009), constataram que a técnica cone beam computed tomography (CBCT) vem sendo introduzida na literatura odontológica como uma inovação na maneira de adquirir imagens volumétricas, com posterior reconstrução multiplanar.

As mais importantes características são a menor quantidade de radiação e a alta resolução das imagens das estruturas dentomaxilofaciais, quando comparadas às da técnica fan bean. De fato, o tomógrafo computadorizado multislice é um sistema grande e caro, designado primeiramente para exame de todo o corpo. O tomógrafo CBCT apresenta-se como um sistema menor, com menor custo, desenhado para aquisição de imagens do complexo maxilomandibular ( MOURA et al. , 2009).

De acordo com Silveira & Wassal (2009), as técnicas tomográficas, aliadas ao método gráfico, capacitam a reconstrução das estruturas radiográficas em imagem tridimensional, especialmente na avaliação das áreas enxertadas e doadoras no campo da implantodontia.

As principais características da tomografia computadorizada foram descritas por Rothman et al.9. Whaites10 descreveu que uma das principais indicações da tomografia computadorizada é a avaliação pré-operatória do osso alveolar quanto à altura e espessura ( SILVEIRA & WASSAL , 2009).



2.2 EXPANSÃO INFERIOR


Há uma ampla bibliografia relacionada ao procedimento da expansão rápida da maxila, Angell, em 1860, foi a primeiro a falar sobre a expansão maxilar, decorrente da abertura da sutura palatina mediana, que foi também primeira a mencionar a precisão de contenção após a movimentação ortodontica.
Corbett (2007), salienta que estima-se que 25-30% de todos os pacientes podem beneficiar de ortodontia expansão maxilar. Em diversos casos clínicos a expansão maxilar é necessária, a fim de corrigir a inadequação transversal da maxila e da tendência de mordida cruzada posterior e a má oclusão.
Um dos procedimentos clínicos mais consagrados na prática ortodôntica, por sua eficiência e previsibilidade, é a expansão rápida da maxila (ERM). A ERM ou disjunção corrige a atresia transversal da maxila, má oclusão extremamente freqüente, que se estabelece precocemente e não apresenta auto-correção ( SCANAVINI et al , 2006).
O princípio da expansão rápida consiste na utilização de um aparelho expansor capaz de aplicar forças ortopédicas sobre os dentes ou sobre os dentes e palato duro. A aplicação desta força torna possível a separação da sutura palatina mediana e, deste modo, o arco superior é expandido. Os aparelhos para a expansão rápida produzem forças de grande magnitude sobre a sutura por um curto intervalo de tempo. Estas forças intensas maximizam a separação da sutura palatina mediana antes que algum movimento dentário ou adaptação sutural fisiológica possam ocorrer (CANUTO, 2006).
A expansão decorrente da abertura da sutura é caracterizada como uma expansão esquelética, uma expansão dentária é obtida como resultado da inclinação para vestibular dos dentes póstero- superiores. A proporção entre os movimentos dentários e os efeitos esqueléticos apresenta-se diretamente relacionada à quantidade de expansão e à idade do paciente durante o tratamento. O objetivo da expansão rápida consiste em maximizar os efeitos esqueléticos e minimizar os movimentos dentários. O procedimento tem sido defendido por Haas como o método mais favorável para a correção da deficiência transversal da maxila, principalmente em idades precoces. Uma vez que a terapia produz efeitos ortopédicos, a expansão do arco envolve alterações esqueléticas e, portanto, mais estáveis (CANUTO, 2006).
Nos dias atuais o procedimento de expansão rápida da maxila, tornou-se vastamente bem aceito e caracterizado como uma intervenção ortodôntica relativamente simples e previsível ( CORBETT, 2007). Para ARAÚJO & BUSCHANG (2005), devido ao grande número de estudos realizados com os aparelhos funcionais avaliando os efeitos dos aparelhos nos sentidos sagital e vertical, hoje sabemos que essa terapia é capaz de alterar e até redirecionar o crescimento da maxila e mandíbula em algum grau.
A expansão rápida tem como principio a utilização de um aparelho expansor capaz de aplicar forças ortopédicas sobre os dentes ou sobre os dentes e palato duro. Ao aplicar esta força, torna-se possível a separação da sutura palatina mediana e, desta forma, o arco superior é expandido (ARAÚJO & BUSCHANG, 2005). A expansão rápida da maxila faz uso de forças pesadas, com o objetivo de produzir maior efeito esquelético com menor movimentação dentária. A separação da sutura palatina mediana estimula inferiormente a maxila e dentes de ancoragem. Esse fenômeno causa a rotação mandibular postero-inferior, com ampliação da altura facial inferior.
O procedimento de expansão rápida da maxila, com a utilização de expansores bandados, ocasiona rotação inferior e posterior da mandíbula, aumentando a inclinação do plano mandibular devido às inclinações dentoalveolares, deslocamento inferior do plano palatino e extrusão dos dentes postero-superiores. O expansor maxilar encapsulado demonstra gerar pouca inclinação de dentes posteriores durante a expansão, isto devido ao rígido arcabouço do aparelho colado aos dentes posteriores.
Desta forma, uma vez que a maxila é expandida, a alteração no equilíbrio muscular resulta em redução nas forças exercidas pelo bucinador sobre o arco inferior e em um aumento da influência da língua sobre os dentes inferiores. O aumento da influência da língua no arco inferior é proporcionado pelo seu deslocamento para baixo pela presença do parafuso expansor. Tem sido discutido que a expansão do arco superior pela abertura da sutura palatina mediana pode ser considerada permanente porque o reparo sutural envolve a neoformação óssea. Por outro lado, as alterações resultantes do movimento dentário e inclinação dos processos alveolares apresentam-se questionáveis quanto as suas estabilidades (CANUTO, 2006).


Figura 1- Atresia simétrica do arco dentário superior
Fonte: SILVA FILHO et al (2009)

Os procedimentos de expansão rápida da maxila estão indicados para os seguintes casos: deficiência relativa da maxila; severa estenose nasal; Classe III classe, não cirúrgica e pseudo Classe III; fendas palatinas em adultos; casos selecionados com problemas de comprimento de arco, nos quais para é necessário evitar extrações devido ao perfil facial; em casos de overbite exagerado, com o propósito de aumentar a dimensão vertical (TANAKA, 2006).
O primeiro relato sobre expansão maxilar se deu em 1860, por ANGELL. Além de relatar que a perda dos dentes decíduos precocemente poderia levar à constrição maxilar e conseqüente perda de espaço para os dentes sucessores, demonstrou a expansão maxilar de uma paciente de 14 anos, com o objetivo de criar espaço para os caninos permanentes. O aparelho, feito em ouro, apresentava um parafuso, disposto transversalmente à abóbada palatina. As ativações não excederam a duas semanas, obtendo a abertura da sutura e incluindo, assim, o canino no arco que não continha espaço. Desse modo, após a segunda semana, a maxila estava notavelmente mais larga e com diastema entre os incisivos centrais superiores (BRAMANTE, 2004).
Foi realizado um estudo com trinta pacientes apresentando mordida cruzada posterior na dentadura mista analisou os efeitos esqueléticos e dentários de três métodos de expansão. Os pacientes que receberam expansão rápida da maxila com Hyrax mostraram resultados esqueléticos e dentários significantes nos planos transversal, sagital e vertical, verificados em telerradiografias em norma lateral, ântero-posterior e modelos de gesso (MOURA et al. (2009).
O expansor rápido de maxila encapsulado gera maior controle da dimensão vertical da face, quando comparado com o expansor Hyrax, não provocando rotação do plano palatino e possibilitando intrusão dos primeiros molares permanentes superiores. Porém, o expansor encapsulado acarreta a rotação do plano mandibular no sentido horário. Os expansores levam à compressão do ligamento periodontal, inclinação lateral dos processos palatinos, vestibularização dos dentes de ancoragem e abertura da sutura palatina mediana. Modificações na largura maxilar, na distância intermolar superior e inferior, na distância entre os ápices dos incisivos centrais superiores e na largura internasal, podem ser notadas (MOURA et al. (2009).
O aumento na dimensão vertical da face, com aparelho Hyrax, pode ser reduzido ou até mesmo anulado com a utilização do expansor colado. Inclinações dentárias não apresentam diferenças significativas. De tal modo, faz-se fundamental o estudo das modificações esqueléticas e dentárias durante a expansão rápida da maxila e o comportamento destas estruturas, após um período de contenção, avaliando o comportamento dos incisivos inferiores com relação a sua base óssea.

ISHII et al (2001), realizaram uma pesquisa para identificar as características craniofaciais das meninas japonesas com Classe II, divisão 1 .Foram analisadas 190 telerradiografias laterais, de sujeitos cuja idade variou de 7 anos e 6 meses a 15 anos 10 meses . Os participantes da pesquisa foram divididos em três grupos, por sua dentição: dentição mista meio, a dentição mista tardia, e dentição permanente precoce. Os resultados desta pesquisa demonstraram que as meninas japonesas com Classe II, divisão 1 má oclusão tinha um pequeno ângulo SNB de forma significativa (p Acesso em 26 de julho de 2009.

DIAS, Alexnaldo Corrêa ; ASSIS, Caroline. Aplicações da tomografia computadorizada de feixe cônico (cone beam) na odontologia. II jornada on-line de radiologia odontológica - 2008.2 .Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Odontologia.Disponível em :< www.moodle.ufba.br/file.php/10047/Resumos/cone_beam.pdf >Acesso em 23 de julho de 2009.

GARIB, Daniela Gamba et al . Cone beam computed tomography (CBCT): understandind this new imaging diagnostic method with promissing application in Orthodontics. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 12, n. 2, Apr. 2007 . Available from . Acesso em 22 de juhjo de 2009.

MOURA, Pollyana Marques de et al . Expansão rápida da maxila: avaliação de dois métodos de reconstrução 3D por meio de um modelo laboratorial. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 14, n. 1, Feb. 2009 .


REIS, Sílvia Augusta Braga.Prevalência de Oclusão Normal e Má Oclusão em Brasileiros, Adultos, Leucodermas, Caracterizados pela Normalidade do Perfil Facial . R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 7, n. 5, p. 17-25, set./out. 2002. Disponível em :< multimedia.mmm.com/mws/mediawebserver.dyn?... >Acesso em 22 de julho de 2009.

RINO , Walter ,et al. Influência da estratificação sócio-econômica na prevalência dE ocusão normal e maloclusões em jovens escolares da região de Umuarama.Arquivo de Ciência da Saúde 7 (3), set/dez, 2003.. Unipar, Dispónível em :< http://revistas.unipar.br/saude/article/view/1087/950>Acesso em 25 de julho de 2009.

ROBERTS, J.A. et al., Effective dose from cone beam CT examinations in dentistry. British Journal of Radiology (2009) 82, 35-40Disponível em :< http://bjr.birjournals.org/cgi/content/full/82/973/35>Acesso em 23 de julho de 2009.

SILVA FILHO, O.G. et al. Correction of posterior crossbite in the primary dentition. J Clin Pediatr Dent. 2000, Spring; 24(3):165-80.

SOARES , Milton Gonçalves et al. Tomografia convencional, computadorizada ecomputadorizada volumétrica com tecnologia cone beam, 2001. .Disponível em :< http://www.unicaradiologia.com.br/artigo_001_tomografia_Conebeam.pdf.>Acesso em 23 de julho de 2009.

TANAKA, Orlando et al. Efeitos colaterais Benéficos da disjunção palatal na fase da dentição mista, 2006.


THILANDER, Birgit. Dentoalveolar development in subjects with normal occlusion. A longitudinal study between the ages of 5 and 31 years. The European Journal of Orthodontics 2009 31(2):109-120; doi:10.1093/ejo/cjn124.Disponível em :< http://ejo.oxfordjournals.org/cgi/content/abstract/31/2/109>Acesso em 25 de julho de 2009.
UYSAL, Tancan et al. Dental and Alveolar Arch Widths in Normal Occlusion and Class III Malocclusion. The Angle Orthodontist: Vol. 75, No. 5, pp. 809–813, 2004.Disponível em :< http://www.angle.org/anglonline/?issn=0003-3219&issue=05&page=0809&request=get-document&volume=075>Acesso em 23 de julho de 2009.
.
VIDOTTI, Bruno Alberto; TRINDADE, Inge Elly Kiemle. Os efeitos da expansão rápida da maxila sobre a permeabilidade nasal avaliados por rinomanometria e rinometria acústica. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 13, n. 6, Dec. 2008

ZANETTI , Graciela de Almeida ,et al. Características da Dentadura Mista e Tipos de Padrões Faciais em Crianças Brasileiras, Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 24, p. 67-76, jan./dez. 2003 .
Autor: Referencia Academica


Artigos Relacionados


Chaves Faciais No Diagnóstico E Planejamento Ortodôntico

Aparelhos Dentários - Ortodontia

Radiologia Odontológica

Aparelho Dentário Sistema Damon

Branqueamento Dentário

Implantes

Confira As Diferenças Entre Odontologia E Ortodontia