Cultura De Paz



"Si vis pacem, para bellum".

(Se queres a paz, prepara a guerra.)

Convencionou-se a adoção do termo "Cultura de Paz" como resposta aos anseios da sociedade em relação às buscas de mecanismos para combater a violência ou minimizá-la, além de ações pró-ativas para tal. Não devemos confundir ou imaginar que "cultura de paz", signifique apenas passeatas, protestos e ações na mídia, devemos perguntar se realmente desejamos a paz, se isto é possível, como fazer e quais os caminhos para este objetivo?

No sentido literal ou conforme os dicionários paz significa:

"[Do lat. Pace]: ausência de lutas, violências ou perturbações sociais; tranqüilidade pública; concórdia, harmonia..."

Acredito que a maioria deseje a paz, tanto social quanto em sua intimidade e sendo assim, para se atingir a paz o mais próximo dos conceitos apresentados anteriormente, são necessárias ações de toda a sociedade.

1. Ausência de lutas, violências ou perturbações sociais;

Presenciamos a violência em nosso cotidiano seja de maneira in loco ou através dos veículos de comunicação onde preponderam cenas de violência entre policiais e criminosos, notícias recheando as páginas policiais dos jornais e assim inundando o dia-a-dia dos cidadãos. Mencionei em outro artigo ("Segurança e Direitos Humanos"), a respeito de filtrarmos certos tipos de informação ou desinformação, digo desinformação porque muitas vezes o objetivo da divulgação de determinados tipos de notícias visa apenas desviar o foco dos assuntos mais relevantes (não que segurança pública não seja relevante) esta técnica muito utilizada desde os primórdios para desviar a atenção da grande sociedade.

A utilização correta ou racional dos recursos policiais (recursos humanos e equipamentos) associada às atividades de gestão administrativa, logística e operacional poderiam customizar vidas (policiais, civis e criminosos) e preservar assim a ordem pública.

Em um certo site de relacionamentos existe uma comunidade intitulada "Caveirão é a solução", discordo deste título que poderia ser "Caveirão é a proteção", não somente dos policiais envolvidos nas missões de alto risco, mas da população que estes policiais estão adentrando nas comunidades para cumprir estritamente a Lei; é notório que estas ações em áreas sob o domínio de facções criminosas exige muito psicologicamente dos policiais e mais notório, sabemos que os criminosos estão muitas vezes munidos de armamentos superiores e possuem conhecimento do terreno onde operam, ou seja, o quadro é semelhante ao de uma guerrilha urbana onde podem ocorrer (e ocorrem!) excessos nas ações policiais, pois o estado é de guerra! Em um cenário de guerra, a população local muitas vezes é "forçada" a colaborar com o "inimigo" para poder sobreviver.

Muitos destes acontecimentos são causados por perturbações sociais, pois onde falta a assistência às populações de baixa renda ou sem renda, onde o Estado torna-se omisso, os criminosos ganham espaço para instalarem-se e preencher a sua maneira as lacunas deixadas pelo próprio Estado.

2. Tranqüilidade pública; concórdia, harmonia...

Atingir a tranqüilidade pública ou harmonia entre os cidadãos é o objetivo maior de um Estado democrático que tem por princípio a igualdade entre os seus integrantes; a busca por condições melhores acompanha a humanidade desde os primórdios e por isto o ser humano organiza-se em sociedades. Os caminhos para atingirmos a concórdia são conhecidos por muitos (inclusive por quem detém o poder), então por quê não são aplicados os recursos da forma que deveriam ser? Esta questão e muitas outras nos são apresentadas antes de elegermos e depois que nossos representantes assumem seus cargos. Temos nossa parcela de culpa quando pensamos que nossa participação encerra-se no momento de digitar o voto na urna, temos por dever tentar pelo menos acompanhar o que nossos representantes realizam. É complicado falarmos em democracia, se em 507 anos tivemos menos de 50 anos de democracia; a construção da "cultura de paz" começa em casa, vai para escola, desloca-se para o trabalho, reflete-se na política e resulta na sociedade que desejamos e queremos...

*Alexandre Moura de Oliveira, Ex-miltar Exército Brasileiro, Consultor em Segurança.
www.alexandremoura.com


Autor: Alexandre Moura de Oliveira


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