Na Finitude da Vida - Alexandra Fabri



É certo e chega até ser curioso o fato de que nós, seres humanos, estamos, a todo o momento, tentando dar significado às coisas, fatos e acontecimentos.
Em uma dessas tentativas, me peguei divagando sobre a finitude da vida, ou seja, o fato dela ser transitória.

Ainda bem pequena, pensava o quanto seria bom se pudéssemos todos viver para sempre.
Certamente, com o tempo, esse meu pensamento foi sendo substituído e as explicações lógicas de como seria inviável aquele meu desejo foram aparecendo. Explicações do ponto de vista científico, religioso, etc.

Mas a explicação que mais calou em minha alma, acalentando esse desejo de menina, foi a que encontrei em uma tarde de terça-feira.
Entendi, naquela tarde, que ao percebermos que a vida é efêmera e, por algum motivo, sentirmos de perto essa finitude, imediatamente o mais nobre de todos os sentimentos se instala dentro de nós: o amor.

Assim, ao perceber que amanhã simplesmente podemos não ter ao lado os personagens de nossa história, aqueles que fazem parte de nossa vida, o amor se aflora e nos mostra o que antes estava adormecido.

E, de repente, você já não quer mais brigar pelas palavras mal interpretadas, pelos acontecimentos corriqueiros, pelas velhas e imutáveis manias daquela pessoa.

Você, simplesmente, quer poder acordar e ter a tranqüilidade de que ela ainda está lá, cheia de defeitos, como você, mas viva e esperando algum deslize seu para te atormentar.
Quer ter a certeza de que haverá tempo para as reconciliações, para as brigas, para dizer tudo aquilo que ficou um dia preso dentro de ti.

E então você se dá conta de que ama. Simplesmente ama e essa finitude, tão discutida e tão óbvia da vida, é a que te mostrou o quanto você ainda podia amar.

Alexandra Fabri - Consultora em Comportamento Humano e Gestão de Pessoas
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Autor: Alexandra Fabri


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