Irã e Jazidas de Urânio



Após os atentados de 11 de setembro de 2001 os EUA se deu como inimigo o Irã,e desde então deu início a um confronto político internacional que era notícia nas manchetes de todos os países.
Os EUA suspeitavam que a extração de urânio das jazidas do Irã, não eram tão somente para gerar eletricidade, e sim era para enriquecer o poder bélico deste mesmo e a fabricar armas atômicas.Que no caso poderia afetar diretamente os EUA, caso se revoltassem e por ventura voltassem a os atingir.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA ) nem se quer ao menos constatou que havia mesmo um programa secreto de armas nucleares no Irã.
A AIEA pediu ao país que assinasse o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que permitiria inspeções mais cuidadosas sem aviso prévio.
Até então, as inspeções da AIEA nas instalações nucleares iranianas não indicaram que fossem usadas com fins bélicos. Mas, em 2002, os inspetores encontraram vestígios de urânio enriquecido capaz de alimentar armas nucleares na usina de Natanz e, em 2003, nas instalações elétricas de Kalaye, os técnicos voltaram a detectar sinais do material.
Em setembro de 2003, o Conselho de Governadores da AIEA deu ao Governo de Teerã um ultimato até final do mês seguinte para que aceitasse as inspeções sem aviso para sanar as dúvidas sobre o programa nuclear.
Se não cumprisse o prazo, o Irã seria submetido a sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.
Em outubro de 2003, o Irã se comprometeu com os ministros de Exteriores da Alemanha, França e Reino Unido a assinar o protocolo adicional do TNP e suspender temporariamente o processo de enriquecimento de urânio. Teerã ainda entregou à AIEA um relatório com documentação detalhada sobre seu programa nuclear para provar que não estava tentando fabricar armas atômicas.
Analistas do organismo internacional começaram suas inspeções três dias antes do fim do prazo. Em novembro, divulgaram um documento em que denunciavam a política de ocultação do regime de Teerã, mas não descartavam que as pequenas quantidades de urânio enriquecido fabricadas em segredo tivessem finalidade militar.
De acordo com o jornal americano "USA Today", no início de 2004, os inspetores da AIEA encontraram novamente componentes para o enriquecimento de urânio em centrífuga.
Finalmente, em 8 de março de 2004, a AIEA afirmou que a Líbia e o Irã violaram suas obrigações em matéria nuclear.
Em 13 de março de 2004, o Conselho de Governadores da AIEA aprovou uma resolução de repúdio ao Irã por suspender temporariamente a visita da equipe de inspetores.
Em junho daquele ano, os inspetores da AIEA acharam novos restos de urânio altamente enriquecido do tipo U-235 em Farayand.
Um mês mais tarde, o Irã anunciou que havia retomado a construção de centrífugas e a produção do material para alimentá-las para a produção de eletricidade.
O Conselho de Governadores da AIEA anunciou uma resolução, em 18 de setembro de 2004, que indicava ao Irã que suspendesse o programa de enriquecimento de urânio antes de 25 de novembro. Teerã garantiu que, se fosse punido pelo Conselho de Segurança, se retiraria do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Em outubro de 2004, o Governo iraniano rejeitou a proposta da União Européia de interromper suas atividades de enriquecimento de urânio em troca de tecnologia para desenvolver energia nuclear.
Em 31 de janeiro de 2006, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido -, mais Alemanha e UE, decidiram em Londres que o Conselho da AIEA deveria enviar o relatório feito pelo Irã ao órgão máximo das Nações Unidas em sua reunião de emergência de 2 de fevereiro.
Em fevereiro de 2006, o Irã, sob o regime do presidente ultraconservador, Mahmoud Ahmadinejad, ameaçou cessar "toda colaboração voluntária" com o organismo atômico.
Autor: Adrielli Rodrigues


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