A Grécia boi de piranha da Zona do Euro-Zona



Quem pagará a conta além do cidadão grego que irá enfrentar situações como se fosse país de terceiro mundo?

Seria a culpa totalmente da insignificante Grécia o elo mais fraco da corrente européia, ou do Banco Central Europeu pelo seu presidente Jean-Claude Trichet; não seria talvez da forte Alemanha pela sua primeira ministra Angela Merkel, que devido às eleições regionais empurrou a crise para debaixo do tapete, e o presidente francês Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi. Mas, foi melhor colocar a culpa no faxineiro; já conhecemos essa história.

A Economia da Grécia é uma economia capitalista mista com grande participação das empresas governamentais tendo como principal atividade o setor de serviços.

A indústria responde por 22% do PIB, a agricultura por 8%%, enquanto o turismo gera 15% das receitas do País. PIB da Grécia (203.3 bilhões de dólares - 2002) per capita (US$ 19,100) está apenas 70% do nível dos melhores países da União Européia.

A Grécia é um dos países que mais se beneficiaram da união dos países. Obteve um crescimento de 3,3% em sua economia após a união e vem obtendo taxas de crescimento na casa dos 4%, excedendo em 1% a média da União Européia.

Possui uma população com 4.7 milhões de pessoas economicamente ativas, com uma taxa de desemprego de 10.3% (2002).

As principais indústrias da Grécia estão ligadas aos setores de: Turismo, Processamento de fumo e alimentos, Têxteis, Produtos metálicos, Petróleo, Agricultura, trigo, milho, cevada, açúcar de beterrabas, azeitonas, tomates, vinho, tabaco e derivados do leite (queijo, manteiga...)

Composição do PIB por setor: Indústria, 22.3%, Serviços, 69.3% e
a inflação na Grécia foi de 3.6% (2002).

Com esses números a Grécia é o grão de areia no deserto das incertezas e no despreparo das lideranças européias, que confiaram demais na sua moeda, mas, esqueceram que o mercado de capitais da Euro - Zona é tão descontrolado como foi a dos Estados Unidos.

Com todas essas incertezas a única certeza é a desvalorização do euro frente ao dólar, e a queda do padrão de vida dos europeus especialmente o povo grego que foi o designado para pagar toda essa incompetência.

E como fica a economia brasileira nessa situação? Os investimentos estrangeiros nas bolsas e bancos serão resgatados para retornarem as suas origens, o que já está acontecendo há alguns meses.

As exportações á Europa sofrerão uma redução que ainda não sabemos, pois são mais de 20% de nossas exportações que são destinadas aos europeus.

Também poderemos ter uma pequena desvalorização no real, e uma queda nas cotações das commodities, como também um aumento na inflação, que deverá ser controlada pelo corte dos gastos públicos que estão sem controle algum.

Mas, a grande indefinição está mesmo com o novo presidente do Brasil para 2011, terá que fechar as torneiras dos gastos públicos (Gastos do atual governo que há oito anos vem gastando além do necessário), conseguir as aprovações das Reformas: Fiscal, Tributária, Previdenciária, Política e outras para colocar esse país no grupo de países sérios sem muita corrupção.

Erradicar o analfabetismo, reduzir o desemprego, abrir frentes de trabalhos para os não qualificados profissionalmente, investir em escolas profissionalizantes, investir mais em saúde (hospitais públicos, postos de saúde), educação (escolas e professores), segurança (o poder paralelo já tomou conta do país).

Também em habitação (casa populares e mais baratas), transportes de massa (decentes para se deixar o carro em casa), ferrovias (que foram esquecidas), rodovias (que são boas somente no Estado de São Paulo), portos e aeroportos (que estão saturados e obsoletos).

Políticas públicas voltadas à agricultura e as micros e pequenas empresas, pois o contrabando e as importações livres prejudicam nossa economia.

Se você cidadão brasileiro acha que tudo isso é muita coisa, tenha a certeza que durante os últimos 30 anos pouca coisa foi feita e nos iludiram com muito e nos contentaram com pouco.

Autor: Cláudio Raza; Economista, Contador, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas para Negócio, Palestrante, Mestrando em Educação, Administração e Comunicação, com ênfase em Políticas Públicas, Professor Universitário da Uninove, parceiro do Núcleo de Desenvolvimento Profissional da Câmara Alemã, Instrutor de cursos do CIESP-Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, 2 livros publicados sobre Gestão e Capacitação de Empresas, mais de 35 anos assessorando empresas.
site: www.razaconsulting.com.br e E-mail: [email protected]
Autor: Claudio Raza


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