A Simplicidade Das Coisas



Não são poucos os exemplos, na história, em que o homem comum simplificou atos mais complexos, com uma simples idéia, que poucos imaginaram que seria eficiente.

A descoberta do fogo, a invenção da roda, a mini-saia, etc.

O voto eletrônico é um deles. Pelo menos tem a vantagem de não ficar a nossa caligrafia, nas mancadas que damos.

Existem vários exemplos, inclusive utilizados em palestras de motivação empresarial.

Tem o exemplo da fila de cadeiras, em havia umas mil cadeiras dispostas na frente do palco para um show, só que as primeiras filas de cadeiras estavam muito afastadas do palco e alguém achou que poderiam estar mais cinco filas à frente. Sempre tem alguém que se apega a esses detalhes, mas que casualmente não é o que vai fazer força! Prontamente os operários começaram a arrastar, fila por fila, da primeira até a última, mais para frente, junto ao palco, quando alguém, num lampejo de simplicidade, pediu para pararem e sugeriu que era mais fácil, tirar as cinco últimas filas e simplesmente colocá-las na frente. Simples, não?

Tem o exemplo da caixa vazia. Esse episódio aconteceu numa grande empresa, onde quase todo o processo era automatizado, e havia esteiras que levavam os produtos, já embalados em uma caixa de papelão para o estoque.

Acontece que algumas poucas caixas, e era normal essa margem de erro, seguiam vazias, sem o produto dentro. A empresa contratou técnicos da Europa, com amplo conhecimento de engenharia, eletrônica e informática, para resolverem esse problema. Foram gastos milhões em estudos, além de um bom tempo na implantação e, finalmente, os técnicos solucionaram o problema, criando uma balança ultra-sensível, acoplada a esteira, que, dependendo do peso da embalagem, era descartada a caixa que estaria vazia. Havia um sinal sonoro junto à balança que apitava toda a vez que uma caixa mais leve desfilava sobre a esteira. Era um apito enjoativo.

Tempos depois, o gerente notou que o apito não soava mais, e foi ver o que estava acontecendo. Certamente imaginou que os técnicos fantásticos da Europa, conseguiram, inclusive zerar o índice de caixas vazias. Não era nada disso: os operários simplesmente haviam desligado o sistema de balança ultra-sensível e ultra-barulhento, mas mesmo assim conseguiam detectar as caixas vazias que entravam no processo. Com apenas vinte reais, arrecadados entre eles, compraram um ventilador e colocaram no final da esteira. Quando a caixa vazia passava por ali, voava para fora da esteira de forma mais rápida e eficiente do que o processo ultra-tecnológico de milhões.

Tem muitos outros exemplos dessa natureza, que nos remete a pensar que não devemos nunca abrir mão das coisas simples, nos cegando com o brilho intenso da alta tecnologia.

O governo sabe muito bem disso, e usa a tecnologia para agilizar seus próprios deslocamentos, cobrar impostos e tributos, criar desemprego, só tendo recaídas de simplicidade tecnológica, quando é para apurar desvios de verbas e outros escândalos.

Eu acho que vou esconder essa crônica, senão a minha esposa é capaz de achar que a tecnologia da máquina de cortar grama, pode ser facilmente substituída pelas mãos finas do seu marido.

Sérgio Lisboa.


Autor: Sérgio Lisboa


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