Ética x Universidade



Ética x Universidade

Muito se discute sobre a ética, principalmente diante de escândalos políticos, noticiários policiais dentre outros acontecimentos.
Contudo, importantíssimo frisar, que a ética nasce no lar, ou seja, surge em casa, no berço da família. São os valores, normas, comportamentos e atitudes ouvidas e presenciadas em casa, que serão repassadas às crianças, jovens e adolescentes.
Entretanto, muitas famílias estão deixando este papel para as escolas e Universidades, como se fosse papel destes. Na verdade, o papel das Universidades é complementar a ética ensinada pelos pais. Contudo, as Universidades estariam preparadas para ensinar posturas éticas ou antiéticas?
Nos dias atuais, não resta dúvida que a vida acadêmica se tornou mais difícil, principalmente pela falta de ética tanto dos alunos, quanto dos próprios professores. Já faz algum tempo que a educação esta sendo apontada como uma enorme tragédia nacional, contudo, não é mais novidade.
Não há como negar que as Universidades estão bem agitadas, com alunos (concordo que ainda em número bem reduzido) tentando se valer de reivindicações saudáveis, lutando cada vez mais pelos seus direitos, colocando em prática a educação ética que possui. Porém, infelizmente, as Universidades estão buscando um resultado numérico, muito embora, algumas pregam uma base humanística, quando na verdade, o que as interessa são os resultados nas provas e trabalhos (notas), faltas, e, em se tratando de Cursos de Direito, exames da ordem dos advogados.
Outrora, não se divulga uma Universidade por ter tomado uma postura ética diante da sociedade, posto que quando avaliada pelo MEC, o que importa são os números. Ademais, o que seria mais importante, a formação ética, pessoas verdadeiramente ‘humanas’, ou, preencher requisitos para receber estrelas e ser reconhecido pelo Guia do Estudante da Editora Abril, o selo de qualidade?
Importante frisar, que estes selos de qualidades, aprovações em concursos dentre outras, são importantes para o desenvolvimento acadêmico e da própria Universidade, porém, não devemos nos esquecer da formação pessoal dos acadêmicos de hoje, e profissionais de amanhã.
Outrossim, chegamos a outro questionamento, qual seria o papel da Universidade frente à sociedade nos dias atuais?
Observamos no decorrer dos dias, que “educadores” tentam passar aos alunos uma ética, porém, não há como repassar algo que não se possui. A ética dos professores está abalada, fragilizada, posto que pouco importa o regulamento da Universidade, horários de entrada e saída da sala de aula, exemplos práticos dados em sala de aula, que em sua maioria são antiéticos, entre tantas outras atitudes.
Ora, também não podemos fazer injustiça. Existem sim, professores que merecem realmente o rol de educadores, pois estes ensinam aos alunos os valores morais, éticos e principalmente, os coloca em prática no decorrer dos dias.
Por sua vez, o acadêmico não fica atrás, principalmente quando se fala em colar na prova. Todos sabem que é errado, mas, se a corda apertar, não resta dúvida que vale uma olhadinha para o lado, ou até mesmo no material, como se nada estivesse errado, quando na verdade, esta prática é totalmente antiética. Não devemos nos esquecer das listas de chamadas, quando se coloca nomes de colegas como se aqueles estivessem na sala, e pior, professores que não fazem ou falam nada, simplesmente calasse e concordam. Novamente ressalvo, há professores que ainda são éticos e não permitem tais posturas. Parabéns a estes verdadeiros educadores e parabéns aos acadêmicos que não praticam tais posturas antiéticas.
Nota-se que não estamos nos referindo à estrutura, ou, falta desta. Apenas, estamos questionando os valores éticos ensinados nas Universidades, pois sabemos que educar é uma tarefa dificílima.
Desta feita, não basta ter na grade curricular a disciplina ética, pois esta não se faz com meras palavras, mas sim, com ações.
Então seria a ética uma questão de ótica? Como reagimos diante de um escândalo de corrupção, dinheiro colocado em meias, cuecas? Ou, jogador de futebol sendo acusado de participar de homicídio cruel (disse acusado, pois, apesar de já condenado pela mídia, ainda não teve julgamento no Poder Judiciário)? Pais matando filhos, ou filhos matando pais? E os pedófilos (erroneamente taxados de monstros pela sociedade), entre outras? Não estamos julgando criminalmente, administrativamente ou civilmente os referidos casos, mas apenas observando a falta de ética de quem os comete.
Portanto, se em algum dia, desejamos fazer um Mundo melhor, deveríamos começar a partir de hoje, mudando nossas atitudes, tanto os professores, quanto os alunos, para que possamos plantar algo de bom hoje, para colhermos os frutos amanhã. Por fim, que filhos, alunos, ou amigos, estamos deixando para o Mundo?

Autor: Arthur Jenson Beretta
Acadêmico do 5º ano de Direito – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Participante do Projeto de Extensão "'Vexata Quaestio' (Questão Debatida): democratização do conhecimento jurídico para a cidadania", em desenvolvimento na UEMS, Unidade de Paranaíba-MS, sob a coordenação do Professor Me. Alessandro Martins Prado.
Membro da Primeira Igreja Batista em Paranaíba-MS
Autor: Arthur Jenson Beretta


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