Meu carro, meu corpo



Muitas campanhas têm sido feita para tentar sensibilizar as pessoas frente aos problemas de trânsito, tais como: dirigir embriagado, não respeitar a velocidade e a falta de segurança com crianças pequenas transportadas.
Um número muito alto de acidentes acontece todos os dias, pessoas são atropeladas, carros são batidos e em piores casos pessoas falecem. Mas porque será que no trânsito acorrem tantos acidentes e as pessoas cuidadosas em seus cotidianos no trânsito se tornam um risco?
A grande maioria das pessoas prezam por suas famílias, são cuidadosos com seus filhos, não deixam eles nem chegarem perto de uma tomada que podem levar choque, mas quando os transportam acham um absurdo colocarem eles em uma cadeirinha que lhe trará segurança.
Pessoas colocam cerca elétrica em suas casas para evitar roubos, tiros, trancam o portão de suas casas por segurança para poderem proteger a si mesmo e seus familiares, mas quando entra no carro não coloca e não exige que outros usem o cinto de segurança.
Muitos homens prezam por sua saúde, seu bem estar e das pessoas a quem ama, buscam ser um pai e um esposo compreensivo, dedicado, amoroso, mas quando saem bebem bebidas alcoólicas e embriagados dirigem seus carros, levando dentro dele o seu bem mais precioso: as pessoas a quem ama. Não parece contraditório que as pessoas que cuidam tanto da segurança, do bem estar e da vida usem seus próprios carros como arma?
Na estrada, quando são ultrapassados se sente ofendidos e tem que fazer uma nova ultrapassagem mesmo que seja perigosa, somente para não se sentirem literalmente passados para trás. É como se estivessem em uma corrida e quem vence, é quem chega primeiro, mas em muitos casos o pior acontece e acabam não chegando ao destino desejado.
Não devemos olhar nosso carro como se fosse uma dimensão de nós, quando estamos dentro deles nossos corpos não se tornam máquinas, não se torna resistente à batidas, não está protegido de forma sobre-humana. Dentro de nossos velozes e potentes carros ainda estamos nós, com nossos corpos, suscetíveis à feri-lo, à machucá-lo e no pior dos casos deixar de viver dentro deles.
No trânsito quem vence não é o que chega primeiro, o que ultrapassa mais vezes, quem dirige em altas velocidades, no trânsito vence quem sabe cumprir suas obrigações como motorista, que zela por si, seus familiares e os outros que circulam. É o motorista que dirige não para cuidar apenas de si mesmo, mas dos outros, não é o que apenas evita é o que previne.
Há pessoas que utilizam o cinto de segurança apenas para não serem multadas, muitas outras não usam, alguns jovens sentem vergonha de usar, outros acha que não adianta nada, há quem ainda fale que tal pessoa só se livrou de um acidente porque estava sem cinto. Como diz a propaganda, quem não usa cinto, sinto muito. Sinto mesmo, não apenas porque estão arriscando suas vidas, mas por não terem consciência do qual preciosa ela é.
Também não devemos nos sentir frágeis, ter medo de tudo, mas temos que ter a consciência do limites de nossos corpos e também termos respeito ao limite do outro. Quem entra em um carro pode se engrandecer, achando que a alta velocidade é um sinônimo de poder, de potência de si como pessoa, um carro caro é sinônimo de status, aquele que mais ultrapassa é melhor que o outro que ficou para trás, aquele que corre com a janela aberta sente a liberdade em seu rosto. Enfim, acham que seus carros são extensão de seus corpos.
Será que realmente podemos ser mais poderosos, melhores e mais livres correndo em nossos carros ou isso é apenas uma maneira de pelo menos naquele minuto nos sentirmos tudo que gostaríamos de ser? Será que quando estamos bem com nós mesmos precisamos da velocidade do carro para nos sentirmos grandes e o vento no rosto para nos sentirmos livres?
Autor: Claudia Goellner Signoretti


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