As Conquistas Humanas Na Pré - História



AS CONQUISTAS HUMANAS NA PRÉ - HISTÓRIA

RESUMO

O período histórico pesquisado compreende um lapso temporal gigantesco em se tratando de história humana. A Pré – História apresenta vários pontos polêmicos sendo ressaltados no texto as discordâncias acerca de sua gênese, bem como, as características antropológicas que demarcaram cada uma das fases. Apresentamos ainda as ciências que possibilitam uma maior capacidade de respostas em torno da origem do homem, em especial a Arqueologia e seus recursos de investigação. E, finalizando o trabalho, apresentamos as subdivisões da Pré – História com a caracterização de cada fase, com ênfase nos avanços tecnológicos e suas conseqüências para o evolucionismo humano.

Palavras – chave: Pré - História; Hominídeos; Conquistas.

1 INTRODUÇÃO

A Pré-História, assim definida, compreende um vasto período da evolução da sociedade humana, são aproximadamente cinco milhões de anos. Todas as informações foram obtidas através da web-bibliografia e devidamente analisadas. A produção textual busca associar o evolucionismo da espécie humana aos avanços tecnológicos atingidos em cada subdivisão da Pré – História. Por se tratar de um estudo sobre a formação antropológica a partir da tecnologia como ferramenta de superação e supremacia sobre as demais espécies, devemos identificá-las e correlacioná-las com suas imediatas conseqüências.

No período em questão as informações são recolhidas a pincel e espátula, cada fragmento de rocha trabalhada pelo homem é uma fonte primordial para desvendarmos nossa gênese. Lembremos ainda que o marco divisor entre a pré – história e a história antiga é justamente uma das maiores contribuições do homem para registro das informações evolutivas, ou seja, a escrita. O período pré – histórico antecede a escrita e os únicos registros impressos identificados deste momento são os desenhos rupestres.

A Arqueologia hoje devidamente reconhecida no mundo acadêmico presta uma ajuda inestimável para elucidar os inúmeros mistérios que cercam a concepção e expansionismo do gênero Homo spp e do desaparecimento de vários ramos da família Hominiadae no decorrer de suas disputas, sejam elas territoriais ou de adaptabilidade junto ao meio ambiente. Portanto desprezar elementos hoje evidenciados pela Arqueologia e confirmados por outras ciências afins, como a Geologia e a própria Antropologia significa relegar estas descobertas a um segundo plano.

No decorrer das necessidades humanas, nossos ancestrais desenvolveram suas habilidades aplicando-as em suas descobertas e invenções, independente de serem ocasionais, acidentais ou intencionais. Sucederam uma série de invenções e domínio de técnicas favoráveis a sua sobrevivência em um meio hostil, cercado por predadores e muitas vezes com os fatores climáticos adversos. Hoje graças a uma gama de vestígios é possível observar os vários níveis evolucionistas que a sociedade humana apresentou em seus mais diversos limes.

2 AS INCERTEZAS SOBREA GÊNESE PRÉ - HISTÓRICA

A Pré – História compreende um enorme lapso temporal para os parâmetros da expectativa de vida do homem que raramente ultrapassa um século. Não existe um consenso para o início deste período, uma vez que as descobertas arqueológicas se sucedem e sepultam constantemente as tentativas de datação da gênese humana. Um achado patrocinado pela Arqueologia, o Australopithecus ramidus descoberto na África em 1995 foi datado em 4,2 milhões de anos, o que seria o hominídeo mais antigo até o momento. Seria esta a data aproximada do início da Pré – História? Talvez, pelo menos até que novos vestígios sejam encontrados.

Se tomarmos o homem como elemento produtor de cultura, ou seja, aquele indivíduo já socializado e organizado com seus pares, com um conjunto de regras básicas, porém funcionais, produtor de utensílios e um articulador oral em franca expansão, chegamos a uma datação de aproximadamente 2,5 milhões de anos. Data compreendida para muitos estudiosos como o início da Pré – História levando em consideração a produção cultural. Para Franco (1996), "Se pensarmos na capacidade de transformar um objeto, adequando-o as suas necessidades de modo a utilizá-lo como ferramenta, então teremos uma datação ao redor de 2,5 milhões de anos, que é quando surgem as primeiras pedras lascadas intencionalmente, ou seja, as primeiras manifestações da cultura material".

3 ARQUEOLOGIA E A PRÉ - HISTÓRIA

É a partir dos idos do século 19 que a Arqueologia ocupa um papel relevante dentro do estudo da História Natural, antes deste período era vista apenas como uma ramificação secundária da Paleontologia. Mencionamos em especial a Arqueologia, pois a fase histórica descrita é carente de informações impressas, salvo as pinturas rupestres do final do Paleolítico que atuavam como expressões de cunho comunicativo e religioso. Restando o resgate de instrumentos de trabalho, utensílios de caça, pesca, armas, entre outros, que é realizado com dedicação e calma através de meios cientificistas pela Arqueologia. Vejamos o que nos diz Franco (1996) a respeito da Arqueologia:

A palavra Arqueologia vem do grego archaîos (antigo) e de logos (conhecimento ou estudo), ou seja, o estudo do que é antigo. Com o desenvolvimento das ciências humanas, o conceito atual de Arqueologia tornou-se mais amplo, podendo ser entendida como sendo a disciplina que estuda as sociedades atuais ou passadas através da cultura material, ou seja, através dos objetos e vestígios materiais da sociedade estudada. A Arqueologia tem por objetivo a reconstituição das culturas, a partir de teorias, métodos e técnicas específicas. Assim, é a cultura humana que tentamos reconstruir e interpretar.

A tríade; Arqueologia, Antropologia e História fornecem a maior parte da sustentação comprobatória do período evolutivo da sociedade humana que antecede a escrita. Foram estudos dirigidos por estas ciências que orientaram a divisão da Pré – História de acordo com os avanços tecnológicos e descobertas feitas pelos hominídeos, surgindo então as fases do Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais. Fica claro o avanço do homem no decorrer do tempo, pois o mesmo passou pela rusticidade do Paleolítico até o manuseio dos metais, fazendo assim sua história.

4 CONQUISTAS DO HOMO FABER

O homem encontrado no período do Paleolítico (5.000.000 a 12.000 anos) apresenta-se como caçador, coletor e pescador com comportamento nômade e agrupado em bandos. Estas atividades obrigaram o homem a desenvolver ferramentas como facas, machados,arco, flecha, dardo, anzol e instrumentos para alimentação. Instrumentos estes que apresentavam como matéria prima; pedra lascada, ossos, madeira e marfim. O fogo passa a ser dominado e ocupa um papel importante no dia a dia dos grupos, seja na defesa, planejamento, locomoção, caça e coleta noturna. As manifestações de arte primitiva surgem com a pintura, sendo as rupestres as mais famosase a escultura, seus significados ainda são motivos de controvérsia. Para Affonso (2007):

A arte permitiu a fusão entre a fantasia e a realidade pela combinação harmônica de pigmentos naturais (terra e rocha moídas até a obtenção de um fino pó). Essa nova linguagem, baseada em imagens que imitavam a vida introduziam na cultura as primeiras concepções de beleza, um predicado humano de preciosidade ímpar. As esculturas e pinturas rupestres, ricas em detalhes surpreendentes, transcendem a pura e simples reprodução da realidade. Expressavam expectativas e anseios, por exemplo, de caça tarta [sic], representados pelas desenvolvidas noções de movimento – o que é difícil, em arte. Elas imprimiam as cenas dos bizões [sic]feridos, em fuga ou em queda, a idéia de captura. Outros dados como as renas transpassadas por dardos e mamutes imobilizados em armadilhas, inclinam-nos a acreditar que não estamos diante de fabulosos painéis artísticos, apenas. Há, por tudo que descrevemos, evidentes rituais de magia simpática – ou propiciatória – através do qual eram reproduzidas cenas que representavam desejos e resultados esperados.

A organização, como já foi mencionado, não é grande, formam-se bandos que se deslocam com a necessidade de alimento e abrigo. Destaca-se ainda no final do Paleolítico a fabricação de roupas a partir de peles de animais abatidos e do surgimento dos primeiros clãs, com uma certa organização e com divisões de tarefas.

No período do Neolítico (12.000 a 6.000 anos) o homem apresenta-se organizado em clãs, com claras divisões de trabalho e com um papel importante para as mulheres, nasce à vida social. A maioria dos grupos torna-se sedentário, com destaques para a agricultura e a atividade pastorile, domesticação de algumas espécies de animais. Os instrumentos usados na caça, na pesca e como armas passam a ser polidos, o que melhora sua qualidade e eficiência. São criados novos instrumentos para a agricultura e o cozimento de alimentos. A argila é manipulada pela primeira vez e transforma-se em cerâmica usada para armazenar água e víveres. As roupas de pele são gradativamente substituídas pelas oriundas datecelagem (lã, algodão e linho). É no final deste período que surge os protótipos da roda - troncos eram usados para rolagem de placas de rochas e desta forma empregadas no transporte durante a construção das moradias (início da arquitetura).

O último dos períodos da chamada Pré – História foi a Idade dos Metais (6.000 a 4.000 anos), o homem encontra-se bem organizado com áreas demarcadas e surgimento do Estado que passa a organizar a vida da população. Os metais como o cobre, o bronze e o ferro passam pela fusão o que possibilita um grande salto tecnológico, os instrumentos usados podem ser modelados e remodelados evitando o desperdício de tempo e matéria – prima. As armas de metal oferecem uma grande vantagem para os grupos que dominam a fundição. Outra invenção que em muito ajudou neste salto evolutivo foi à roda facilitando o transporte de mantimentos. Surge neste período o arado de bois o que potencializa a agricultura. As conseqüências destas invenções são o aumento da população, criação das cidades, o surgimento do comércio, a substituição do modelo comunitário de plantio e produção pela propriedade privada, aumento da expectativa de vida, aparecimento do primeiro código escrito, entre outros.

4 CONCLUSÃO

A história evolucionista do homem na Pré – História só é possível ser lida graças a Arqueologia e sua incessante busca por respostas em um período pouco preservado de nosso desenvolvimento. As informações que hoje nos chegam mostram desde os primórdios as dificuldades impostas ao homem. E sua ânsia pela sobrevivência fê-lo criar e inventar, enfim, ser original na superação das dificuldades.

Fica clara que os períodos são marcados por descobertas, invenções e técnicas que aumentam a possibilidade de sucesso dos grupos dominantes. As marcas anatômicas presentes nos distintos grupos dehominídeos durante as várias fases do evolucionismo apontam para modificações significativas no sistema locomotor (ósseo e muscular), digestório e principalmente no neural, com a ampliação da massa encefálica, o que prova o gradativo aumento do percentual de racionalidade deste grupo perante os outros animais.

A Pré – História hoje passa por constantes revisões, as discordâncias são muitas, a começar pelas datas limítrofes (início e fim). Para muitos deve - se levar em conta o surgimento do homem e para outros a partir da formação cultural. Discordâncias à parte o volume de informações obtidas a partir de novos recursos tecnológicos aplicados pela Arqueologia e demais ciências, nos apresentam dados interessantes na história da espécie que dominou ou pensa ainda dominar este planeta.

REFERÊNCIAS

AFFONSO, Manoel. A origem da linguagem articulada e da arte. Disponível em: <http://pe 360 graus.globo.com/educacao360/colunaLer.asp?columnId=28&articieId=730>. Acessado em: 07 de jun. 2007.

FRANCO, Teresa Cristina de B. Arqueologia em conexão. Disponível em: <http ://www .arqueologia. arq.br /page 4-8.htm>. Acessado em: 07 de jun. 2007.


Autor: Mauri Daniel Marutti


Artigos Relacionados


Eu Jamais Entenderei

Poluição Ambiental

Poluição Atmosférica

Tu és...

Biodiesel - Impactos E Desafios

Blindness

Karatê: Um Esporte Completo