ÉTICA DA SOCIEDADE DO CULTO AO CORPO (?)



A sociedade é um agrupamento humano caracterizado pela sua permanência, ou seja, de caráter não transitório. A sociedade surge de maneira natural, já que o homem desde os primórdios uniu-se uns aos outros com o intuito de conjugação de esforços. Daí conclui-se que o homem é um ser social por natureza.

Há vários tipos de agrupamentos sociais, sendo que a família é o núcleo do qual o Estado é o agrupamento mais abrangente.

A sociedade brasileira caracteriza-se pela sua diversidade cultural, em que há vários agrupamentos sociais que a compõe de forma multicultural.

Malgrado a típica diversidade cultural brasileira, há certos padrões culturais que se encontram presentes em vários agrupamentos sociais, independente do nível social dos indivíduos, o que se dá principalmente pela forte influência exercida pela mídia na vida das pessoas, devido à ampla acessibilidade à TV, rádio, internet, dentre outros meios de comunicação.

A televisão incute paulatina e incansavelmente nos seus telespectadores padrões americanos de vida, padronizando certos valores, de forma a massificar, principalmente, o consumismo exacerbado e certos padrões estéticos de beleza.

Nesse diapasão, o corpo surge com um papel fundamental na sociedade, independente de idade ou de classe social. É o culto ao corpo, ilustrado nas palavras de Michel Maffesoli, citado por José Renato Nalini, em se livro Ética Geral e Profissional, 6ª edição, pág. 230:
“parece desconcertante atualmente é que o corpo é tomado em si mesmo; é uma espécie de culto do corpo que ganha cada vez mais importância na cvida social. Veste-se o corpo, cuida-se do corpo, constrói-se o corpo e é nesse sentido que se pode falar de um culto do corpo como sendo (um pouco por todo lado no mundo)uma das marcas deste hedonismo”

O que seria a resposta para esse tipo de comportamento social tão padronizado numa sociedade como a brasileira e, pra ser mais ousado, um pouco por todo lado do mundo, conforme citação acima?

O mundo é marcado por uma época em que os valores morais estão em crescente decadência. A violência possui índices alarmantes. Há uma terrível inversão dos valores éticos, em que o goza de apreciação social o “espertinho” que obtem vantagem (mesmo que ilícita) em tudo em detrimento daquele que tem a vida pautada por valores éticos e pelo respeito ao próximo – este último é taxado de “bobo”, “coitado”.

O consumismo é uma realidade social não apenas de uma classe social ou faixa etária, por exemplo, mas de todos os âmbitos da sociedade. É contraditório em um país de Terceiro Mundo como o nosso que uma pessoa gaste fortunas com carros importados, roupas de marca, etc, enquanto milhares de pessoas estão morrendo de fome!

Numa realidade como esta – vazia de moral, ética, cultura... – como bem o assevera José Renato Nalini, nada mais compreensível que o apego ao corpo!
Autor: Laianne Monteiro Gois


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