A Ética como lição de casa



A questão da Ética na educação, sobre o ponto de vista do aprendizado que se pretende adquirir é assustadora, uma vez que as escolas estão mais preocupadas em demonstrar um bom desempenho nas provas aplicadas pelos programas de educação do governo, do que realmente levar o real conhecimento aos alunos. Tal explicação se dá assim: para a escola que apresenta um baixo rendimento e aproveitamento na realização das provas do Ministério da Educação, existe uma taxação muito simples: seus educadores são incompetentes! Exatamente dessa forma, mas claro que isso de maneira subliminar, senão o que seria do pobre professor...
Mais uma vez a responsabilidade de arcar com 50% (e muitas vezes mais que isso) da “boa” educação ficam sob o mérito da escola. A família se exime, se esquiva de assumir um papel que lhe é pertinente e vitalício. Como poderia cobrar da escola uma conduta correta e ética, se dentro daqueles preceitos intrínsecos do ser humano, a família sequer sabe dizer o que é certo ou errado para seus filhos?
O que se sabe fazer certinho é cobrar daqueles que tem um papel secundário no desenvolvimento das crianças, aquilo que nem em casa vem se aprendendo. Bem verdade a Ética e os valores deveriam ser alicerces de uma base ainda sem fundação. O real papel de um pai e de uma mãe se explica quando não basta dizer ao filho que, se ele tiver uma conduta que não condiz com os valores éticos e morais pregados pela sociedade ele sofrerá. Deve haver uma demonstração prática e eficaz do quão a vida pode ser difícil para um individuo que cresce acreditando que só ele tem que se dar bem nas coisas, que só ele deve levar vantagem em tudo. Os valores éticos estão muito além de que nossa consciência alega.
Mesmo fazendo algo que sabemos ser antiético, nosso inconsciente sabe até onde vamos lograr êxito, seria algo a definir como que na vida temos escolha e dependendo das escolhas que fazemos pagamos por ela.
Por isso não devemos deixar que nossas crianças cresçam sem esse limite, e sem uma percepção da tolerância que elas devem ter em suas condutas.
Sobretudo, mesmo que num papel secundário, porém não menos importante, é dado ao educador a oportunidade de reforçar em sala de aula aquilo que esperadamente deveria ser feito como “lição” de casa.
Autor: Bianca Velásquez


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