ATENTADO NOS EUA



As ações terroristas realizadas em 11 de setembro de 2001 e que atingiram alvos e símbolos da nação americana em New York e Washington, materializam uma nova etapa dos conflitos que estão por surgir neste novo século. É a era da “assymetric warfare” refletindo, de modo destrutivo, a assimetria do mundo de hoje.
O que assustou no caso atual foi a grandeza e intensidade do ataque contra o alvo – os Estados Unidos da América (EUA) – que há muito tempo tem buscado formas de evitar esse tipo de ocorrência.
O terrorismo é um modo de guerra aceito e usado por grupos ou nações que entendem ser essa a maneira de lutar por suas causas. Condenado pela maioria dos países, essa forma de luta é considerada pela ONU crime contra a humanidade. Em todo o mundo, nos últimos 25 anos, em grandes atentados, cerca de 1.900 pessoas morreram vítimas do terror. Comparada a outras catástrofes nos EUA, a “blitzkrieg” terrorista de 2001 representará perda e choque incalculáveis. Em Pearl Harbor, marco na história americana, morreram cerca de 2.500 americanos e, em Oklahoma, marco mais recente, 168. Só em Nova York, haverá uma perda de algo em torno de 15 mil pessoas, segundo estimativas otimistas.
Nada na história da humanidade se compara a isso. Hiroxima e Nagasaki, tragédias da II Guerra Mundial, estavam em outro contexto: havia uma guerra para ser terminada. As conseqüências foram tão terríveis que a arma atômica nunca mais foi usada. No caso presente, é possível que fenômeno análogo aconteça, isto é, que o terror volte a ser de “baixa intensidade”.
Há choque e perplexidade nos EUA. No cidadão comum e nas esferas de governo.
Sem antecedentes a serem analisados, sem parâmetros estabelecidos e condições de se prever qual será a reação do país, podem ser levantados alguns aspectos que, com certeza, farão parte das ações a serem desenvolvidas para tentar esclarecer o ocorrido e, a partir daí, desencadear uma reação. Qualquer medida que o poder nacional dos EUA considerar adequada não terá objeção internacional.
Em primeiro lugar, não passou pela cabeça de nenhum norte-americano, em especial daqueles que têm a obrigação de zelar pela segurança nacional, que um atentado de tal monta pudesse ser perpetrado. Mesmo no caso do Pentágono, onde a hipótese do uso de uma aeronave contra o prédio era considerada, não houve como estabelecer qual seria a defesa possível. Em razão disso tudo não há, no momento, condições de reagir ou de explicar. A primeira tarefa é estatística: quantos mortos? Quantos feridos? Quais os danos? O “quem foi” ficará para mais tarde.
O assunto será tratado em clima de “crisis situation” e uma parafernália de hipóteses e situações vai ser levantada para se tentar achar um caminho para a solução do caso.
Em segundo lugar, as engrenagens do aparato de segurança e de inteligência serão acionadas, em regime de urgência, para a busca de dados e informações essenciais para a montagem e execução de uma reação. Nesse ponto serão buscadas ligações com os aliados a fim de que haja uma ação conjunta para fazer ver os autores ou mentores do atentado que o ato desagradou a todos e a pressão possível de ser realizada tem caráter mais amplo. O apoio aos EUA deverá ser total.
Ultrapassada essa fase, surgirá uma linha de investigação para explorar a possibilidade de quebra na corrente de apoios que permitiu a realização das operações que resultam nos atos terroristas. É provável que, mais cedo do que se imagina, essa possibilidade seja realidade.
A magnitude da operação, sua coordenação e execução, aparentemente quase sem erros ou falhas, permitem a inferência que houve um planejamento minucioso e demorado. Esse fato leva a conclusão da necessidade do estabelecimento de uma extensa rede de apoio para que tudo saísse bem. Dificilmente essa rede será tão compacta que não permita um possível vazamento por parte de pessoas que, apesar de convicções políticas, não tinham idéia das conseqüências que a ação provocaria.
Do modo como foi realizada, é provável, ainda que, uma organização tipo “celular” tenha sido pela mente que montou operação, de tal modo que as partes não tinham conhecimento do todo. Tal procedimento daria mais segurança às operações e seria mais prudente. Em se confirmando essa hipótese será mais difícil, mas não impossível, chegar ao mentor principal.


Bibliografia
Luiz Carlos Guedes é formado em política e Estratégia dos Estados Unidos da América, pelo War College, da defense University , em Washington.
Autor: niovaldo marques da maia


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