O DESAFIO DO JORNALISMO NOS TEMPOS DA INFORMAÇÃO INSTANTÂNEA



UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
HGABILITAÇÃO:JORNALISMO












‏A PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA FEMININA NO JORNALISMO ESPORTIVO: ANÁLISE DO PROGRAMA GLOBO ESPORTE DA TV GLOBO


















Rio de Janeiro
Junho/2010











A PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA FEMININA NO JORNALISMO ESPORTIVO: ANÁLISE DO PROGRAMA GLOBO ESPORTE DA TV GLOBO












Monografia apresentada à diretoria do curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em ...................., sob a orientação do Professor ...............................












Rio de Janeiro
Junho/2010






‏ A PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA FEMININA NO JORNALISMO ESPORTIVO: ANÁLISE DO PROGRAMA GLOBO ESPORTE DA TV GLOBO





Grau: _______________________________

Banca Examinadora:


Prof.





Profa.




Profa. (orientador)










Rio de Janeiro
Julho/2010

















































Dedico este trabalho a

AGRADECIMENTOS































































































epígrafe

RESUMO


No Brasil, até o final do século XIX o futebol não era reconhecido e era praticado de forma precária, sem projeção social. As notícias nos jornais divulgavam somente eventos esportivos praticados pelos jovens da classe abastada, tendo em vista a notificação do acontecimento. Frente a esta realidade, verifica-se que a história do jornalismo esportivo em nosso país se constrói gradativamente, acompanhando o ritmo de evolução desta modalidade esportiva. Neste cenário, também ocorrem as transformações sociais e tecnológicas da sociedade moderna, dentre estas, a luta das mulheres pela sua emancipação, ganhando assim o direito de igualdade de condições com os homens para atuar em todas as esferas da sociedade. A participação das mulheres na imprensa ocorreu de maneira intensa e significativa, não se restringindo apenas a uma determinada região do país ou a uma determinada classe social. Considerando que e a televisão e um meio de comunicação de massa, este estudo tem o objetivo de analisar a participação da imprensa feminina no jornalismo esportivo, tendo como foco o programa Globo Esporte da TV Globo. O percurso metodológico deste estudo foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica descritiva, na qual se buscou uma revisão de literatura a partir da leitura de fontes científicas em livros, artigos on line, artigos impressos, textos, sites da Internet, bibliotecas virtuais, entre outros, que tratam do tema. Buscou-se desenvolver o tema numa abordagem contemporânea.

Palavras-chave: Globo Esporte, Televisão, Discurso Jornalístico Feminino


























SUMÁRIO



Introdução 08

Capítulo I: História da imprensa feminina no Brasil e do jornalismo esportivo 10
1.1 O Telejornalismo no Brasil 10
1.2 História do Jornalismo Esportivo 14
1.3 História da imprensa feminina no Brasil 20

Capítulo II: O discurso jornalístico feminino 26

Capítulo III: O jornalismo esportivo feminino na TV 31
3.1 A mulher na TV 31
3.2 Audiência Feminina 35

Capítulo III: História e análise do programa globo esporte da TV globo: a mulher no comando 38
3.1 Uma breve história do programa Globo esporte 38
3.2 A participação da mulher no programa ao longo dos anos 39
3.3 Consideração final da problematização 47

Conclusão 49

Referências Bibliográficas 52








Introdução


No Brasil, até o final do século XIX o futebol não era reconhecido e era praticado de forma precária, sem projeção social. Diante desta realidade, as notícias nos jornais divulgavam somente eventos esportivos praticados pelos jovens da classe abastada, tendo em vista a notificação do acontecimento. Frente a esta realidade, verifica-se que a história do jornalismo esportivo em nosso país se constrói gradativamente, acompanhando o ritmo de evolução desta modalidade esportiva.
Neste cenário, também ocorrem as transformações sociais e tecnológicas da sociedade moderna, dentre estas, a luta das mulheres pela sua emancipação, ganhando assim o direito de igualdade de condições com os homens para atuar em todas as esferas da sociedade.
No âmbito da comunicação, a inserção feminina na imprensa brasileira ocorreu no final do século XIX e início do século XX e desde então vem ampliando seu espaço e ganhando visibilidade em várias áreas do jornalismo. A participação das mulheres na imprensa ocorreu de maneira intensa e significativa, não se restringindo apenas a uma determinada região do país ou a uma determinada classe social.
Face ao exposto, e considerando que e a televisão e um meio de comunicação de massa, este estudo tem o objetivo de analisar a participação da imprensa feminina no jornalismo esportivo, tendo como foco o programa Globo Esporte da TV Globo.
O Capitulo I apresenta um breve histórico do telejornalismo brasileiro, tendo em vista discorrer sobre o poder deste meio de comunicação para a população. Neste capitulo, também se discute o jornalismo esportivo no Brasil, ressaltando que este tem inicio quando o futebol se torna um esporte profissional e surge a necessidade de informar os leitores/torcedores sobre os acontecimentos sobre este esporte. A história da imprensa feminina no Brasil se apresenta como um subsídio histórico e cultural para compreender a atuação da mulher no telejornalismo esportivo na atualidade.
O Capitulo II trata do discurso jornalístico feminino, onde em linhas gerais buscamos a compreensão para o discurso jornalístico na perspectiva feminina, relacionado a evolução da participação feminina na sociedade contemporânea.
O Capitulo III discorre sobre o jornalismo esportivo feminino , discutindo do ponto-de-vista teórico a participação da mulher na TV e sua influência social e cultural sobre o publico feminino, na perspectiva da utilização da TV como um instrumento de comunicação em massa.
A história e análise do programa Globo Esporte da TV Globo, foi desenvolvido no Capitulo IV e tem o objetivo de levantar alguns aspectos sobre a participação da mulher no programa ao longo dos anos e um breve histórico do programa Globo Esporte.
O percurso metodológico deste estudo foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica descritiva, na qual se buscou uma revisão de literatura a partir da leitura de fontes científicas em livros, artigos on line, artigos impressos, textos, sites da Internet, bibliotecas virtuais, entre outros, que tratam do tema. Buscou-se desenvolver o tema numa abordagem contemporânea.
































Capítulo 1 - HISTÓRIA DA IMPRENSA FEMININA NO BRASIL E DO JORNALISMO ESPORTIVO

1.1. O telejornalismo no Brasil

Foi por intermédio de Assis Chateaubriand que a televisão chegou ao Brasil, que importou os equipamentos dos estados Unidos. Assim que a TV chegou ao Brasil em 1950, o modelo de telejornalismo que se implantou , recebeu influência de vários países. Inicialmente existiam 200 aparelhos de televisão e o Brasil já era considerado o quarto país no mundo que possuía mais aparelhos. Naquela época os programas eram patrocinados por empresa e os nomes dos programas recebiam os nomes das respectivas empresas .
A televisão chegou ao Brasil somente 30 anos depois de ter sido inventada, pode ser considerado um hábito que está relacionado ao ser humano, a costumes e modos de agir da sociedade ao longo de sua história. Ver televisão está ligado ao hábito do ser humano de observar as coisas ao seu redor: objetos, cenas, natureza e através desta experiência, buscar resposta para as suas indagações e questionamentos, enfim para aprender coisas novas e também se divertir. Destes pontos, entretanto, a principal função da televisão hoje é dar respostas às pessoas que dia-a-dia, s e colocam diante do aparelho, tendo nele sua principal fonte de informação para o público .
Atualmente a televisão é um veículo de comunicação pleno que centraliza os interessem poderes e a atenção geral das pessoas, de qualquer região do mundo.
Segundo a pesquisa realizada por Pereira :
“No Brasil, o telejornal teve origem em 1950, num formato simples, sem muitos recursos audiovisuais. Contudo, ao longo dos anos incidiram transformações no modo do “fazer telejornalístico”, a partir dos avanços tecnológicos incorporados ao setor televisivo”.

No início absorveu muito do modelo francês e britânico, e, posteriormente, do italiano, alemão e espanhol. Entretanto, nenhum influenciou tanto como o modelo norte-americano. Apesar disso, o telejornalismo brasileiro não se tornou alienado, mas assumiu características próprias . Acerca disto Squirra (1993) ressalta que:

“Nosso jornalismo é contemporaneamente o resultado cultural desse conjunto de motivações forâneas, sem que isso queira significar a existência de uma fisionomia amorfa, produzida pelo entrecruzamento dos padrões estrangeiros. Na verdade, o jornalismo brasileiro estruturou-se criativamente, absorvendo com seletividade os modelos que nos insinuaram ou impuseram, adquirindo feição diferenciada”.

Algumas formas de telejornalismo foram sendo definidas neste período, como foi o caso do Repórter Esso, que estreou em 1953 e foi um sucesso. Este foi o primeiro telejornal brasileiro a cativar a opinião pública e ficou no ar por quase 20 anos.
Antes de chegar a TV, o Repórter Esso era um radiojornal, que com base em um modelo norte-americano tinha como objetivo informar ao público os acontecimentos da segunda Guerra Mundial. Entretanto, naquela época os profissionais não tinham formação acadêmica especifica em jornalismo .
Segundo Marcondes Filho “com o passar do tempo, a televisão acabou cirando uma forma própria de relatar os fatos, mudando sensivelmente o telejornalismo com a incorporação dos avanços tecnológicos”.
Os avanços tecnológicos foram decisivos para que a TV fosse ampliando seu poder e sua influencia sobre a grande massa. Neste panorama, o telejornalismo, também evoluiu, pois havia a crescente necessidade de se adequar aos padrões exigidos pelos meios de comunicação em massa, a fim de conquistar o público.
Rezende ressalta que:

“O telejornalismo cumpre a função social e política tão relevante porque atinge um público, em grande parte iletrada ou pouco habituada a leitura, desinteressado pela notícia, mas que tem de vê-la, enquanto espera a novela” .

Por esta razão, desde os primórdios da televisão, passou-se a valorizar os efeitos visuais e sonoros mais claros e a combinação de uma série de signos, sempre buscando causar um impacto maior nos telespectadores .
Desta forma, ocorreu uma rápida adaptação à linguagem televisiva, que tornou o telejornal mais fascinante que o jornal impresso, pois produzia certa ilusão de estar sendo informado .
Sartori acredita que “a imagem, por si, não oferece quase nenhuma inteligibilidade e que deve ser explicada para ser melhor compreendida, pois, da forma como isso e feito, normalmente é insuficiente”. No telejornal é visível a diferença entre a informação transmitida pelo estilo lido e aquele em que a mensagem é transmitida naturalmente. A grande quantidade de informações, cenas, cores e composições estéticas que formam o telejornal são consideradas como causadoras da monotonia do telespectador .
A rapidez na troca das cenas e o excesso de imagens contribuem para o desgaste por parte do público .Para Pereira:
“Na atualidade, os telejornais veiculam as mais variadas notícias, comentários e outras informações relativas ao tempo, maré, esportes, que são produzidas por uma determinada emissora ou por uma rede. No tocante à abrangência, são construídos a fim de atingir um público de faixas sociais distintas, e podem ter alcance local ou nacional.”
Desta forma, a televisão tem a necessidade de superar as suas próprias limitações e está sempre em busca de temas que nunca foram abordados e considera aqueles já tratados como espaços já conquistados. Diante da crescente exigência do universo da globalização os meios de comunicação em massa, buscam aprimorar suas técnicas de conquistar e manter a audiência.
Para Bucci a TV apresenta amanhã o que não apresentou hoje , pois assim ,alcança o seu reconhecimento, somente quando ultrapassa suas próprias fronteiras .
Na perspectiva de Rezende “em aparente contradição, a TV exalta como mandamento máximo da indústria cultural, a idéia de que tudo deve ser descartável, de modo a impingir a impressão de que se deve estar sempre em busca do novo.
Compreende-se, da exposição teórica realizada até o presente momento, que a TV exerce influência sobre o telespectador. Através de seus códigos, imagens e discurso, a TV mobiliza afetivamente o seu púbico, atingindo seu imaginário . Certamente o jornalismo esportivo não se distancia da função predominante do telejornalismo que e prender a atenção do indivíduo.
Segundo Vidigueiras:

“A expansão da televisão foi um dos fenômenos mais importantes da história recente. Este medida parece exercer uma grande influência no homem moderno,sobretudo no âmbito de duas atitudes, valores e comportamentos “ .

Desta forma, ressalta-se que o jornalismo esportivo também faz parte da indústria cultural da TV, que através de seus ícones e linguagens exerce influência sobre o comportamento das pessoas e, diante de sua importância trataremos no próximo tópico sobre alguns de seus principais aspectos.

1.2. História do Jornalismo Esportivo

Para traçar a história do jornalismo esportivo se faz necessário o conhecimento do nascimento do futebol, pois somente quando este se torna notificável é que o esporte começa a ser valorizado.
.Shuen e Souza afirmam que:

“O jornalismo esportivo, como se sabe, se desenvolveu no Brasil concomitantemente à popularização do futebol. Desde o início, foi uma especialidade menos relevante dentro do jornalismo, nitidamente subalterna em relação ao jornalismo político, por exemplo, e atraía profissionais com menos habilidades e ambições que os redatores políticos e/ou literários “ .

O fenômeno social do esporte no Brasil é conhecido como o futebol . Este esporte consegue atrair multidões, e mobilizar a opinião pública, sendo também um esporte que une as classes sociais. Entretanto, até o final do século XIX este esporte não era reconhecido e era praticado de forma precária, sem projeção social .
Diante desta realidade, as notícias nos jornais divulgavam somente eventos esportivos praticados pelos jovens da classe abastada, tendo em vista a notificação do acontecimento. Desta forma, verifica-se que não havia interesse em noticiar os acontecimentos esportivos, mas havia a preocupação em notificar em coluna social, do que se ocupavam os jovens da elite naquela época.
Havia mais valorização pelas atividades que a classe burguesa desenvolvia, do que pela prática esportiva propriamente dita. Somente com o passar do tempo, e que o futebol começou a ser valorizado pela mídia, pois atingia um grande público. As pessoas tinham interesse por informações sobre o esporte, sobre seu time, e com isto a imprensa foi dando espaço ao esporte, pois tinha que atender as necessidades de informações do seu publico de torcedores.
Segundo Leandro :

“Não havia notícia em se falar de um jogo em que as pessoas saíam correndo atrás de uma bexiga de boi costurada ou uma bola improvisada de pano, de forma agressiva e pouco civilizada. Para os critérios aplicados pelos jornalistas da virada do século XIX para o XX, aquilo não poderia ser classificado de notícia. O que mais se aproximava da noção de esporte e tinha espaço nos jornais eram jogos de salão e passatempos que a juventude preferia, a exemplo da cabra-cega e do chicotinho-queimado, entre outras brincadeiras “ .

À medida que o futebol foi se popularizando, teve início o jornalismo esportivo, pois não havia um público de leitores interessados em notícias de um esporte praticado de forma improvisada e, além disto, havia interesse da imprensa em divulgar os esportes praticados pela alta sociedade por via de conseqüência seus atletas, filhos da aristocracia .
De acordo com Shuen & Souza (2004):

“Para entender a evolução do jornalismo esportivo no Brasil é importante, também, entender por que o futebol se tornou o esporte mais popular do país. Afinal, futebol e jornalismo esportivo evoluíram juntos nas primeiras décadas do século XX, cuja parceria se mantém até hoje” .

Os estudos realizados por Leandro (2003) demonstram que o futebol ganhou forças no Brasil a partir de 1901, quando foi trazida da Inglaterra a primeira bola de couro, pelo jovem José Ferreira Júnior. Este fato levou os leitores a buscarem informações nos jornais sobre outros esportes. No Brasil, o futebol se inicia nem 1894, introduzido por Charles Miller , entretanto, a popularização e a profissionalização do futebol no Brasil ocorreu no final dos anos 20 e início dos anos 30.

Shuen & Souza relatam que:

“O auge dessa apropriação e popularização só aconteceria nos anos 30, com a profissionalização do esporte e com a efetiva incorporação do futebol à pauta dos jornais. Mas antes disso, a fundação de clubes de e para operários já anunciava que elitismo no futebol brasileiro não duraria muito tempo”.

Assim, o futebol começa a ser apropriado pela massa de operários e de trabalhadores, bem como de negros e mulatos, deixando de ter um caráter elitista e aristocrático . A evolução do jornalismo esportivo acompanha o ritmo de desenvolvimento do futebol, pois quando este se torna uma paixão popular é que passa a estampar as páginas dos jornais .
De acordo com Soares apud Shuen & Souza “a profissionalização do futebol no início dos anos de 1930 e as transmissões dos jogos pelo rádio fizeram com que a editoria de esportes ganhasse cada vez mais importância”.
Botelho ao afirmar que o futebol, se profissionaliza no Brasil a partir do Campeonato Carioca de 1923, expõe que:

“O futebol carioca - com suas inovações, seu rápido processo de popularização, suas diversas apropriações por um grupo social cada vez maior e mais variado, bem como a transferência das mudanças da arquibancada para dentro dos campos na configuração dos times- dava assim o início do processo de profissionalização, liderado, sobretudo pelo Vasco da Gama.”

Leandro relata que na Bahia, no final do século XIX, não existia a mobilização de uma opinião pública favorável para o futebol , pois ainda não era aceito na sociedade baiana. Naquela época a divulgação de informações dos jogos era feito através de impressos em formato de revista ou jornal.
Estes informativos continham notícias sobre os custos dos equipamentos esportivos, as jogadas mais importantes e também as regras e regulamentos dos esportes. Entretanto, somente os atletas e seus familiares é que recebiam estas informações. A notícia era divulgada através do protojornalismo. Sobre o protojornalismo, Leandro (2003) esclarece que:

“Antes de a imprensa se consolidar no modelo capitalista, estes avisos e cartas particulares entre atletas e familiares transmitiram informações entre os desportistas pioneiros. Estes documentos [...] constituem o protojornalismo esportivo baiano “ .

Os estudos de Shuen & Souza sobre o noticiário esportivo brasileiro demonstram que:

“Em 1928 o jornal paulista A Gazeta passou a publicar o primeiro suplemento de esportes em jornal de grande circulação. Mas foi a partir dos anos 30 que os primeiros diários esportivos começaram a fazer sucesso na esteira da profissionalização do esporte que começava a ser encarado como meio de ascensão social para negros e brancos pobres” .

Diante deste contexto, observa-se que o futebol e o jornalismo esportivo foram ganhando espaço juntos , pois à medida que este esporte ia se profissionalizando e ganhando adeptos no país, a imprensa ia abrindo espaço para informar os leitores apaixonados por este esporte, ou seja, ela tinha o objetivo de atender o interesse da população sobre as competições. Assim, a cada dia o noticiário esportivo fortalecia e ganhava destaque nos jornais, reforçando a interface existente entre jornalismo esportivo e futebol.
Na perspectiva de Shuen & Souza (2004):
“No fim do século XX, a influência da televisão aumentou e a receita de sucesso dos seus programas passou a ser incorporada pelos jornais: ao lado do noticiário básico de resultados convivem estórias sobre as estrelas dos espetáculos esportivos. A vida pessoal dos jogadores – e não mais apenas dos jogadores de futebol – passou a fazer parte das estórias noticiáveis pelas páginas esportivas, com direito a chamada em primeira página “ .

A máxima valorização do jornalismo esportivo foi dada por Mário Filho, que foi o responsável pela organização de um caderno de esportes nos jornais A Manhã, Critica Mundo Esportivo e Jornal dos Sports .
Em 1958, a conquista da Copa da Suécia contribui para que houvesse a valorização do esporte no meio jornalístico. Para Amaral apud Shuen & Souza :

“Como a história do próprio futebol que monopoliza 80% do noticiário esportivo, a história da crônica esportiva brasileira pode ser dividida em a.M e d.M, antes do Maracanã e depois do Maracanã. [...] as conquistas da “Seleção de Ouro” em 1958 na Suécia, e 1962, no Chile, e o exemplo da imprensa européia, conferindo títulos de nobreza à reportagem esportiva, modificaram, no Brasil, a idéia do diretor ou do secretário de redação a respeito da seção de esportes e atraíram para a mesma, redatores da melhor categoria “ .

Desta forma, o jornalismo esportivo ganhou espaço na mídia , pois cada vez mais o futebol se torna um atrativo para a população brasileira. Os telespectadores passam a buscar as noticias esportivas nos telejornais e estes por usa vez busca escrever o que o leitor quer saber, pois mais do que leitor ele e um torcedor . Assim a relação entre futebol e esporte amplia sua atuação comercial , na qual ambos são beneficiados.
Acerca disto Silva esclarece que:

“A relação entre o esporte e a imprensa é marcada por uma interdependência. Para sobreviver a seus elevados custos, o esporte necessita da divulgação de seus eventos, bem como da constante exposição na mídia para manter e arrebanhar outros fãs/consumidores “ .

Esta relação comercial por um lado propicia o lucro para as empresas de comunicação, que querem atingir a grande massa popular, e por outro lado fomenta a prática do esporte no país . Ocorre também um monopólio da opinião pública em torno da questão esportiva. Um exemplo disto são as transmissões de jogos da Copa do Mundo, em que a população e incentivada pelos meios de comunicação a assistir aos jogos .
Sobre a crescente comercialização do esporte através dos meios de comunicação, Silva ressalta que:

“O esporte é uma das indústrias que mais cresce no mundo. As transmissões e a cobertura dos eventos esportivos alcançam as maiores audiências na televisão e no rádio, e são responsáveis por grande parte das vendas de jornaL “ .

Face ao exposto, verifica-se que o jornalismo esportivo, como veículo de comunicação de massa, especializou-se para atender a necessidade de informação um determinado público. Com conteúdo específico e linguagem apropriada, o discurso jornalístico esportivo continua atraindo milhares de espectadores, abrangendo um público heterogêneo como: crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres.
Como a participação da mulher se fortalece dia-a-dia em todas as esferas da sociedade moderna, com a mídia televisiva não ocorreu de forma diferente, pois constantemente presenciamos a inserção da mulher não só em eventos esportivos, mas também como torcedora e como apresentadora de telejornais esportivos.
Brauner ressalta que:

“A mulher ocupa, hoje, um lugar de destaque na construção de uma sociedade plural, capaz de conviver e respeitar as diferenças. A crescente participação em Jogos Olímpicos e outros eventos esportivos, em que as diferenças entre homens e mulheres vêm sendo dissipadas pelo desempenho e quebra de recordes, por sua vez vem proporcionando também, uma reconfiguração da identidade feminina “ .

Diante disto, o próximo capítulo irá abordar a participação feminina na imprensa e também na audiência.


1.3 História da imprensa feminina no Brasil

A inserção feminina na imprensa brasileira ocorreu no final do século XIX e início do século XX e desde então vem ampliando seu espaço e ganhando visibilidade em várias áreas do jornalismo .
Com proliferação dos centros urbanos, cresce também a participação da mulher na sociedade brasileira e conseqüentemente no espaço da imprensa que antes era ocupado apenas por homens. A participação das mulheres na imprensa ocorreu de maneira intensa e significativa, não se restringindo apenas a uma determinada região do país ou a uma determinada classe social.
De acordo com Muzart (2003):

“O número de mulheres no século XIX que escreveram, tanto em periódicos como em livros, é enorme e seu campo de atuação, também muito amplo: habitaram diversas regiões no Brasil, pertenceram a mais de classe social, da mais alta à bem pobre, foram brancas arianas ou negras africanas”.

No século XIX a produção literária feminina tinha o objetivo de conscientizar as mulheres brasileiras sobre seus direitos, por esta razão os textos datados daquela época tinham conteúdo expressamente feminista e eram divulgados em jornais ou periódicos . Nestes periódicos, ressaltava-se a importância da mulher participar ativamente da sociedade e isto representava uma luta social e política de inserção da mulher, que viria a se consolidar com o passar dos anos.
As pesquisas de Muzart sobre as mulheres na imprensa no século XIX revelam que:
“Uma das razões para a criação dos periódicos de mulheres no século XIX partiu da necessidade de conquistarem direitos. Em primeiro lugar, o à educação; em segundo, o direito à profissão e, bem mais tarde, o direito ao voto”.

Assim, os escritos em jornais das mulheres que viveram naquela sociedade visavam a luta pelo direito ao voto, à educação e à profissão . Elas expressavam suas idéias através da imprensa escrita, e buscavam a construção de uma nova identidade feminina, que não fosse submissa a ordem masculina que imperava na sociedade naquele momento histórico.
Havia um movimento social que impelia as mulheres ir em busca de seus direitos políticos e sociais, pois elas se sentiam injustiçadas e ficavam angustiadas com tal situação. O discurso representava o anseio pela liberdade, enfim, ela queria liberta-se da sociedade machista.
Defendendo, seu direito de não ser apenas uma dona-de-casa e mãe ou esposa, as mulheres escritoras, conseguiam expressar em seus discursos jornalísticos o anseio em participar de outras esferas da sociedade , como a área profissional,pro exemplo, atuando como medica, advogada.,etc.
Realmente é inegável a significativa contribuição para a integração da mulher na cultura e em diversas áreas dentro de uma sociedade patriarcal como era o Brasil, no período republicano .
Ao falar sobre os periódicos produzidos pro mulheres entre os séculos XIX e XX, Coelho ressalta que:

“Seu objetivo maior anunciava-se como o projeto de "propagar a ilustração e cooperar com todas as suas forças para o melhoramento social e para emancipação moral da mulher". Nesse primeiro jornal já aparece a tônica que estaria presente nos demais: a reivindicação de melhor instrução para as meninas jovens. Ao lado de notícias sociais, comentários sobre modas, festas, receitas e outros informes que interessavam às mulheres da época, multiplicam-se os artigos reivindicatórios da educação cultural para as mulheres “ .

Somente em 1852 é que foi criado no Brasil o primeiro jornal de mulheres. Em Florianópolis ainda no século XIX nasce o jornal O Crepúsculo, que foi fundado por Sabbas Costa, que incentivava a produção literária das mulheres, acolhendo suas colaborações.
O discurso feminino que se apresentava na mídia impressa daquele período expressava a reivindicação de sua condição feminina , que buscava seu espaço dentro de uma sociedade conservadora, machista e patriarcal.
Para Goellner (2005):

“No Brasil, até meados do século XIX, a estrutura extremamente conservadora da sociedade não permitia às mulheres grande participação em alguns ambientes sociais, dentre eles o esportivo, uma vez que eram criadas para serem esposas e mães. Gradativamente esse quadro começa a mudar. Recém-independente de Portugal, o país se preocupa em ser reconhecido pelas grandes nações do mundo e, atento aos avanços europeus, incentiva o consumo de bens e costumes importados”

Adentrando o século XX, no ano de 1918, o jornal “Penna, Agulha e Colher” foi fundado e escrito por mulheres , dando destaque e valorizando a produção feminina e principalmente divulgando as idéias das mulheres dentro da sociedade daquela época. Com este discurso, aos poucos foi sendo construindo uma nova identidade feminina, não só dentro da imprensa, mas na sociedade como um todo , tendo em vista a representação do ideal feminino na sociedade.
Buscava-se veicular tais idéias através de um meio de comunicação de massa, que era a imprensa escrita, pois se pretendia atingir um número cada vez maior de leitoras, ou seja, de mulheres que se engajassem na luta pelo movimento de emancipação feminina.
Compreende-se, desta forma, a participação da mulher na imprensa feminina no século XIX, foi fator fundamental para que as mulheres alcançassem seus objetivos em suas lutas sociais. No discurso feminino veiculado nos jornais daquela época , já havia os primórdios da construção de uma identidade feminina, que não fosse submissa ao mundo masculino.
As mulheres escritoras do final do século XIX, convocavam o público feminino a se inserir na luta pela emancipação , indo em busca da conquista de seus direitos políticos e sociais, pois segundo Oliveira “as mulheres sabiam que ser esposa e mãe significava também obedecer aos homens[...]sociedade, e era exatamente disso que elas queriam se livrar, pois não concordavam comesse sistema, queriam trabalhar fora de casa, conhecer outros aspectos do mundo”.
Muzart afirma que a produção destes periódicos e jornais foi intensa no final do século XIX e início do século XX e que:
“Esses periódicos foram avançados: defenderam os escravos, pregaram o direito voto, a igualdade diante da lei, o direito às profissões liberais, o pacifismo... E teceram uma imensa rede de mulheres brasileiras, e algumas portuguesas ou latino-americanas, cuja troca de idéias e de informações foi fundamental para que hoje estivéssemos aqui discutindo periódicos feministas no Brasil”.

Assim, a participação efetiva da mulher na imprensa está relacionada ao contexto histórico do movimento de emancipação feminina no Brasil .
No período da ditadura militar elas tiveram uma significativa participação na luta pelos direitos civis de liberdade de expressão, com a publicação de dois jornais feministas o Brasil Mulher e Nós Mulheres. Conforme Araújo apud Leite :
“Na fase de maior efervescência política e de abrandamento da censura, cresce imprensa alternativa e aparecem também dois jornais feministas em São Paulo: O Brasil Mulher e o Nós Mulheres. De acordo com Maria Paula Araújo, esses jornais feministas foram inovadores não apenas em termos de linguagem, de reivindicações e de propostas, mas também na forma de divulgar uma visão de mundo e uma nova concepção de política “

O conteúdo expresso nestes jornais refletia o pensamento político feminista, procurando divulgar assuntos que não eram divulgados péla imprensa oficial na época do regime militar.
Tinham o objetivo de veicular as lutas sociais das mulheres dentro da sociedade, conclamando as leitoras, a participação em massa , e com tal discurso, construíam a identidade feminina no contexto histórico do país. . Acerca dos propósitos do jornal Brasil Mulher, Leite afirma que:
“Quanto aos temas divulgados, vale destacar que o jornal Brasil Mulher, desde o número 0, afirmava a especificidade da luta das mulheres pela sua emancipação, debatia um conjunto de questões teórico-práticas ligadas à explicação da dominação/exploração das mulheres e divulgava as teses sobre a superação da sociedade patriarcal. Por outro lado, posicionavam-se sobre todos os fatos conjunturais em pauta na realidade brasileira pós-luta armada, em plena vigência da ditadura militar e da reorganização do movimento popular “

Havia a preocupação da inserção da mulher na sociedade através da luta pelos seus direitos de igualdade, pela emancipação política e sexual. Com este posicionamento social, as mulheres tiveram significativa participação na imprensa brasileira e influenciaram de forma positiva a mudança dos rumos da condição feminina na sociedade brasileira. Através da mídia escrita elas foram o porta-voz das mulheres brasileiras que ansiavam pela igualdade de direitos, que sem dúvidas conduziriam a sociedade mais digna e mais justa .
O trabalho na imprensa destas mulheres, sem dúvidas abriu os caminhos para os avanços que ocorreram no século XX e despontam com grande força no século XXI.
A produção literária em jornais e periódicos teve uma contribuição positiva e significativa tanto política quanto socialmente porque tinham o objetivo de integrar a mulher na sociedade através da educação e na luta pelos seus direitos de igualdade.






CAPÍTULO 2 - O DISCURSO JORNALÍSTICO FEMININO

Neste capítulo, em linhas gerais buscamos a compreensão para o discurso jornalístico na perspectiva feminina. Na perspectiva de Baktlin o discurso jornalístico pode ser entendido como um tipo de discurso de gênero secundário, o qual diz respeito a comunicações que estão relacionadas à esfera pública e formas mais complexas de interação social.
Para Hagen:

“O discurso jornalístico como produtor de sentidos entre sujeitos mediados por um objeto simbólico. Um discurso que trabalha fundamentalmente com aquilo que lhe é exterior e que não prescinde de outros discursos nessa estruturação “ .

Nesta direção, a produção do discurso jornalístico feminino apresenta-se como uma nova condição da inserção da mulher na sociedade, disseminado sua valorização cultural e profissional através da interação linguagem e discurso .
É importante ressaltar que a figura feminina na sociedade é algo em terna construção, pois sua identidade, dentro do contexto da mídia, tanto televisiva, cinematográfica quanto escrita, sofre transformações. Entretanto, a sua essência permanece a mesma.
Existe uma relação entre experiência social e organização da linguagem que são balizadas por paradigmas culturais de gênero. Assim, o discurso feminino sempre se apresentará diferente do discurso masculino .

Segundo Pires :

“Conforme sabemos, o conceito de gênero refere que, como se nasce e se vive em tempos, lugares e circunstâncias específicos, existem muitas e conflitantes formas de definir e viver a feminilidade e a masculinidade. Tais formas são sempre mediadas pelas práticas sociais discursivas”

Contudo, é preciso ressaltar que as construções de gênero estão sempre sendo reconstruídas, pois os valores da sociedade mudam, e conseqüentemente, ocorreram mudanças nas maneiras de ser tanto do homem quanto da mulher.
Na cultura moderna, se tornou necessário a construção de um discurso jornalístico para alcançar o telespectador que usufrui deste contexto social . Dentro dele encontram-se as mulheres modernas que buscam a valorização feminina.
O discurso jornalístico feminino pode veicular concepções de mundo através da sua linguagem, fortalecendo assim, o papel da mulher na sociedade, trazendo à tona a questão da pluralidade do ser humano .
Isto é possível, porque a palavra é um signo e segundo Pires (2002):

“O signo lingüístico tem, pois, uma plurivalência social que se refere ao seu valor contextual, sendo a situação social imediata a responsável pelo sentido. Ao produzirmos discursos, somos intermediários que dialogamos e polemizamos com outros discursos já existentes em nossa cultura. Toda compreensão é um processo ativo e dialógico, portanto, tenso, uma vez que implica uma relação interpessoal” .

Diante disto, considerando que todo discurso é dialógico e implica numa relação interpessoal, a produção jornalística feminina possibilita a construção da identidade feminina, pois a sua linguagem é carregada de significados de experiência social vivenciada pela mulher em seu cotidiano, enfim na sua luta pela emancipação.
Para Barbosa:

“Isto é no processo de socialização aprendemos entre outras coisas um modo de agir através do uso da linguagem que irá construir uma identidade de gênero. Ao adotar de dizer estamos construindo identidades e pertencimento “ .

Assim, pode-se dizer que a mulher, quando responsável por uma produção jornalística apresenta um estilo de comunicação que possibilita ao leitor/telespectador construir sua identidade. O estilo de linguagem masculino se diferencia do feminino, sendo que este está mais centrado na relação e o masculino está centrado na mensagem.
Barbosa ao se referir aos estilos de linguagem de acordo com Lakoff (1979) explica que:
“O estilo feminino estaria mais próximo da camaradagem, mais consciente de um interlocutor (conexão); em oposição, ao estilo masculino mais próximo da clareza, dando maior ênfase ao conteúdo informativo (relato)” .

Fica claro, diante da citação supra, que o homem e mulher atribuem diferentes significados aos seus discursos, sendo que a mulher procura dar ênfase no envolvimento durante o processo de comunicação. Por outro lado, os homens a clareza de informação, porém não dão ênfase ao envolvimento no processo de comunicação.
Este estilo de comunicação possibilita a construção da imagem positiva da mulher na sociedade patriarcal uma vez que, segundo Barbosa (1998):

“Quando nos comunicamos, estamos construindo uma imagem nossa, e obtendo impressões sobre nossos interlocutores. } Esta imagem foi definida por Goffman (1967) de self/face – auto - imagem pública delineada em termos de atributos socialmente aprovados. Para o autor, há uma preocupação por parte do falante em apresentar-se com a face correta, o que faz com que monitore sua conduta (padrão verbal ou não verbal) para controlar a expressão de si mesmo, a visão que tem das coisas e do seu julgamento do outro “ .

Assim, a produção jornalística feminina comunica a construção de um conceito do que ser mulher e apresenta-se como uma porta-voz do mundo feminino, sendo solidária com este universo da qual fazem parte milhares de leitoras/espectadoras.
Desta forma, existe na comunicação um envolvimento com, universo feminino, que ao mesmo que influencia é influenciado por ele, ou seja, à medida que a produção jornalística feminina altera os comportamentos ela também sofre alterações, pois, o processo de comunicação é dinâmico.
Neste sentido, entende-se que os meios de comunicação constituem formas comunicativas e de processos, através dos quais fenômenos são apresentados/representados e por qual um experiência sócio-cultural é interpretada .
Assim, todo fenômeno social tem uma dimensão de gênero, implícito ou explícito, sendo que a atuação dos meios de comunicação são fatores que formam a identidade e a subjetividade das pessoas .
Assim, partindo do pressuposto de que a preocupação dos meios de comunicação em massa não está reduzido à simples veiculação de conteúdos, mas se trata de produzi-los de tal forma a manter ou não uma situação, garantindo sua continuidade, e tendo presente que o gênero “é um primeiro modo de dar significado à relações de poder , as questões de gênero se apresentam como um desafio aos meios de comunicação de massa .
A importância e a relevância da questão de gênero nos meios de comunicação, na sociedade contemporânea, estão relacionadas aos conteúdos culturais e aos sentidos das mensagens que são transmitidas ao grande público.
Marques de Melo ressalta que:

“Os conteúdos culturais dão sentido às mensagens implícitas nos bens simbólicos construídos e/ou difundidos pelas indústrias, serviços media[áticos, ao lado dos conceitos comunicacionais e dos processos midiáticos, como parte integrante na formação dos profissionais de comunicação “ .
Na sociedade contemporânea, prevalece nos meios de comunicação a imagem da mulher, como uma pessoa que é capaz de vencer obstáculos, entretanto a questão do homem dominante ainda não é amplamente polemizada.
Constata-se uma complexidade na representação do masculino e feminino dentro da sociedade, é fortalecida pelas mensagens da mídia, que projeta um modelo de mulher , que polariza a idéia de eficiência feminina subordinada ao sexo oposto .
Neste pensamento, acredita-se que os meios de comunicação de massa, vinculadas ao poder e a estratégias comerciais, influenciam a construção da diferenciação entre feminino e masculino na sociedade contemporânea .
Cabe ressaltar , que a produção do conteúdo nos meios de comunicação , envolve o gênero, e focalizam a mulher, uma vez que tais questões também estão condicionadas a fatores da produção cultural. Dentro deste quadro, indaga-se se os meios de comunicação serviriam para definir os rumos da história da mulher, pois a mídia pode ser um instrumento que auxilia a realidade .
De acordo com Bordieu , “caminha-se cada vez mais rumo a universos em que o mundo social é descrito e prescrito pela televisão. A televisão se torna o árbitro do acesso à existência social e política”.
Assim, no jornalismo esportivo da TV, a imagem da mulher comunica a informação, mas ao transmitir esta informação ao público, sua mensagem vem carregada de significado, ou seja, expressa o envolvimento, atendendo a demanda de comunicação do discurso do universo feminino e apresenta-se como uma reflexão necessária para as questões de genro na mídia.


CAPÍTULO 3 - O JORNALISMO ESPORTIVO FEMININO NA TV

3.1. A mulher na TV

Como foi ressaltado nos capítulos anteriores deste estudo, a presença feminina na imprensa inicia sua história no final do século XIX e desde daquele momento vem se desenvolvendo acompanhando o ritmo de desenvolvimento da sociedade. Permeada, pelos acontecimentos sócio-políticos e econômicos daquela época., as lutas femininas ganham espaço significativo dentro da sociedade .
Nas palavras de Oliveira:

“Por volta de 1850, as mulheres aproveitaram o crescimento da imprensa brasileira para criar canais de informação e de troca de idéias sobre o que pensavam e diziam delas próprias, contradizendo o que a sociedade dizia ou lhes exigia, o que representa uma espécie de autoconscientização de sua condição feminina “

Neste contexto, a participação da mulher nos meios de comunicação, também foi ganhando espaço, pois elas utilizavam a imprensa como meio de expressar sua luta social. Acerca disto, Oliveira ressalta que:
“O jornalismo feminino da segunda metade do século XIX foi feminista, pois as mulheres, que antes de serem escritoras e jornalistas eram mães e esposas, como a sociedade lhes exigia, expressavam nos textos um discurso reivindicatório em favor próprio “ .

A partir deste contexto histórico, com o aceleramento do processo de urbanização das cidades e as mudanças na relação entre os indivíduos promovidos pela globalização ocorreu a alteração nos processos de comunicação em massa.
Costa sobre o processo de globalização afirma que:

“O processo de globalização é algo complexo e difícil de conceituar e/ou mesmo mensurar, não apresentando ainda um arcabouço teórico definido, uma vez que é um termo utilizado em alusão a vários fenômenos e fatores que redefinem as relações internacionais e afetam os diferentes aspectos da vida social, tais como a economia, a comunicação, a tecnologia, a cultura, a religião etc. Um primeiro aspecto importante a ser discutido é que o fenômeno da globalização não é algo que está pronto e acabado, mas, sim, um processo que, como tal, depende de uma série de fenômenos que poderão produzir os mais diversos efeitos sobre a sociedade em transformação. Efeitos que, por certo, não irão ocorrer com a mesma intensidade e ritmo entre os países e as regiões. Um processo que vai depender de diversas correlações de forças na sociedade” .


Como se observa, o processo de globalização é um fenômeno intenso e que está presente em todas as esferas sociais. Com ele a mulher ampliou seu contexto de atuação e se constituiu num grande marco para que atingisse novos postos de trabalho trazendo consigo a transformação das relações sociais.
Esta transformação foi possível porque a mulher se tornou consciente do seu papel e da sua importância no processo produtivo dentro da sociedade moderna. Neste panorama, encontra-se a mulher assumindo papel de destaque no território da informação tanto na mídia imprensa quanto na visual, ou seja, na TV.
Sabe-se que a globalização acarretou mudanças nos processos de comunicação em massa e que:


“No século XXI, a produção e o consumo de informação acompanharam o ritmo da globalização e hoje, sem muito esforço, podemos saber do que aconteceu a poucos minutos em qualquer parte do planeta. Percebemos, no entanto, que a produção dessa informação, bem como sua circulação, não acontece de forma livre e democrática “ .


Neste contexto, compreende-se que a mídia é um forte instrumento de transmissão de valores sociais, culturais e econômicos e que tem poder de influenciar a opinião pública. Este poder está relacionado ao efeito simbólico que a mídia é capaz de produzir. Acerca disto Silva salienta que:

“É grande o poder simbólico que envolve a mídia, capaz de transformações na estrutura da sociedade. É capaz também de formar cidadãos conscientes sobre o mundo em que vivem e as formas possíveis de torná-lo um lugar melhor para todos “ .


Portanto, é inegável, a influência dos meios de comunicação na sociedade contemporânea. O jornalismo televisivo, por sua vez, também exerce grande influência, tendo em vista que alcança um grande público, onde este recebe uma grande variedade de notícias, ampliando assim o sue leque de informações. De acordo com Negrini & Tondo (2007):
“Na sociedade do século XXI, a televisão é um meio de comunicação com amplo retrospecto social e abrangência [...] A mídia televisiva é o meio de divulgação em massa que une os principais sentidos humanos: utiliza-se da locução e da imagem em movimento para apreender os olhares do público “.


Dito em outras palavras, a televisão é um meio de comunicação que está voltado para atender um público imenso e heterogêneo e possibilita a relação com o público através de diferentes imagens e formas de discurso.Desta forma, a televisão é considerada um meio de comunicação de massa que possui uma ampla dimensão social. Em seus estudos sobre o jornalismo televisivo, Negrini & Tondo relatam que:

“A TV é um dos veículos que proporciona à sociedade um leque de opções, fazendo com que seu espectador tenha a informação e o entretenimento ao mesmo tempo. Desta forma, a televisão pode ser considerada um meio de } destaque na vida das pessoas, proporcionando a elas temas para discussão, tornando-se assim uma forma de estabelecimento de laços sociais “ .


Tendo este amplo espectro, a mídia televisiva apresenta as informações esportivas de forma diferenciada, trazendo ao público a figura feminina como protagonista do discurso jornalístico. A ocupação deste espaço pela mulher, que antes era só dos homens, adquiriu ampla repercussão nos últimos anos na indústria da comunicação de massa. A inserção da mulher no jornalismo esportivo significou a possibilidade de transmitir à sociedade o novo papel da mulher implicando na transmissão de valores culturais, caracterizando assim, um novo paradigma para o mundo feminino.
Negrini & Tondo ( 2007) afirmam que :

“A televisão, com o passar dos anos, tem tido grande aceitação entre o público. E, na disputa por audiência, as emissoras apostam em diferentes formatos de programas e na interação entre o público e o veículo. A na hora de inovar nos programas por parte das emissoras atinge, também, o telejornalismo”.


Neste contexto, a participação da mulher nos meios de comunicação, especificamente, no jornalismo esportivo tem aumentado, dando ao telespectador a legitimação do efetivo alcance do papel feminino na sociedade globalizada. Outro aspecto relevante é que as emissoras, tendo em vista o acirramento da concorrência nos meios de comunicação procuram inovar, contratando mulheres, no intuito de cativar o público feminino.



Para Hoineff apud Ribeiro diz que:

“A televisão sugestiona a opinião, os valores e o comportamento da esmagadora maioria dos brasileiros. “A mística da audiência é a mística do sucesso”. (...) Sucesso é o que é massivamente consumido. E o consumo de massa é emocional, antes que cerebral.”

Ainda nesta direção a atuação feminina diante das câmeras de um programa de esporte, concede mais força para a voz da mulher num espaço de comunicação tão importante como e a televisão.
Desta forma, o poder da mídia televisiva extrapola o universo masculino e abre caminhos para a massificação da opinião feminina. Com a imagem, gestos, cores e sons veiculados na TV, a presença da mulher no jornalismo esportivo escreve mais uma página de sua história, na qual tanto o publico feminino quanto as apresentadoras são as principais protagonistas.

3.2. Audiência Feminina

A discussão do tema sobre a participação da mulher no jornalismo esportivo leva a refletir sobre alguns aspectos da audiência feminina, uma vez que a imagem e o discurso têm o objetivo de cativar o este púbico.
Considerando que o jornalismo se constitui uma prática social, que pela veiculação de imagem dissemina os valores e a cultura do universo feminino e por conseqüência traz consigo a força da identidade, a análise da audiência feminina também se torna imprescindível.
Sobre a identidade feminina, Oliveira afirma que:
“A identidade feminina e visível na escrita, pois a mulher geralmente e feminista e defende seu próprio direito de libertar novos significados textuais e escolhem quais aspectos de um texto ela acha relevante. Esta identidade e (e foi) relevada tanto na literatura, quanto no jornalismo, historicamente as mulheres passaram a expressar suas realidade e lutas pelas suas causas direitos e igualdade concretizando assim um sujeito consciente de seu papel social”.

Na sua linguagem, no seu discurso diante das câmeras, a mulher consegue produzir um impacto social de gênero, ou seja, consegue desmitificar que o mundo dos esportes só pertence aos homens.
O poder da comunicação em massa leva o público feminino ao assistir um programa de jornalismo esportivo comandado por uma mulher, a incorporar gestos, atitudes, linguagens e comportamentos que ajudam a construir a identidade feminina na sociedade moderna. Oliveira apud Pires ressalta que existem diferenças entre homens e mulheres e que, contudo:

“Há uma cultura feminina própria que fez com que as mulheres ousassem fazer uma proposta paridade/igualdade com os homens. Esta cultura e o fundamento da diferença: mulheres são diferentes, uma vez que, no centro de sua existência coabitem valores diversos como a ênfase no relacionamento interpessoal, a atenção e o cuidado com o outro, a proteção da vida, a valorização da intimidade e do afetivo e a gratuidade das relações”.

Ao direcionar este contexto para a informação do noticiário esportivo na TV, depara-se também com a construção da identidade feminina com o propósito de conquistar o publico cada vez maior de mulheres, apresentando muitas vezes, um espetáculo no lugar de noticiário, ou seja, ocorre a transformação da noticia, tendo como coadjuvante o gênero feminino.
Segundo Gorito e Helal (2007) o programa Globo Esporte, tem o objetivo de espetacularizar a notícia e impulsionar o aumento da audiência do púbico feminino. Portanto, ocorre uma difusão de valores do gênero feminino quando este e transmitido por mulheres, tendo grande repercussão junto a este público, mesmo apresentando um caráter de entretenimento mais do que informativo.
A presença feminina no noticiário esportivo além de conclamar este púbico a participação massiva no mundo esportivo, também exerce influencia na evolução da condição feminina. Assim, observa-se que a audiência feminina sofre grande influencia dos meios de comunicação, sobretudo, quando as informações são produzidas e transmitidas por pessoas do mesmo gênero.
Oliveira (2002, p.6) esclarece que nos programas televisivos direcionado para mulheres “existe toda uma estrutura simbólica que caracteriza um modelo convencional de mulher. [...] Para isto são otimizadas estratégias de aproximação às vezes até extravagantes”. O autor também ressalta que para conquistar este publico os produtos midiáticos, apresentam estereótipos associados a condução feminina.
Ao finalizar esta breve exposição teórica sobre a participação da mulher no jornalismo esportivo, bem como se da a sua influência na audiência feminina , no próximo capítulo enfocaremos a história do programa Globo Esporte na TV, tendo em vista apresentar alguns aspectos sobre a participação feminina neste programa ao longo dos anos.

















Capítulo 4 - HISTÓRIA E ANÁLISE DO PROGRAMA GLOBO ESPORTE DA TV GLOBO: A mulher no comando

4.1. Uma breve história do programa Globo Esporte

Uma partida de futebol entre São Paulo e Palmeiras, no Pacaembu, foi o primeiro evento esportivo da TVB brasileira, transmitido na época pela TV Tupi. As primeiras transmissões de esporte pela TV havias muito exagero de narrações. Naquela época ainda se adotava o comportamento das transmissões que eram feitas pelo radio. Desta forma, ainda não se levava em conta que o telespectador estava assistindo as imagens.
De acordo com as informações registradas no site Rede Globo (2009), veiculado na internet, na página Memória da Globo, o programa Globo Esporte ,foi criado no ano de 1978, no mês de agosto. Inicialmente seu objetivo era a transmissão de jogos de campeonatos estaduais e nacionais de futebol.

“O Globo esporte foi criado em agosto de 1978. No início, era dedicado quase que exclusivamente à cobertura dos torneios estaduais e nacionais de futebol. Apesar do destaque dado ao futebol, já no primeiro ano do programa havia reportagens sobre motociclismo, tênis, boxe, natação, basquete, entre outras modalidades esportivas “ .

Naquela época também eram feitas reportagens sobre outros esportes, entretanto eles ainda tinham pouco espaço no noticiário esportivo da emissora.
Aos poucos, o programa foi apresentando reportagens sobre outros esportes que também eram do interesse do público. De acordo com as informações registradas no site da Rede Globo (2009):

“O Globo esporte pode ser definido como uma mistura de informação e entretenimento. A pauta passou a abordar reportagens curtas sobre times e atletas, os resultados, os melhores lances de jogos e campeonatos; além de procurar o lado inusitado do fato esportivo “ .

O programa de telejornalismo esportivo era transmitido diariamente, de segunda a sábado, entretanto somente a partir de 1983, e que começou a ser exibido aos sábados também. Além de se transformar num programa diário e transmitir noticias de diversos esportes, o programa Globo Esporte também passou por mudanças na sua equipe de profissionais . Segundo as informações no site da Rede Globo (2009):

“Na década de 1980, o jornalismo esportivo da TV Globo revelou nomes como Isabela Scalabrini, Luiz Fernando Lima, Tino Marcos, Mauro Naves e Marcos Uchoa. Alguns desses repórteres dedicaram suas carreiras ao esporte, outros foram trabalhar em outras editorias como Cidade e Internacional. Isabela Scalabrini foi para TV Globo de Minas e Marcos Uchoa se tornou correspondente internacional da emissora em Londres. Luiz Fernando Lima é diretor de Esporte da TV Globo desde 1996.”

A partir deste momento, mulher vem ganhando espaço dentro do telejornalismo esportivo, sendo primordial a sua atuação profissional para conquistar o público feminino.


4.2. A participação da mulher no programa ao longo dos anos

A participação da mulher no programa Globo Esporte está relacionada ao contexto social e político, no qual se travaram lutas para a emancipação feminina dentro da sociedade patriarcal. Outro aspecto importante, é que na medida em que a mulher foi se inserindo no mundo dos esportes, como a participação em campeonatos e nas Olimpíadas, em diversas modalidades esportivas, influenciou a entrada e a permanência da mulher nos programas esportivos.
A presença feminina, no mundo dos esportes através dos meios de comunicação em massa, especificamente nos programas de noticiário esportivo, teve por objetivo atingir o público feminino.



Segundo Ramos:

“Estas mudanças repercutiram diretamente nos programas esportivos da telinha. As mulheres vieram para soltar o verbo; entendem de basquete, rali, fórmula 1 e futebol. Em geral, aquelas que estão à frente do jornalismo esportivo não deixam de fazer parte do imenso grupo de amantes e praticantes femininas de esportes “ .

Assim, observa-se que a identidade feminina está presente nestes programas esportivos que são conduzidos por mulheres, contribuindo para ampliar a audiência de mulheres e influenciar seus valores, atitudes e comportamentos em relação ao mundo dos esportes.
Diante deste quadro, cabe ainda ressaltar que este espaço feminino na mídia tem uma conotação histórica e social, se constituindo também num interesse da produção de um discurso jornalístico objetivando a apresentação de uma determinada realidade, que é por um lado influenciada pelo contexto social no qual a notícia é produzida , e por outro lado, pela interpelação do jornalista/narrador, enquanto sujeito que interage neste contexto.
Oliveira colabora com este pensamento, afirmando que “o texto da mídia como qualquer outro é afetado por fatores sociais, pela história, pelos estereótipos e os jornalistas são interpelados enquanto sujeitos (Althusser, 1998) e interage com todas estas forças discursivas”
Considerando tal afirmativa, evidencia-se que ao proferir seu discurso o jornalista, enquanto sujeito, produz em seu enunciado as marcas históricas que foram construídas socialmente. Nos programas de jornalismo esportivo, como o Globo Esporte, objeto deste estudo, o discurso jornalístico feminino é historicamente construído, no qual as mulheres deixam sua marca enquanto sujeito social.
O discurso jornalístico produzido pelas mulheres no espaço da mídia destinado ao jornalismo esportivo é influenciado pela posição social que as mulheres ocupam na sociedade. Isto ocorre porque, os textos da mídia são considerados versões da realidade que , ao serem produzidos são influenciados, pela posição social, interesses e também pelos objetivos de quem os produz .
Nesta visão, da produção do discurso jornalístico ser construído socialmente, Carmagnani apud Oliveira expõe que “o discurso jornalístico é caracterizado pela imposição de uma homogeneização que cria e busca manter a ilusão de um sujeito uno, um narrador onisciente de todos os passos de sua produção” .
Nesta perspectiva, se torna crescente a participação das mulheres nos programas de jornalismo esportivo, tendo em vista a escolha de assuntos de acordo com uma determinada categoria que foi construída socialmente, objetivando a representação da mulher na mídia, interpelado a notícia esportiva, com sua força discursiva, pois segundo Fowler apud Oliveira , “podemos entender a notícia como socialmente construída e que serve como função para as relações de poder geradas pela posição binária homem/mulher.”
Observa-se na análise do programa Globo Esporte, inicialmente a presença de duas jornalistas. A apresentadora Mylena Ciribelli, que começou na bancada do programa, em 1991, revezando-se com Fernando Vannucci, Léo Batista e a jornalista Isabela Scalabrini (que já apresentava o Globo Esporte, desde 1987, apenas aos sábados) .
A participação destas mulheres no telejornalismo esportivo traduz o funcionamento da identidade da mulher na mídia, ou seja, ocorre uma representação social, que tem por objetivo explicar a realidade e compreendê-la. Além disto, representação social cumpre o papel de orientar e justificar comportamentos, definir identidades conforme o sexo dos indivíduos .
Silva apud Oliveira, acerca das representações sociais afirma que:
“É por meio da representação que a identidade e a diferença adquirem sentido. Quem tem o poder de representar, tem o poder de definir e determinar a identidade. É através da representação que a identidade e a diferença se ligam a sistema de poder . Poder que forma saberes e produz discursos (Foucault)”

Justificando tal proposição teórica, sobre a mídia como instrumento de representação social, verificou-se que em 2008, em comemoração ao 30ª aniversário do programa, foi convocada uma mulher para atuar junto a um homem, demonstrando com isto a força feminina neste tipo de telejornalismo. A presença feminina, estava aliada, a mudança de cenários e do padrão que o programa sofreria no inicio daquele ano .
Neste sentido, observa-se a intenção da mídia que a presença feminina deixe a sua marca. Lembramos que Ramos destaca que:

“Os programas esportivos de TV deixam sua marca feminina. O Esporte Espetacular é um dos programas mais antigos da TV Globo (1973), mas nem por isso deixa de manter o bom humor e apresentar o lado descontraído do esporte. O programa é chefiado por uma mulher, Vivian Karla, e, dos quatro âncoras que se revezam, uma única vaga é preenchida por um jornalista homem, Tino Marcos.”

Assim, desde que teve início, o telejornalismo esportivo da Rede Globo, a cada ano que passava, foram inseridas novas apresentadoras em cena, como foi o caso de Glenda Kozlowski, que “em 2003, começou a apresentar o bloco local do Globo Esporte em São Paulo. Sua primeira experiência em coberturas de Copa do Mundo foi em 2006, na Alemanha, quando produziu reportagens para todos os telejornais da TV Globo” ).
Diante de tal fato, evidencia-se que, através do telejornalismo esportivo, com a mulher no comando do noticiário, reforça a representação social feminina, dando visibilidade e um fundamento para afirmar sua identidade e evidenciar seu papel dentro da sociedade.
Ocorre tal fato, porque a mídia é um meio de comunicação que produz e também dissemina representações sociais, permitindo assim a compreensão que o sujeito tem de si e do grupo ao qual pertence .
Cabe ainda ressaltar que os textos jornalísticos apresentam representações da identidade feminina, tendo em vis convencer o expectador que o espaço da mulher na imprensa está assegurado .
Esta proposição é justificada por Bueno et al que argumentam que :


“Da mesma maneira, o telejornalismo também contribui para a criação e veiculação de representações. Por meio do agendamento e enquadramento, posiciona mas representações presentes neste meio, pois influenciam a pauta das questões consideradas relevantes (ou seja, se constituem como arenas estratégicas para formação da agenda pública, atuando como ponte de articulação entre as demais arenas e como canal de difusão do que ocorre nelas), e, produzem e disseminam uma interpretação do mundo, por intermédio de uma retórica implícita presente na estrutura da matéria jornalística, que pode ser patrocinada por vários atores sociais “ .

Assim, ao mesmo tempo em que esta representação é socialmente construída, ela, por outro lado legitima e justifica o cotidiano das mulheres telespectadoras, pois a mídia televisiva , através do telejornalismo é um instrumento de mediação do sujeito com o mundo e também se constitui como um construtor sobre a realidade social .
Neste contexto entende-se que o telejornalismo esportivo, como meio de comunicação, além de mediar a relação do sujeito com o mundo dos esportes, também dissemina as representações sociais, através da presença feminina no comando do noticiário esportivo.
Considerando a importância do telejornalismo esportivo como instrumento de construção de identidade social , através de discursos sociais que influenciam o cotidiano dos telespectadores, verificou-se que a repórter Isabela Scalabrini fez seu primeiro trabalho profissional como repórter, na primeira equipe do programa Globo Esporte. Outro evento significativo no mundo dos esportes e que teve a presença feminina em destaque , foi a comemoração do 50º aniversário do Maracanã .
Segue a isto a afirmativa de Ramos ( 2007), expondo que:
“Grandes nomes surgiram para marcar a presença feminina no jornalismo esportivo. A participação das mulheres no esporte e a credibilidade do jornalismo esportivo estão nas mãos delas, que desde a Grécia Antiga, lentamente, conquistaram com méritos seu espaço”.


Outro evento relevante, que marca a presença feminina no telejornalismo esportivo, foi em junho de 2000, o Maracanã (estádio Mário Filho) completou 50 anos. No dia 16 de junho, data oficial da inauguração, o Globo esporte ganhou uma abertura especial. O programa comemorativo foi apresentado por Mylena Ciribelli de dentro de um helicóptero que sobrevoava o Maracanã, e por Maurício Torres, direto do gramado do estádio .
Assim, constata-se que, desde que foi ao ar, o programa Globo Esporte tem aberto espaço para a atuação profissional das mulheres, objetivando, sem dúvidas, a conquista da audiência feminina. O discurso jornalístico feminino produzido por este programa, aliada as imagens e sons, visa atingir um público muito específico que são as mulheres, e se apresenta como uma possibilidade de construir a representação social feminina, e disseminá-la na sociedade.
Este argumento, fundamenta-se na perspectiva de Bennett apud Bueno et al

“Em relação ao telejornalismo essa possibilidade também existe, pois apesar de buscar neutralidade e objetividade, é necessário considerar que é construído por narrativas elaboradas a partir da perspectiva de indivíduos, que podem produzir várias representações de uma mesma situação, ao selecionar determinados aspectos da realidade em detrimento de outros, tornando-os mais salientes, de forma a promover um sentido particular deste”


Diga-se,com grande ênfase, que estas mulheres que constituem o público feminino, são mulheres que vivem num ambiente em plena transformação de valores e comportamentos e que , sendo inevitavelmente influenciadas pela TV (veículo de comunicação em massa), adotam posturas, comportamentos, valores e atitudes de suas apresentadoras.
A segmentação da mídia telejornalística, ao apresentar a mulher no comando dos programas esportivos, coloca em funcionamento a imagem feminina como um aparato de sedução para o público masculino, tendo em vista que se pode visualizar no vestuário nos padrões da cultura contemporânea e que denotam sensualidade. Assim, as imagens e palavras das apresentadoras comunicam sensualidade através de seus gestos.
Esta constatação, é verificada nos pressuposto de Irigaray apud Oliveira , que ao tratar sobre a relação da relação binária sexo/gênero, afirma que :

“As mulheres estão em situação de exploração sexual, social , econômica e cultural, porque não são sujeitos participantes , mas meros objetos de transação sexual, econômica , social e cultural.Elas só conseguem acessar a linguagem pelo sistema masculino de representação”.

Outro aspecto que ressalta a sensualidade das apresentadoras são os penteados e a maquiagem que contribuem para veicular a imagem da mulher ligada ao padrão de “mulher ideal”, ou seja, que está sempre bem vestida e bem arrumada .
Após a conquista dos expectadores, o telejornal esportivo, é preciso continuar mantendo a veiculação do programa de acordo comas expectativas do público, e principalmente continuar disseminando os valores de mulher ideal, pois assim alcançará sucesso na manutenção de seu público- alvo. Assim, as representações sociais influenciam a construção de valores e comportamentos sociais.
Acerca desta influência Bueno et al (2009), expõe que:

“Ao mesmo tempo em que as representações derivam dos valores dos jornalistas e da sociedade, também, reforçam tendências comportamentais ou propiciam o estabelecimento de novos valores, fornecendo apóio para a solidificação ou extinção de determinados comportamentos e identidades”

Verifica-se tal influência no vestuário das apresentadoras do Globo Esporte, que através da moda legitima a identidade feminina. Neste sentido, é importante ressaltar que a moda é uma linguagem simbólica capaz de refletir o status social do indivíduo, bem como influenciar o comportamento de vestimenta de um determinado grupo social. A moda está relacionada ao comportamento social, e assim, está presente nas relações humanas .
Assim sendo, as roupas, se transformam num meio de comunicação entre os homens, sendo, portanto, um código que contém elementos que expressam a realidade social na qual vive e mantém suas relações sociais .
A influência da mídia televisiva, na construção d identidade e disseminação de valores e comportamentos, é claramente confirmada por Sousa apud Bueno et al , ao afirmar que:
“A imprensa pode construir, projetar ou consolidar identidades sociais, atuando como legitimadora ou questionadora da estrutura vigente. Pois, realiza muito mais do que apenas refletir essas identidades e relações sociais, mas participa do processo de construção destas, ou seja, não apenas descreve a realidade, mas, também, molda as percepções do que é a realidade”.

Por esta razão, ao veicular a imagem da mulher nos padrões da moda contemporânea, a mídia televisa influencia o comportamento dos telespectadores, pois a moda utiliza artefatos presentes em uma determinada cultura. Assim, as apresentadoras do telejornalismo esportivo, conseqüentemente estão inseridas no fenômeno cultural e transmitem os valores e as crenças para um determinado público .
Quanto aos conteúdos abordados nos telejornais esportivos pelas mulheres, nota-se que utilizam uma estratégia polida de expressão, ou seja, estes são transmitidos com polidez .
Para Tomé :

“A maioria dos programas mantém um ambiente cordial e de descontração entre os participantes. Por isso é comum que surjam risadas (ou até gargalhadas)generalizadas quando algo engraçado é dito. Porém, a risada também aparece (menos espalhafatosa) quando o clima está tenso”

O conteúdo transmitido não trata de temas apenas relacionados ao futebol, porém adota-se uma linha irreverente, possibilitando maior interação, sendo que algumas reportagens utilizam recursos sofisticados com animações e vinhetas. A interação on line com os telespectadores é feita através de emails, nos quais os telespectadores participam do programa, fazendo com que ocorra uma afinidade com o público-alvo (GLOBO ESPORTE, 2009).


4.3. Consideração final da problematização

O tema proposto para a discussão neste estudo foi a participação da imprensa feminina no jornalismo esportivo: análise do programa Globo Esporte da TV Globo.
Devido a relevância da importância da mulher em varias esferas da sociedade, buscou-se entender como se deu a participação da mulher neste programa de noticiário esportivo tendo em vista, aspectos históricos da participação da mulher na imprensa brasileira.
A principal problemática referente a este estudo e que se a presença da mulher no meio de comunicação em massa pode influenciar, pode influenciar o público.
Constatou, a partir da pesquisa realizada, que o discurso feminino se apresenta diferente do discurso masculino e que isto influencia os telespectadores, principalmente , no que diz respeito ao público feminino.
Por atingir um grande numero de pessoas ao mesmo tempo, a televisão tem poder de influenciar valores, atitudes e comportamentos da população e no telejornalismo esportivo, esta influência também ocorre.
Esta influencia esta diretamente relacionada a construção da identidade feminina, que se deu ao longo dos anos, aqui no Brasil, especificamente a partir do final do século XIX, quando as mulheres entram em cena na imprensa nacional. Desde aquele momento histórico a mulher vem ampliando seu espaço de atuação dentro do mundo jornalístico.
Nesta direção, a produção do discurso jornalístico feminino apresenta-se como uma nova condição da inserção da mulher na sociedade, disseminado sua valorização cultural e profissional através da interação linguagem e discurso. Isto ocorre porque existe uma relação entre experiência social e organização da linguagem que são balizadas por paradigmas culturais de gênero. Assim, o discurso feminino sempre se apresentará diferente do discurso masculino e exercera influência de modo diferenciado sobre a população feminina.





























CONCLUSÃO

O presente estudo teve por objetivo analisar a participação da imprensa feminina no jornalismo esportivo: análise do programa Globo Esporte da TV Globo.
De acordo com a pesquisa realizada pode-se verificar que a televisão chegou ao Brasil somente 30 anos depois de ter sido inventada, e que o espaço para o noticiário esportivo foi construído a medida que o futebol, se tornava um esporte profissional. Desta forma, para desenvolver este estudo foi necessário traçar alguns aspectos sobre o nascimento do futebol, a medida que o futebol foi se popularizando e teve início o jornalismo esportivo, pois não havia um público de leitores interessados em notícias de um esporte praticado de forma improvisada e, além disto, havia interesse da imprensa em divulgar os esportes praticados pela alta sociedade por via de conseqüência seus atletas, filhos da aristocracia.
Assim, observa-se que o futebol e o jornalismo esportivo foram ganhando espaço juntos, pois à medida que este esporte ia se profissionalizando e ganhando adeptos no país, a imprensa ia abrindo espaço para informar os leitores apaixonados por este esporte, ou seja, ela tinha o objetivo de atender o interesse da população.
Com relação a participação da mulher na imprensa feminina, os dados desta pesquisa revelaram que a inserção feminina na imprensa brasileira ocorreu no final do século XIX e início do século XX e desde então vem ampliando seu espaço e ganhando visibilidade em várias áreas do jornalismo.Isto aconteceu num contexto social, em que ocorria a proliferação dos centros urbanos, cresce também a participação da mulher na sociedade brasileira e conseqüentemente no espaço da imprensa que antes era ocupado apenas por homens. A este respeito, os dados bibliográficos pesquisados, elucidaram que no século XIX a produção literária feminina tinha o objetivo de conscientizar as mulheres brasileiras sobre seus direitos, por esta razão os textos datados daquela época tinham conteúdo expressamente feminista e eram divulgados em jornais ou periódicos..
Verificou-se, deste modo, que desde o final do século XIX, a participação das mulheres na imprensa ocorreu de maneira intensa e significativa, não se restringindo apenas a uma determinada região do país ou a uma determinada classe social.
Outro aspecto relevante observado neste estudo foi que a participação da mulher na imprensa feminina no século XIX, foi fator fundamental para que as mulheres alcançassem seus objetivos em suas lutas sociais, uma vez que, no discurso feminino veiculado nos jornais daquela época, já havia os primórdios da construção de uma identidade feminina, que não fosse submissa ao mundo masculino.
Sobre o discurso feminino, pode-se confirmar, que a produção do discurso jornalístico feminino apresenta-se como uma nova condição da inserção da mulher na sociedade, disseminado sua valorização cultural e profissional através da interação linguagem e discurso, verificando-se que existe uma relação entre experiência social e organização da linguagem que são balizadas por paradigmas culturais de gênero. Assim, o discurso feminino sempre se apresentará diferente do discurso masculino.
Esta pesquisa evidenciou as diferenças existentes entre o discurso feminino e o masculino, sendo que a produção jornalística feminina comunica a construção de um conceito do que e ser mulher e apresenta-se como uma porta-voz do mundo feminino. Como porta-voz deste universo, a mulher, ao mesmo que influencia é influenciada por ele, ou seja, à medida que a produção jornalística feminina altera os comportamentos ela também sofre alterações, pois, o processo de comunicação é dinâmico.
Compreende-se, portanto, que no jornalismo esportivo da TV, a imagem da mulher comunica a informação, mas ao transmitir esta informação ao público sua mensagem, ela vem carregada de significado, ou seja, expressa o envolvimento, atendendo a demanda de comunicação do discurso do universo feminino.
Na perspectiva da audiência feminina, ressaltou-se que no seu discurso diante das câmeras, a mulher consegue produzir um impacto social de gênero, ou seja, consegue desmitificar que o mundo dos esportes só pertence aos homens. O poder da comunicação em massa leva o público feminino ao assistir um programa de jornalismo esportivo comandado por uma mulher, a incorporar gestos, atitudes, linguagens e comportamentos que ajudam a construir a identidade feminina na sociedade moderna.
Nesta direção, este estudo verificou que o programa Globo Esporte, tem o objetivo de espetacularizar a notícia e impulsionar o aumento da audiência do púbico feminino. Para atingir este objetivo, e necessário que ocorra uma difusão de valores do gênero feminino quando este e transmitido por mulheres, tendo grande repercussão junto a este público, mesmo apresentando um caráter de entretenimento mais do que informativo.
Partindo deste pressuposto , constatou que a presença feminina no noticiário esportivo além de conclamar este púbico a participação massiva no mundo esportivo, também exerce influencia na evolução da condição feminina. Assim, observa-se que a audiência feminina sofre grande influencia dos meios de comunicação, sobretudo, quando as informações são produzidas e transmitidas por pessoas do mesmo gênero.
Face ao exposto, e importante ressaltar que a presença da mulher nos meios de comunicação, especificamente, nos telejornais esportivos, representa os avanços das mulheres na luta pela conquista de seus direitos.
Entretanto, e preciso considerar , também que a TV como um veiculo poderoso que influência a opinião publica, utiliza a imagem feminina nestes programas como um produto da indústria televisiva. Um produto para ser consumido pelas telespectadoras/consumidoras, que constituem o universo das mulheres.
Neste sentido, ainda e preciso refletir, sobre a imagem que se quer transmitir das mulheres para as mulheres e que identidade realmente se pretende construir num mundo em continuas transformações.























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Autor: Referencia Academica


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