A Plebe Se Levanta -Plebe Rude a Banda



A PLEBE SE LEVANTA: PLEBE RUDE A BANDA
WAGNER JOSÉ SIEBRA

Após anos de Ditadura Militar, os acontecimentos colocavam um novo desafio para o Brasil, apesar de tantos fatos dolorosos para nossa nação a geração que viria depois desses anos ainda sofreria algumas sequelas deste momento de autoritarismo, perseguições, torturas e censuras por um Estado ditador fazendo com que várias pessoas sofressem com tais problemas.
Surgem várias maneiras e condições antes proibidas, mas agora poderiam ser ditas e faladas e até mesmo cantadas para desabafar uma dor que abalou e abala, até nossos dias, problemas como exclusão social, fome, miséria, violência e outros problemas que surgem e aparecem de uma maneira visível para aqueles que, até pouco tempo, não tinham a visão de um Brasil sob uma Ditadura Militar, como podemos constatar com Antonio Carlos Fon (1979) “que relata vários casos e métodos nos anos de chumbo no Brasil”.
Estas manifestações que observadas em diversas bandas, surgem em Brasília, um dos lugares onde músicos e garotos criticam o Estado, a repressão, o consumo e problemas enfrentados em um diferente Brasil. Uma dessas bandas é a Plebe Rude, sendo denominada uma banda punk, mas com algumas músicas no rádio e até mesmo na tv. Vemos a sua denominação como uma banda pop rock ou punk rock, isso não é relevante mas sim, o que suas letras nos indicam, uma época difícil pós Ditadura.
Vemos as situações, os problemas, a época as visões de garotos que, com sua banda, criticam e pensam sobre esse novo mundo à frente com o processo de industrialização, consumismo, capitalismo , e ao mesmo tempo contradições vindas desse crescimento.
Surgem neste momento Paralamas do Sucesso, Titãs, Ultraje A Rigor, Cólera e várias outras surgiram diante deste momento autoritário, pelo qual esta banda, chamada Plebe Rude, escreveu suas letras e suas músicas contestadoras que serviam para mostrar suas frustrações com seu país e com suas instituições decadentes que, sem preocupação nenhuma com a população brasileira e com seus problemas. _____________________
Fon, A. C; Tortura, a história da repressão política no Brasil. 3ªed. São Paulo: Global Editora. 1979. p 54 - 62.
Esta banda é formada nos anos oitenta por Philippe Seabra, Gutje, André X e Jander Bilaphra fizeram parte da turma da Colina, um tipo de integração de outras bandas como Paralamas do Sucesso e Aborto Elétrico que, depois de algum tempo, daria origem às bandas como Capital Inicial e Legião Urbana, bandas de grande expressão no Brasil durante anos com suas musicas nas paradas de sucesso, influenciando uma juventude e questionando valores e regras sociais de tal época.
Precisamente, a Plebe Rude surgiu em mil novecentos e oitenta e um até mil novecentos e noventa e quatro. O grupo se dissolveu em meados de mil novecentos e noventa e cinco e retorna por em mil novecentos e noventa e nove. Com essa volta novos integrantes surgem e outros saem, como Clemente que saindo da Plebe forma os Inocentes os quais podemos ver seus shows até hoje no circuito underground na cidade de São Paulo, e outro integrante chamado de Txotxa saem e forma a banda Maskavo Roots. A Plebe em dois mil e seis lança um álbum chamado R ao Contrário, mostrando para seus fãs que está de volta. Sua discografia é composta por quatro álbuns: O Concreto já Rachou (1985), Nunca Fomos Tão Brasileiros (1987), Plebe Rude III(1989), Mas Raiva do que Medo (1992), e uma caixa com todo o seu sucesso em (1997), Preferência Nacional Coletânea em (1998), Enquanto a Trégua não Vem (ao vivo),Para Sempre (2001) Coletânea, Identidade (2002), Coletânea, (2003), Coletânea e R ao Contrário em (2006). Com está pequena discografia comparada com grandes bandas, a Plebe Rude questionou, indagou e criticou todos os problemas vistos em sua época, onde dificilmente mesmo, depois dos anos de chumbo, não tinham uma evidência na mídia como outras bandas supostamente mais comerciais que sempre apareciam em programas de auditório e músicas no rádio, freqüentemente tocadas como os Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana e várias outras bandas que explodiram com seus sucessos. Existiam lugares em São Paulo e em todo Brasil que tinham seus movimentos alternativos como relata Laerte Fernandes Oliveira (2002) em seu livro mostrando o que acontecia nos anos setenta e oitenta em São Paulo e a luta para manter um lugar alternativo e suas conseqüências musicais em relação aos problemas financeiros, divulgação e exclusão de locais que não eram de certa forma evidenciados pela mídia e pelos jornais da época onde, supostamente, bandas conhecidas pelo público comercial não tocariam.
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OLIVEIRA, Laerte Fernandes. Em um porão de São Paulo, a lira paulistana e a produção alternativa. São Paulo: Annablume: Fapesp, 2002.
A má distribuição de renda, a exclusão social e a religiosidade do cidadão brasileiro diante de problemas gerados por uma elite dominante que excluiu parte da sociedade brasileira, fazendo com que pessoas passem de um dia para o outro a pedir esmolas a viver nas ruas e nos semáforos, que naquela época já era preocupação dos integrantes da Plebe Rude, e que vemos até hoje em todas as grandes cidades do Brasil, principalmente nas grandes metrópoles. Vemos no livro Waldenyr Caldas (1995) cujo mesmo nos mostra a musicalidade que uma cidade pode vivenciar, em suas noites e em seu cotidiano sua influencia, as tradições e os modos de vida dos boêmios e músicos noturnos, observando problemas sociais nas próprias vidas destes cantores, mas se analisarmos as diferentes bandas de rock suas melodias são mais agressivas e seu estilo, hábitos, costumes e visuais são expressados de outra maneira. Mas o que a música causa e pode nos fazer perceber em ambos cotidianos são locais diferentes e momentos diferentes, por isso o que relaciona todos esses músicos é a forma de transformação que a música pode causar em vários estilos e épocas.
Claro que as bandas que, supostamente, ditas como “punk”, essa denominação que surge nas décadas de sessenta e setenta na Europa, principalmente na Inglaterra com bandas como Sex Pistols e The Clasch e outras que vivem ainda nos subterrâneos da música mundial, surgiram em outro contexto em seus países mas, principalmente, como forma de contestação política e social de padrões limitadores de liberdade de expressão.
No Brasil, as bandas vivenciavam um país onde milhares de pessoas passam fome, sem trabalho, sem apoio do Estado. O sofrimento brasileiro faz com que as contestações européias sejam diferentes das brasileiras é esta diferença que dá um outro aspecto em relação às bandas de Brasília. Países subdesenvolvidos enfrentam problemas distintos aos daqueles de uma banda européia que pede a “Good Save Queen” trecho de uma música de sucesso da banda punk que ficou para História, chamada, Sex Pistols, onde neste pequeno dizer “Deus Salve A Rainha” vemos que são dimensões diferentes de realidades, os movimentos brasileiros chamados de punk rock ou punk como foram determinadas várias bandas que, pelo fato de uma crítica mais contundente, eram diferenciadas e estereotipadas até pejorativamente pelos seus atos e visuais chamativos, esses grupos eram mal vistos por boa parte da sociedade, por isso houve dificuldade dessas bandas alcançarem repercussão no Brasil.
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CALDAS, W. Luz néon: Canção e cultura na cidade. São Paulo: Studio Nobel/ Sesc,1995 (Coleção cidade aberta).
Como podemos ver no filme Botinada dirigido por Gastão Moreira (2003) boa parte dos personagens nos relata o que acontecia naquela época conturbada e reprimida que a sociedade vivia, principalmente aqueles que não representavam, de uma certa maneira, o padrão adequado de costumes, vestimentas e atitudes.
Em cada momento, a música como parte integrante de um contexto inspira o Historiador a refletir pelos determinados acontecimentos de alguma época. Como nas letras da Plebe Rude onde o Brasil passava por graves situações como congelamento de preços, plano cruzado, anos de chumbo e Diretas Já, até mesmo um presidente eleito, que trouxe problemas para o país. A música como ferramenta documental e também uma fonte riquíssima de estudo nos ajuda entender, refletir e investigar os acontecimentos. Pelo fato de que todo músico é um ser do seu tempo e esse por sua vez relata o cotidiano em suas músicas, com suas letras, ou poesias. Embora seja complexo o historiador deve analisar não só os problemas econômicos, políticos e sociais também o, cotidiano, e esse está integrado a vários fatores, principalmente, a música.
Waldenyr Caldas (1995) nos relata a vida e a musicalidade que existia em relação aos problemas do trabalho e suas conseqüências, neste caso os acontecimentos são outros, os problemas são diferentes, a rebeldia e a agressividade em relação aos problemas sociais estão no contexto punk em São Paulo e Brasília. Waldenyr Caldas (2000), em seu outro livro “Temas da Cultura de Massa; Musica Futebol e Consumo”, podemos analisar o que existe por traz de todos os acontecimentos musicais, programas de rádio e manipulação de mídia”, mas este é um dos fatores em que o rock ou o punk não teve suas respectivas importâncias.
Para o Historiador as letras e as músicas, se tornam uma fonte importante para sabermos determinado cotidiano e pensamento de determinada época suas criticas, seus pensamentos são reflexos de seu tempo, por isso o Historiador deve ficar atento a essas fontes como os autores acima, que de uma maneira consciente e reflexiva nos faz conhecer melhor o cotidiano, problemas e dificuldades enfrentadas em determinado estado e localidade onde residiam esses músicos, e também relacionadas ao país em que eles vivem ou viveram.
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CALDAS, W. Luz néon: Canção e cultura na cidade. São Paulo: Studio Nobel/ Sesc,1995 (Coleção cidade aberta).


CALDAS, W. Temas de cultura de massa, musica, futebol e consumo. São Paulo: Arte e Ciência, 2000.p 9-17.
A música também representou uma forma de se expressar para músicos como Adoniran Barbosa como vemos no livro de Maria Izilda Santos Matos (2007) os cortiços, as desapropriações, situações cantadas e reveladas por um boêmio que, com sua música, despertava muito esses problemas, e suas definições criticam e servem para nos alertar desses fatos que ocorrem em nosso cotidiano frequentemente onde os cantores são nossos maiores locutores.
Portanto bandas supostamente comerciais ganhavam espaço na mídia e em várias rádios, a Plebe Rude que escondida dos holofortes no Brasil, tanto pelo fato de suas letras como pelo fato de suas origens compostas por integrantes que viviam esses movimentos punks. A insatisfação e uma nova ordem social fazem de suas letras uma crítica e um questionamento de todos os tipos de acontecimentos e regras ditadas por uma sociedade que deixou de lado várias pessoas dessa nova geração que viria a enfrentar um momento pós Ditadura. A opressão e a falta de liberdade eram frequentes neste momento, esta banda surge nessa ebulição de acontecimentos contraditórios em nossa sociedade que passou por vinte e um anos sobre um regime ditatorial e excludente.
Podemos notar que o Estado é uma instituição presente e representante de vários fatores que desencadeiam, neste momento, descontentamento e frustração de muitas pessoas, como esses garotos que se juntam com poucos acordes e que fazem de sua música algo significativo para afrontar de, certa forma, o Estado.
Para entendermos um pouco mais a Plebe Rude, por mais que seja desconhecida, as mudanças e acontecimentos ocorridos neste período, foi que a juventude ou boa parte dela infelizmente encontraram situações onde poucos se importavam com tais problemas gerados por uma má administração e descaso do poder público com o próprio desenvolvimento do Brasil e com as classes populares. Nesse momento vários descompromissos e problemas políticos são supostamente resolvidos, mas, ao mesmo tempo, o Estado deixou de lado várias classes menos favorecidas.
Encontramos a idéia de desenvolvimento e progresso, e do próprio consumo desenfreado, ou até mesmo uma suposta sensação de crescimento. Para alguns houve esse crescimento e enriquecimento mas para boa parte da população, miséria, fome, descaso e falta de habitação eram problemas gerados por esse desenvolvimento excludente.
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MATOS, Maria Izilda Santos. A Cidade, à noite e o cronista, São Paulo e Adoniran Barbosa, São Paulo: Edusc, 2007.
Por esses fatos a falta de organização das elites e do poder público onde presenciamos seus efeitos em nossos dias como violência, sequestros, roubos, miséria, falta de saneamento básico e formação de habitações sem estrutura com má qualidade de vida, como vemos nas favelas. E com tudo isso uma educação precária ainda ineficaz e pouco satisfatória para o crescimento intelectual e profissional de pelo menos oitenta por cento da população brasileira.
A musicalidade influenciava comportamentos e descontentamento por boa parte desses músicos. Podemos observar em vários momentos da História a importância que a música tem sobre os seres humanos e suas relações. A cultura faz parte de nossa vida como a música, que reflete nossos descontentamentos, nossas frustrações e sofrimentos, fazendo, com que isso mostre o cotidiano das pessoas.
Embora haja todos os problemas enfrentados pelos músicos, artistas e escritores em determinadas épocas no Brasil e no mundo, podemos notar que a música teve e tem um papel importante na vida das pessoas e da própria História buscando aliviar, questionar e relatar para muitos, com sua grande dimensão, os problemas que muita gente enfrenta e que, pelo meio musical, refletem boas ocasiões do relacionamento social e de movimentos que podem ser transgressores, rebeldes, culturais e até mesmo por, simplesmente, estilo de vida. Muitos optam para viver sua própria vida em determinados locais , cidades e paises, O Punk, Rock, Samba, MPB e outros gêneros musicais são parte desse cotidiano brasileiro e fizeram diferença no contexto onde se originaram - se e criaram força. Assim a música é transformadora e repercute muito mais do que imaginamos. As possibilidades de transformação são imensas é por isso há sua importância para os seres humanos que desde os primórdios utilizam algo para retirar sons e tons, de alguma maneira, para suas manifestações, isto é, intrínseco dos seres humanos; a musicalidade.














BIBLIOGRAFIA


ABRAMO, H.W. Cenas juvenis punks e darks no espetáculo urbano. São Paulo: Página Aberta, 1994.

BRANDÃO, A.C: Duarte, M, F. Movimentos culturais de juventude. São Paulo: Moderna, 1990 (Polêmica).

CALDAS,W. Luz néon: canção e cultura na cidade. São Paulo: Studio Nobel/ Sesc, 1995 (Coleção cidade aberta).

CALDAS,W. Temas de cultura de massa, musica, futebol e consumo. São Paulo: Arte e Ciência, 2000.

Fon, A.C. Tortura, A história da repressão política no Brasil. 3ª ed. São Paulo:Global Editora, 1979.

IANNI,O. Imperialismo e cultura. Rio de Janeiro, Vozes,1989.

MATOS, Maria Izilda Santos. A cidade, à noite e o cronista, São Paulo e Adoniran Barbosa. 1ª ed. São Paulo: Edusc, 2007.

OLIVEIRA, Laerte Fernandes. Em um porão de São Paulo, a lira paulistana e a produção alternativa. São Paulo: Annablume: Fapesp, 2002.


VÍDEO

Filme, Botinada; A Origem do Punk no Brasil.

COMPACT DISCS

Plebe rude (1985), O concreto já rachou

Plebe Rude (1987), Nunca fomos tão brasileiros

SITES

Site, (pleberude.com.br) , (www.letras.mus.br).







ANEXOS


Figura 1- (Plebe Rude 1985)


Plebe Rude (Música; Até Quando Esperar (CD: Nunca fomos Tão Brasileiros 1987)).

Não é nossa culpa
Nascemos já com uma bênção
Mas isso não é desculpa
Pela má distribuição
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Até quando esperar
E cadê a esmola que nós damos
Sem perceber que aquele abençoado
Poderia ter sido você
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
Cadê sua fração
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Posso
Vigiar teu carro
Te pedir trocados
Engraxar seus sapatos

Plebe Rude- (Música; Capital da Esperança (CD: O Concreto Já Rachou 1985)).

Capital da esperança
(Brasília tem luz, Brasília tem carros)
Asas e eixos do Brasil
(Brasília tem mortes, tem até baratas)
Longe do mar, da poluição
(Brasília tem prédios, Brasília tem máquinas)
mas um fim que ninguém previu
(Árvores nos eixos a polícia montada)
(Brasília), Brasília
Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais
(Muitos porteiros e pessoas normais)
As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns...)
Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)
Oh.. O concreto já rachou!
Brasília....
Brasília tem luz, Brasília tem carros
(Carros pretos nos colégios)
Brasília tem mortes, tem até baratas
(em tráfego linear)
Brasília tem prédios, Brasília tem máquinas
(Servidores Públicos ali)
Árvores nos eixos a polícia montada
(polindo chapas oficiais)
Brasília, (Brasília)
Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais
(Muitos porteiros e pessoas normais)
As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns..)
Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)
Oh... O concreto já rachou! rachou! rachou! rachou!
Rachou! O concreto já rachou!
Brasília....
Brasília.... Brasília!
As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam

Plebe Rude – (Música; Consuma (CD: Nunca Fomos Tão Brasileiros 1987)).


Cale a boca e consuma
você não tem o direito de duvidar
Cale a boca e consuma
Comprei de tudo
a prestação
o SPC
é o meu caixão
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma
você não tem o direito de duvidar
Consumidor
que não reclama
paga filé come banana
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma
você não tem o direito de duvidar E-mail-josé[email protected]
Autor: W. J.Siebra


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