A JOGADA GLOBAL PREOCUPA O MUNDO
A jogada pode ser considerada uma artimanha perigosa ou não. A jogada política pode ser articulada no écran do bem ou mal dependendo do articulador. Pode ser um atributo onde o orgulho está inserido com bastante rispidez, visto que normalmente o viés é o benefício próprio. Pode ser a pedra de toque para o conhecimento dos homens,bem como o sentimento da própria grandeza real, existente no íntimo de cada ser, mas transbordado ou desviado do seu verdadeiro curso. O ser humano é um imantador de ações dessa natureza. O nosso presidente apenas por uma palavra se apoderou dessa ação orgulhosa quando o presidente dos Estados Unidos da América do Norte (EUA) lhe desfechou uma brincadeira nominando-o de o “cara”. O presidente do Brasil assumiu esse papel e entrou em conflito com o EUA ao mediar à crise com o Irã.
A atuação brasileira reflete mudança na relação de forças entre as potências. “Em abril de 2009, em Londres, na descontraída sessão de fotos dos presidentes do G-20, o fórum que reúne as 20 maiores economias do planeta, o presidente americano, Barack Obama, abraçou o presidente Lula e falou alto, para os outros líderes que estavam por perto:” “Esse é o cara”. Depois o presidente volta com toda carga negociando com o Irã perturbando o sossego do presidente Obama. A estratégia para atuar no cenário internacional, porém, veio sendo construída desde que ele assumiu a Palácio do Planeta. Lula consolida sua liderança regional e tenta projetar o Brasil como ator em questões reservadas às grandes potências. Nesta trajetória coleciona vitórias e tropeços.
A energia nuclear, o enriquecimento do urânio tem se transformada na válvula de escape para determinados políticos e chefes de nações. Hillary Clinton chamou a diplomacia brasileira de ingênua e pediu “sanções duras” contra o Irã. O minério do urânio extraído da natureza só possui 3% de urânio puro.Dele obtém-se o óxido de urânio que tem dois átomos. Só o mais raro deles, o U-235, tem fins nucleares. Israel, arquiinimigo do Irã, já tem a bomba nuclear, jamais assinou o tratado e não provoca o mesmo tipo de reação no Ocidente. Será que esse povo não assimilou a desgraça que aconteceu na segunda guerra mundial, onde os Estados Unidos da América liquidou o Japão com duas dessas terríveis ameaças a humanidade, em Nagasaki e Hiroshima.
A bomba lançada em 9 de Agosto de 1945 em Nagasaki era maior do que a utilizada em Hiroshima. Por isso mesmo, recebeu o nome de «Fat Man». Será que o nosso presidente não se convenceu que mesmo dentro de casa existem problemas com as usinas atômicas de Angras que ainda não foram solucionados e já quer meter os pés pelas mãos e negociar um produto altamente nocivo para a saúde mundial? O engenho utilizado em Hiroshima utilizava urânio. Em Nagasaki foi utilizado plutônio e o processo era de implosão. A bomba era mais potente, mas, devido às características de Nagasaki, teve um efeito menos devastador do que em Hiroshima, provocando a morte de mais de 70 mil pessoas.
Dizem os especialistas que numa bomba desta extirpe a energia liberada corresponde a 21 mil toneladas de TNT. A bomba usada na segunda guerra tinha um comprimento de 3,2 metros, peso de 4,5 toneladas e um diâmetro de 1,5 metros e sendo o elemento principal o plutônio 239. “Nagasaki não era o alvo inicialmente escolhido para o lançamento da segunda bomba atômica. O bombardeiro B-29 chegou a sobrevoar a cidade de Kokura, mas não largou a bomba devido ao muito fumo. Mudou de rumo e seguiu para o segundo alvo: Nagasaki. Às 11.02 horas, largou a bomba carregada de plutônio. Na altura, Nagasaki tinha cerca de 240 mil habitantes.
A bomba provocou a morte a mais de 73 mil e feriu cerca de 80 mil. No dia a seguir à explosão da bomba atômica em Nagasaki, o imperador Hirohito declarou o fim da guerra. Senhor presidente não é isso que queremos para o mundo global e menos para o ser humano que se insere nesse mundo. Almejamos a paz, pois a violência das grandes cidades parece se enriquecer com as partes integrantes de uma bomba atômica. Visto que a violência está destruindo pessoas inocentes nas mesmas proporções das duas horrendas bombas que citamos nas entrelinhas desta matéria.
Somos a favor da paz e da não violência. O urânio pode ser enriquecido para fins mais benéficos do que maléficos. O orgulho senhor presidente quando não mata ajuda a matar. É a causa de queda, por tornar cega a criatura, com relação a seus deveres. O esforço é terrível chaga da alma humana, na qual gangrena e sufoca qualquer boa ação ou inspiração. A imprensa mundial, apoiando ou batendo na posição do Brasil, acabou dando elevada dimensão ao acordo com o Irã. Segundo a BBC do Brasil o Irã concordou em enviar urânio para ser enriquecido no exterior, como parte de um acordo negociado em Teerã entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. O porta-voz do Ministério do Exterior do país, Ramin Mehmanparast, disse que o país vai enviar 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento (3,5%) para a Turquia em troca de combustível para um reator nuclear a ser usado em pesquisas médicas em Teerã.
O entendimento anunciado e assinado em frente a jornalistas em Teerã tem como base a proposta da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, órgão da ONU), do final do ano passado, que previa o enriquecimento do urânio iraniano em outro país em níveis que possibilitariam sua utilização para uso civil, não militar. O acordo como todos os outros têm seus fundamentos e pontos primordiais e o Irã notificará a AIEA sobre os detalhes do acordo em até uma semana. Se o acordo for aprovado pelo Grupo de Viena (Estados Unidos, Rússia, França e AIEA), o Irã vai enviar 1.200 quilos de urânio com baixo grau de enriquecimento à Turquia.
Tem outros detalhes o acordo, mas são vastos para inserirmos aqui, mas analistas acreditam que a adoção de uma proposta que segue as linhas do que foi negociado na ONU poderia esfriar os ânimos dentro do Conselho de Segurança da organização e evitar uma nova rodada de sanções, como defendem os Estados Unidos. Poucos minutos após o anúncio do acordo, Israel criticou o Irã, afirmando que Teerã está "manipulando" o Brasil e a Turquia. É um caso grave para as Nações envolvidas nas negociações, pois ao invés de investirem na paz estão instigando a violência. Pese nisso! O orgulho exarcebado pode embriagar as pessoas, e por mais sábias que sejam as palavras de um orgulhoso ou de um bêbado, elas serão ridicularizadas por causa do contra - testemunho de quem diz.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DAUBT- DA AVESP E DA AOUVIRCE
Autor: Antonio Paiva Rodrigues
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