O doce sorriso de Suzana.
Cresci ouvindo minha mãe dizer:
“Quem corre cansa e quem caminha alcança.”
Um ditado muito útil para os dias atuais onde as pessoas vivem correndo para cumprir metas e objetivos , e se acabam em estresse e frustrações, pois esquecem de coisas muito mais importantes.
Mergulham de cabeça em seus anseios profissionais, e deixam de oferecer coisas simples que não custam nada, como um sorriso, a atenção, a educação, a cortesia e que não nos desgasta e transforma o nosso dia a dia em algo muito gratificante.
A caminhada rumo aos nossos objetivos se torna muito mais leve quando se faz com paixão, alegria e encanto.
Dia desses, indo para o meu trabalho, parei num cruzamento muito movimentado da minha cidade e percebi um cidadão que corria desesperadamente por entre os veículos e pendurava um pacotinho de balas nos retrovisores dos veículos com um bilhete escrito o seguinte:
“Estou desempregado, e esta foi a única maneira que encontrei para levar o alimento para minha família , me ajude comprando por um real ”.
Ao ver aquele pobre moço correndo num vai e vem contínuo imaginei: Quanta injustiça social, má distribuição de renda, exclusão social, falta de oportunidades para tanta gente, mas imagino eu que ao findar do dia, embora cansado, aquele moço seria capaz de cumprir com o seu principal objetivo e assim garantir o sustento da sua família.
Passaram-se os dias e eu passei a observá-lo sempre que parava naquela via, e ele naquela mesma correria até que um dia talvez já ameaçado pelo cansaço, trazia um jovem consigo que o ajudava recolhendo as balas e vez ou outra recolhia uma moeda.
Seguindo viagem, mais a frente havia outro semáforo num cruzamento mais tranqüilo, quando fui surpreendido por uma mocinha magra, em pé ao lado do meu carro, sorrindo alegremente, me chamou a atenção convencendo-me a baixar o vidro e ouvi-la, quando ela me disse:
- Bom dia, meu nome é Suzana e eu trabalho vendendo estas balas, caso queira comprar custa apenas um real.
Ora, imediatamente providenciei o dinheiro e coloquei em sua mão, afinal em meio a um transito caótico, aquela moça me transmitia encanto e alegria.
E quanto vale uma alegria?
Assim que ela me entregou as balas me disse: muito obrigada, desejo que o seu dia seja doce como estas balas, e partiu calmamente por entre os veículos.
A partir daí passei a observar não só o moço desempregado, mas também a Suzana que todos os dias, além das balas, trazia em seu rosto o mesmo sorriso. Percebi que dificilmente a Suzana ficava sem vender suas balas.
Hoje, passaram já alguns meses e já não vejo mais o moço desempregado, que terá acontecido com ele? Será que se cansou? Conseguiu emprego? Difícil saber.
Pelo seu esforço merecia um trabalho mais digno e compensador.
Mas e a Suzana?
A Suzana também desapareceu... , que tivera acontecido com a moça alegre e calma?
Com a Suzana eu ouso apostar na minha imaginação e intuição:
Suzana terá encontrado uma excelente oportunidade, pois o mundo das oportunidades abre as suas portas para as pessoas que ousam fazer diferente.
Suzana é criativa, Suzana é inovadora, Suzana ama o que faz.
E quando se coloca paixão naquilo que faz, certamente haverá triunfo!!!
Autor: Jacob Souza
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