Observação de Bebês



Primeiro contato

O primeiro contato foi feito através do telefone, expliquei que necessitava realizar um trabalho pra a faculdade e que para isso precisava observar o nenê sendo alimentado e tomando banho, desde o início a mãe foi extremamente compreensiva e se demonstrou muito acessível e disposta a ajudar. E assim facilmente marcamos um dia pra nos encontrarmos.


Primeira Observação

No dia 3 de abril de 2006 por volta das 11h30min da manha cheguei a casa de A. que me recebeu carinhosamente, entrei na cozinha e ela logo me mostrou seu filho B. de 6 meses e 9 dias que estava sentado no carrinho confortavelmente, ao me aproximar B. fez caretas como se fosse chorar estranhando minha pessoa.
Sentei-me ao lado dele e ele continuava me olhando, quando a mãe entrou e falou com ele, este abriu um sorriso imenso e esticou suas pernas e braços como se o prazer em ver a mãe fosse enorme a ponto de ter que se expressar fisicamente, como forma de gastar um pouco desta energia formada ao ver a mãe, demonstrando ter a constância de objeto.
A mãe começou a preparar a comida de B., amassou batatas, cenoura e um pouco de macarrão, e fez um suco e o colocou na mamadeira, neste meio tempo A. me informou que B. não tomava leite ou nada muito líquido porque logo em seguida costumava vomitar tudo, mas que exames estavam sendo feitos para descobrir se ele tem alergia à lactose, ela disse também que B. mamou apenas um mês e meio e que sempre preferiu a mamadeira já que esta era dada com leite e farinha láctea. E por vomitar muito, a comida mais espessa teve de ser incluída mais cedo em sua rotina, formulei a teoria de que B. poderia estar vomitando os alimentos líquidos, pois havia parado de mamar no seio aos dois meses de idade e assim como forma de não aceitar mais nenhum alimento parecido ao leite da mãe (a mãe má que lhe tirou o alimento), este estaria vomitando.
A todo o momento A. falava com B. e sempre que se dirigia a ele, este sorria, a mãe também descrevia o que o filho poderia estar pensando, por exemplo: “Ah mamãe me tira desse carrinho logo, ah mamãe estou com fominha”. Ela também comentou que B. é muito chorão e que este odeia o carrinho, grita e chora enquanto não o tirarem dele. Mas enquanto estive lá o bebê não reclamou de ter que ficar no carrinho.
Depois de preparar a comida, a mãe me levou para o quarto onde ia dar banho nele, para isso ela pediu para eu segurar-lo enquanto ela arrumava a banheirinha, B. no meu colo ficou todo o tempo me observando seriamente, e quando ouviu a voz de sua mãe, rapidamente começou a procurar-la, mas não chorou em nenhum momento. Depois de preparar tudo A. pegou B. e o colocou na mesa para tirar sua roupa, ele não se irritou nem chorou apenas endureceu os braços numa tentativa de evitar que mãe tirasse sua blusa.
Já pelado a mãe de B. o pegou no colo e colocou a mão na água da banheira, que havia sido aquecida previamente com a ajuda de uma panela levada ao fogão, assim a mãe molhou a mão e passou no corpo de B., este fez um movimento de alegria e ao mesmo tempo de arrepio, em seguida B. foi para a banheira e não reclamou em nenhum momento, apenas fez careta quando a mãe o deitou para lavar sua cabeça, mas não chorou, e lambia a água quando esta caia em seu rosto e no fim ele começou a bater suas mãozinha na água o que fez com que a mãe o retirasse rapidamente da banheira e o levasse a mesinha para secá-lo.
O bebê foi trocado e quando a mãe colocou a roupa que ele iria usar em cima dele, este rapidamente pegou a roupa e começou a brincar com ela, balançando de um lado para o outro sem muito controle. Ele se zangou e começou a fazer barulhos altos quando a mãe começou a colocar sua blusa, e novamente enrijeceu os braços tentando evitar que a mãe colocasse a blusa, ele também se irritou quando a mãe foi limpar seus ouvidos e nariz com cotonete, demonstrando assim que consegue e pode demonstrar desagrado.
Em seguida retornamos para a cozinha e ao entrar B. já começou a procurar algo na cozinha como a mãe disse: “sempre que entra na cozinha B. já começa a olhar por tudo e principalmente para o microondas onde fica sua comida”. A mãe o colocou no carrinho e pegou o prato com a papinha dele, este assim que viu a colher já abriu a boca e começou a comer apresentando um sorriso e fazendo contato visual com a mãe, B. também começou a olhar pra mim e sempre que eu lhe dava um sorriso ele ficava olhando e depois sorria e se mexia no carrinho, ele repetiu isso diversas vezes, além disso, ele ficava observando tudo a sua volta enquanto comia, a mãe conversou com ele durante todo o tempo e quando a papinha acabou e a mãe mostrou o prato vazio, ele continuou olhando pela cozinha como se procurasse por algo, e a mãe disse que este sempre ficava procurando por algo porque sabia que faltava algo, assim a mãe deu a mamadeira com o suco para ele, e a todo o momento que tomava a mamadeira este não parava de olhar para a mãe, e diversas vezes se engasgou, pois tomava o suco muito rápido e euforicamente.
Quando acabou de tomar o suco a mãe teve que esconder a mamadeira, pois este continuava olhando para ela, a mãe disse conhecer muito bem seu filho a ponto de saber quando ele estava satisfeito e quando não foi bem alimentado. Em seguida B. ficou agitado e A. o tirou rapidamente do carrinho para fazê-lo arrotar, enquanto isso ela contou que ele não costuma dormir muito, vai dormir as 7 e meia da noite e acorda as 4 e meia da madrugada, depois de mamar da apenas uma cochilada de 20 minutos e depois do almoço dorme apenas 1 hora e já acorda. Logo B. já demonstrou que estava com sono, pois começou a esfregar o rosto com sua mãozinha e assim fui embora, já eram 12h30min.


Segunda Observação - dia 08/05/06


Cheguei à casa de A. e ela estava com B. (que está com 7 meses e 12 dias) no colo, logo já me pediu para segurá-lo pra que ela pudesse terminar de arrumar a banheira em que iria lhe dar banho. No começo B. fez algumas caretas e ficou olhando fixamente para meu rosto como se me estranhasse, mas não chegou a chorar. Logo em seguida A. o pegou no colo e apontou para a figura de um sapo que fica grudado na parede do quarto, perguntando para B. onde estava o sapinho, no mesmo instante ele começou a sorrir e a tentar apontar e pegar o sapinho, o chamando de Bo, depois a mãe o colocou na mesa para tirar sua roupa, mesmo assim ele continuou olhando em direção ao sapinho e a falar Bo.
B. ainda endurecia um pouco o braço para não deixar a mãe tirar a blusa e segurava a frauda, A. disse que ele havia aprendido onde fica o adesivo da frauda e por isso toda hora tirava o adesivo e assim a frauda.
Já despido a mãe o pega no colo e pergunta “vamos toma banhinho?”, na hora B. abre um sorriso e quando ela molha a mão na água e passa em seu peito ele sorri ainda mais, mas já na banheira quando sua mãe molha seu rosto este fez careta como se não estivesse gostando, mas não chora e acaba ficando tranqüilo. Apenas no final do banho quando estava virado de barriga para baixo é que ele começou a brincar com a água, batendo suas mãozinhas e molhando todo o quarto, mas A. rapidamente lhe dá uma bronca pedindo para ele parar, mas mesmo assim ele não para.
Já fora da banheira, ele é enxugado e trocado, não para de se mexer e logo acha a etiqueta da toalha e fica a observando fixamente em seguida a coloca na boca, A. diz que ele adora etiquetas, que sempre fica até vesgo olhando para ela. Ao colocar a blusa em B. este fica um pouco irritado e grita, mas logo se acalma, e quando sua mãe o pega no colo este dá um grande sorriso, a todo o momento A. fica conversando com ele, falando o que ele deve estar pensando e fazendo contato visual.
Ao levar B. para a cozinha este já fica observando tudo, logo em seguida ele é colocado no carrinho para ser alimentado. Já no carrinho B. estica os dois braços e as pernas e não para de se mexer, parece estar tentando dominar seus movimentos, ele logo abre a boca querendo comer e se agita mais ainda quando a mãe demora a lhe dar a colherada de comida.
Enquanto come B. fica observando tudo ao seu redor, e quando a comida acaba este fica irritado e grita, mas quando a mãe lhe dá a mamadeira com suco ele para de gritar, mas toma a mamadeira euforicamente, ele toma apenas metade porque A. diz que se ele beber muito líquido, ele vomita. Ela continuou me contando que ele vomitava sempre que tomava qualquer liquido e que ainda estava para fazer os exames que vão descobrir se ele tem alergia a lactose, mas como ele vomita com qualquer líquido, continuo achando que deve ser uma defesa contra qualquer alimento que se pareça com o leito que este parou de receber do seio da mãe com dois meses de idade, mas a mãe diz que a culpa dele ter deixado de querer o peito, pois este ficava irritado, é da médica que mandou colocar farinha láctea na mamadeira para ele engordar mais.
Assim depois de tomar metade da mamadeira, A. esconde esta, pois diz que se não esconder ele vai ficar olhando para ela e vai começar a gritar, como B. não acha nada ele fica apenas observando, e quando sua mãe o tira do carrinho ele abre um sorriso, adora ficar no colo dela, ficava batendo suas mãos no sofá e sorrindo em seguida parava e olhava para mãe, como se esperasse que ela fosse brigar com ele, ou esperasse que ela sorrisse e deixasse-o continuar batendo.
Em seguida A. o colocou de volta no carrinho para ir pegar uma fralda no quarto, enquanto isso ele fica me olhando fixamente e sorri quando a mãe volta, ela contou que sempre que sai de perto dele ele grita muito, disse que ele não é de chorar muito, mas sim de gritar, em seguida ela brinca com ele pegando em seu pezinho e perguntado onde está o pezinho do nenê, observa-se que a mãe esta ajudando B. a tomar consciência de seu corpo. Finalmente depois de arrotar B. iria cochilar durante uns 30 minutos no carrinho pois, ele só dorme no berço a noite.


Terceira Observação – dia 12/06/2006

Cheguei à casa de A. por volta das 11 e quinze da manha do dia 12 de junho de 2006, ela estava com B. no colo, o qual já está com 8 meses e 25 dias. Levei um presente para B., uma caixa com peças verdes, azuis e vermelhas para ele encaixar no formato certo de cada peça. A. ficou contente com o presente e logo o abriu e deu a B. que até então estava me olhando fixamente e quando tentei me aproximar dele, ele fez careta como se fosse chorar e só parou quando a mãe lhe chamou a atenção.
Já no carrinho B. rapidamente pegou uma das peças e começou a bater ela na caixa, apresentando um ótimo desenvolvimento motor, diferente da última observação em que B. ainda não conseguia ordenar seus movimentos para pegar os objetos que queria. Desta vez ele já pegava os objetos e conseguia trazê-los a boca ou empurrar aquilo que não queria mais.
Fiquei brincando com B., enquanto sua mãe fazia sua comida, mostrei o brinquedo para ele e quando ele queria pegar a caixa, ele se segurava no carrinho e empurrava seu corpinho para frente e esticava o braço, quando mesmo assim não conseguia alcançar o brinquedo ele fazia careta e dava um gritinho, apresentando assim à possibilidade de demonstrar descontentamento e prazer quando conseguia alcançar o desejado.
Mesmo passando um tempinho, ele continuava a me olhar fixamente e às vezes fazia careta e quase chorava, só parava quando a mãe o chamava e ele fazia contato visual com ela. E quando eu mostrava a figura da caixa de um menino e uma menina, ele ficava me olhando com muita atenção.
A. preparou a banheira e quando foi pegar B. no carrinho dizendo vem com a mamãe, ele abriu um imenso sorriso e começou a mexer as pernas e braços, demonstrando extremo prazer ansiedade em ir para o colo da mãe. Em seguida A. o colocou sentado na mesinha, o que antes ele não fazia perfeitamente, agora ele já fica sentado sozinho e não cai para os lados, aos poucos ela foi tirando a roupa dele e ele só resmungou quando foi tira a calça, e quando já estava pelado, a mãe perguntou cadê o pipiu do B. e este colocou as mãos no pênis (ao mesmo tempo dava risada, apresentando prazer no toque e na brincadeira) e em seguida fechou as pernas e a mãe disse, você está escondendo o pipiu?
Assim A. o pegou no colo e como sempre molhou sua mão na água da banheira e avisando a B. que ele iria tomar banhinho, molhou seu peito e ele sorriu. Já na banheira B. ficou olhando para mim e em momento algum reclamou, nem mesmo quando a mãe o inclinou para lavar sua cabeça, e quando virado de bruços ele ou se agarrava na banheira, ou tentava pegar o sabonete. No fim do banho A. o colocou sentado da banheira como se esperasse que ele brincasse um pouco, e ele logo começou a bater suas perninhas e a jogar água para todos os lados.
Ao tirar B. da banheira e começar a secá-lo a mãe fala como se fosse o filho, “ai mamãe agora eu vou fica irritado porque não gosto que enxugue minha cabecinha”, e em seguida B. dá gritinhos de desgosto, mas logo para e ela continua a enxugar ele e a vesti-lo, depois que ela coloca a fralda nele, ele rapidamente coloca a mão na fralda e começa a tirar a fita adesiva, o que faz com que A. de uma bronca nele, mas mesmo assim ele volta a por a mão na fita adesiva como se testasse a mãe. A. também ajuda B. a formar a percepção de seu próprio corpo pois pega o pezinho e dele e pergunta onde esta o pezinho do B., e jaz essa brincadeira com todas as partes do corpo dele.
Já arrumado A. pegou B. no colo e o levou até a cozinha para dar o almoço e ele já ficou olhando tudo a sua volta enquanto esperava a papinha esquentar no microondas, quando a mãe foi colocar ele no carrinho, ele começou a gritar e a esticar a perna, mas A. foi avisando que ia dar a papinha e logo ele se sentou e ficou agitado, esticando a mão em direção ao prato de comida.
B. rapidamente abriu a boca e começou a comer (sempre mordia a colher, pois seus dentinhos estão nascendo) dando sorrisos e quando a mãe demorava a dar outra colherada, ele ia com a mão em direção ao prato e tentava colocar a mão dentro da comida, A. disse que ele adora suja a mão, mas que naquele dia não ia deixar, foi a primeira vez que observei B. tentar pegar o prato, o que demonstra também um bom desenvolvimento de sua percepção para conseguir ir à direção certa e do controle da motricidade.
A mãe contou que fez todos os exames pedidos pelos médicos e que foi descoberto que B. não possuía a proteína necessária pra fazer a digestão da lactose e por isso ele regurgitava sempre o leite, mas ela também disse que ele continua regurgitando outros líquidos, água principalmente, o que pode ser devido a hipótese já levantada previamente de que ele regurgite todo líquido que se parece com o leite materno que lhe foi retirado com apenas dois meses de idade, como se quisesse punir a mãe por não poder tomar de seu leite.
Mas A. disse que ao retirar o leite, sentiu que B. não ficava satisfeito e por isso não tirou tudo e de vez em quando dá leite de soja para ele se acalmar, observei também que para tomar a mamadeira, B. fica mais afobado e toma rapidamente, o que pode ser a causa da regurgitação sem seguida, o liquido deve remeter-lhe a lembrança da amamentação que era extremamente prazerosa, e assim ele fica mais agitado e toma rapidamente tudo, como se ao querer introjetar sua mãe, não conseguisse reter essa mãe.
Na hora de tomar a mamadeira B. segurou-a sozinho, o que antes também não fazia, e em seguida a mãe o deixou ficar brincando com a mamadeira, logo em seguida B. regurgitou um pouco do suco.
Observei também que B. esta balbuciando muito mais que da última observação, ele fala muito BO, que a mãe diz ser o bichinho verde que fica grudado na parede de seu quarto.
Finalmente agradeci a A. pela oportunidade de observar B. durante esse semestre e fui embora.


Análise Geral

Aos 6 meses e 9 dias B. não estranha muito a observadora (brinca com ela fazendo caras ao comer e sorrindo) pois ainda não diferencia a relação mãe-bebê, apresenta apenas a constância de objeto pois quando vê sua mãe, isso lhe traz imensa alegria e agitação. À mãe já aplica o filho em tudo que descreve, permitindo assim que B. se reconheça nas falas dela.
Ele apresenta uma motricidade desorganizada e não fixa seu olhar, tudo é extremamente estimulante para ele. A mãe tem a idéia de que o filho é muito chorão, o que demonstra que ele tem a capacidade de demonstrar desagrado.
Sempre que B. toma algo líquido, ele acaba regurgitando, podendo ser alergia a lactose ou uma expulsão a qualquer alimento que lhe lembre o leite materno que lhe foi retirado com um mês e meio de idade.
Já aos 7 meses e 12 dias B. apresenta maiores tentativas de fala, se refere a determinados brinquedos pelo apelido de BO, continua não estranhando muito a observadora, está mais agitado e brinca mais, como quando brincou com a mãe no colo dela batendo suas mãozinhas no sofá, e apresenta o começo da formação do superego, pois quando vai brincar fica olhando a mãe esperando que essa de uma bronca ou fale algo a respeito do que ele esta fazendo.
Sua motricidade ainda não é controlada perfeitamente, mas ele se apresenta mais agitado, como se estivesse tentando controlar esses movimentos, ele já consegue segurar o chocalho e balança-lo. E continua tomando a mamadeira muito rápida a ponto de engasgar e vomitar o líquido.
Na terceira observação em que B. já tem 8 meses e 25 dias este se apresenta com controle de sua motricidade, consegue pegar o brinquedo, leva-lo a boca e empurrar-lo quando não o quer mais, consegue também mover seu corpinho na direção do que deseja pegar e consegue ficar sentado sem nenhum apoio e sem cair. Ele ainda não engatinha, mas pude observar que só não o faz por que a mãe não lhe da muita oportunidade para praticar, pois tem medo de deixá-lo no chão sozinho.
Nesta idade B. já apresenta a diferenciação mãe-bebê e por isso quando vê a observadora a estranha e quase chora só se alegra quando faz contato visual com a mãe. Foi descoberto que B. não possui a proteína necessária a digestão da lactose podendo ser a causa biológica do vomito ao leite, mas se ele vomita outros líquidos também, podemos pensar em um problema psíquico, em que B. não consegue reter sua mãe ao mamar ( qualquer líquido pode ser visto como semelhante ao leite materno que representa essa mãe), o que pode trazer problemas em sua formação psíquica.
Autor: Nadia Prando


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