Um pouquinho pode?



Onde eu moro, existem várias ruas estreitas e que por este motivo se tornaram mão única. Com isso, toda vez que tenho de sair devo dar a volta no quarteirão para acessar uma das avenidas principais.
Recentemente neste processo me deparo com um “cidadão” na contra-mão, como se não estivesse errado. Fiz questão de passar bem perto e avisar que ele estava na contra-mão. A resposta? “Eu moro aqui ô!”.
Nesta mesma semana, assisti na TV uma reportagem que mostrava uma fiscalização policial com bafômetro. Estava sendo mostrado o momento em que um “cidadão” estava sendo autuado por estar embriagado. Qual o discurso do bêbado? “Eu moro aqui do lado seu guarda!”
Alguma semelhança com o fato anterior?
Se quisermos, é possível enumerar infinitos casos como esses...
A partir destes dois fatos, passei a refletir sobre os valores da pessoas .
Percebo que pequenos erros são tolerados. Andar na contra-mão perto de casa pode. Andar na contra-mão na avenida Paulista não.
Andar bêbado perto de casa pode. Andar bêbado na avenida Rebouças não.
Vejo fatos e mais fatos que me mostram isso.
No entanto eu não posso entender, e acho que não quero.
Acredito que podemos separar tudo em dois lado: certo ou errado. Não acredito que exista meio certo ou meio errado.
Mas me parece que a sociedade se tornou conivente com pequenos delitos. Muitas vezes a desculpa é que “ninguém está vendo”, “é só um pouquinho”.
Até o “rouba mas faz” muitas vezes é aceito...
Mas eu não posso aceitar isto. A sociedade não pode aceitar isso. Valores fazem parte da integridade de um cidadão. A partir do momento em que perdemos valores, perdemos cidadania. O conjunto de valores do homem é aquilo que o diferencia dos animais. Deixar valores de lado nos rebaixa.
Devemos lutar pelos valores corretos, pela evolução, para nos tornarmos pessoas melhores. Se você não concorda com algo, não significa que precise infringir a regra. Lute, discute, mude. Somente com esta atitude poderemos mudar o que está errado. Somente desta forma nos tornaremos uma sociedade melhor.
Não sejamos coniventes com o “pouquinho pode”.
Autor: Eduardo Siqueira Francisco


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