Os conflitos coreanos e a economia mundial



A história da Coréia foi marcada pelo domínio estrangeiro, primeiro e durante séculos da China e mais tarde do Japão, num período de expansão neocolonialista, como parte de um processo que pretendia transformar o Japão na principal potência oriental.

A dominação da Coréia pelos japoneses foi caracterizada por grande violência, não apenas militar,mas cultural, quando o ensino da língua coreana nas escolas foi substituído pelo ensino do japonês, a sociedade e os costumes modificaram-se profundamente, a industria e a economia integraram-se por completo no sistema de produção japonês e verificou-se um acelerado processo de expansão.

Sob o domínio dos japoneses e com a derrota do Japão em 1945, que se renderam após a explosão das bombas atômicas na Segunda Guerra Mundial,deram liberdade aos coreanos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as superpotências do mundo dividiram a Coréia em duas áreas de influência, e em 1948, a instalação de dois governos: um norte comunista e um sul influenciado pelos Estados Unidos.
As duas Coréias desejavam expandir seus limites territoriais, sendo que em 1950, a Coréia do Sul foi invadida pela Coréia do Norte, apoiados por Moscou. Os EUA também fizeram o mesmo com as suas tropas americanas ao Sul e mais as sul-coreanas, fazendo uma grande batalha e atingindo uma situação de impasse onde foi assinado um acordo em 1953, dividindo a península coreana.
Em Junho de 2000 realizou-se uma histórica primeira conferência Norte-Sul, como parte da "política do Sol" sul-coreana, apesar de um aumento recente de preocupação com o programa de armas nucleares da Coréia do Norte.
Porém, hoje os dois países estão mais próximos de um conflito do que de uma aproximação. Isso por que, no momento, a Coréia do Norte ameaça toda a comunidade internacional com testes de armas nucleares e mísseis balísticos.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu à Coréia do Norte que pare com suas provocações e sua política de ameaças e afirmou que a opinião mundial deve se pronunciar frente ao afundamento pela marinha norte-coreana de um navio sul-coreano.
Hillary, que chegou a Seul, proveniente da China, onde tentou obter mais firmeza de Pequim frente a seu aliado norte-coreano, indicou que os Estados Unidos estudavam outras opções para estabelecer a responsabilidade da Coréia do Norte e seus dirigentes, também reiterou o firme compromisso de seu país para com a segurança de seu aliado sul-coreano.
Caso as conversações não trouxerem resultados e os norte-coreanos iniciarem uma guerra não ficará restrito apenas à Ásia, a China provavelmente se colocaria ao lado do norte, enquanto os Estados Unidos defenderiam o Sul. Seria a terceira maior economia do mundo enfrentando a primeira, o que traria conseqüências desastrosas para todo o mundo, o que poderiam se envolver também Rússia, Índia e Paquistão, colocando o Oriente Médio dentro do conflito.
A Coréia do Sul alterou a rota dos seus vôos, alongando em meia e uma hora os que atravessavam o espaço aéreo norte-coreano em direção aos Estados Unidos e à Rússia.
A situação atual já está afetando exportadores em todo o mundo. Em Israel, são os produtores de flores que estão sendo prejudicados, pois. este é um dos principais produtos de exportação do país.
Em Bruxelas está armazenada uma grande quantidade de peixe que agora cinco toneladas está destinada ao lixo.
A Alemanha, principal exportador europeu, está a avaliando as consequências atravéz do ministério da Economia, que colocou em funcionamento um grupo de trabalho para verificar as consequências e as saídas devido a crise nos aeroportos.
Na França, o caos aéreo coincide com uma greve dos ferroviários, o que complica mais ainda a situação.
O uso de um torpedo de fabricação chinesa para atacar submarinos sul coreanos também não foi uma boa idéia, não tanto pelo uso da arma em si, mas pelo simbolismo que isso denota. Esse uso deixou a China em uma posição bem delicada nesta situação.
Em todo o mundo, as bolsas voltaram a oscilar por razões da fragilidade do euro e na possibilidade duma guerra na península coreana.
Outro fator que dificulta o acordo é que o atual Secretário Geral da ONU é um sul coreano que está se dedicando pessoalmente neste novo conflito. Já há informações de dentro da ONU que dizem que Ban Ki-moon está se dedicando pessoalmente, inclusive se reunindo com membros da delegação chinesa.
Teremos que esperar os acontecimentos futuros para compreendermos o total avanço da situação. Mas a verdade é que enquanto o mundo se concentra no problema iraniano, o conflito maior e mais perigoso para a paz mundial, pode estar na península coreana.
Autor: Cláudio Raza; Economista, Contador, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas para Negócio, Palestrante, Mestrando em Educação, Administração e Comunicação, com ênfase em Políticas Públicas, Professor Universitário da Uninove, parceiro do Núcleo de Desenvolvimento Profissional da Câmara Alemã, Instrutor de cursos do CIESP-Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, 2 livros publicados sobre Gestão e Capacitação de Empresas, mais de 35 anos assessorando empresas.
site: www.razaconsulting.com.br e E-mail: [email protected]
Autor: Claudio Raza


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