Oncoplástica, uma evolução científica a favor da estética e bem estar feminino



Cirurgia plástica focada na reconstrução da mama após retirada de tumores benignos ou malignos



A Oncoplástica, técnica de cirurgia plástica para reconstrução da mama, é realizada no Brasil desde a década de 80. Neste período, os avanços que ocorreram permitem, atualmente, oferecer à mulher uma qualidade de vida emocional e social muito melhor do que no passado. De acordo com a avaliação do Dr. Alexandre Mendonça Munhoz (CRM-SP 81.555), especialista em cirurgia plástica de mama e oncoplástica e Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, pelo menos, quatro pontos importantes contribuíram para o desenvolvimento da Oncoplástica no Brasil e no mundo.



“O primeiro progresso foi o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas específicas para a reconstrução mamária, como retalhos, expansores de tecido e próteses. Depois, temos que destacar o aprimoramento dos procedimentos de cirurgia estética e adaptação destas para a cirurgia oncológica, como o caso das mamoplastias redutoras. O próximo ponto está na melhor interface do cirurgião plástico com o mastologista e o patologista, que leva ao intercâmbio de informações e condutas, assim como o planejamento conjunto da cirurgia. Esta sinergia tem proporcionado resultados mais seguros e previsíveis. Na patologia cirúrgica, a maior eficácia das margens operatórias com a participação do patologista no momento da cirurgia e a orientação deste quanto à maior ou menor ressecção de glândula foram fundamentais na segurança e na idealização das técnicas de oncoplástica. Por último, o aperfeiçoamento das técnicas de radioterapia com menores efeitos deletérios para a reconstrução da mama”.



Tratamento oncológico x Correção estética



O desenvolvimento e aprimoramento do tratamento oncológico associado à correção estética representam uma grande conquista no tratamento do câncer de mama, principalmente, na questão da reabilitação da mulher. Para o especialista, a cura da doença é alcançada quando se devolve à paciente sua saúde completa e sua auto-estima.



“Nos baseamos em um conceito mais amplo e filosófico da saúde, definido pela Organização Mundial de Saúde, que destaca o equilíbrio do estado bio-psíquico-social. Desta forma, a oncoplástica evidencia a saúde, o bem-estar geral, a reabilitação, a satisfação com a imagem corporal e a reintegração sócio-familiar. Por isso, a reconstrução mamária deve ser inserida, sempre que possível, no tratamento global em qualquer cirurgia da mama”, destaca Dr. Alexandre.



De acordo com o especialista, dentro do procedimento oncoplástico não há limites para a reconstrução mamária, desde que o planejamento da cirurgia seja baseado em técnicas atuais para sua realização em conjunto com os demais profissionais que atuam no tratamento do câncer de mama.



“A cirurgia plástica para reconstrução de mama pode ir desde procedimentos simples, como o melhor posicionamento de uma cicatriz quando da retirada de um tumor benigno até cirurgias mais complexas, como tumores avançados e reconstrução total em várias etapas. Nas duas situações, se a paciente não apresentar contraindicações clínicas, o tratamento oncoplástico deve ser oferecido, porque os resultados são superiores ao tratamento da doença de forma isolada. Na literatura médica, vários estudos científicos corroboram com essa afirmação e cada vez mais este conceito tende a ser expandido como padrão de tratamento”, comenta o médico.



Em busca da cura



Com a evolução da cirurgia oncoplástica, até o momento, pode-se afirmar que ela e o tratamento sistêmico contra o câncer de mama estão avançando em direção à cura, uma vez que ambos buscam o mesmo objetivo. “O tratamento tradicional representado pela quimioterapia tem como função o controle da doença e/ou a prevenção da mesma no ambiente do organismo da paciente, evitando-se as recidivas locais e à distância, como as metástases”.



Para o especialista, a oncoplástica tem uma função local na reconstrução, porém a satisfação proporcionada pela imagem corporal e suas repercussões na qualidade de vida e no sistema imunológico da paciente também podem contribuir de alguma forma na recuperação da paciente e na cura. “Embora não existam ainda estudos que avaliem de maneira objetiva os efeitos da técnica cirúrgica dentro deste cenário, vemos na prática e no dia a dia do consultório, que mulheres felizes e satisfeitas têm melhor evolução que as deprimidas e insatisfeitas”.



Resultado final



A mulher que é candidata à realização da oncoplástica deve estar em boas condições clínicas – não apresentar doenças como hipertenção e diabetes descompensadas. Pacientes obesas e tabagistas não são boas candidatas, uma vez que há maior risco de complicações locais e sistêmicas. “Independente do quadro clínico que a paciente possa apresentar, cada caso deve ser avaliado de maneira individual. Para isso, um check-up pré-operatório multiprofissional com avaliação clínica criteriosa é fundamental”.



Afinal, como a oncoplástica pode contribuir para um melhor resultado final na reconstrução da mama? A aplicação de técnicas de oncoplástica no momento da cirurgia do câncer permite um resultado estético mais refinado do que a simples retirada do tumor ou da mama. “As cicatrizes são melhor posicionadas, há a possibilidade de preencher a região que foi retirada no caso de quadrantectomias ou mesmo iniciar a reconstrução na situação de mastectomia. Assim, a mulher não fica com a sensação de mutilação ou repercussões negativas na imagem corporal e na qualidade de vida”, finaliza.



Perfil



Alexandre Mendonça Munhoz (CRM-SP 81.555) – Cirurgião Plástico

Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e residência médica em cirurgia geral e plástica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Com Mestrado e Doutorado em Cirurgia Plástica na área de Cirurgia Mamária pela Faculdade de Medicina da USP, Dr. Munhoz é Membro Especialista e Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e membro Consultor do corpo de revisores internacionais das revistas americanas Annals of Plastic Surgery e Plastic Reconstructive Surgery. Além disso, o especialista participa do corpo clínico dos Hospitais Sírio-Libanês, Albert Einstein, Oswaldo Cruz e São Luiz. O cirurgião também foi Coordenador do Grupo de Reconstrução Mamária do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período 2000-2009.



Seu foco científico, levou o Dr. Munhoz a desenvolver 6 técnicas cirúrgicas originais descritas e publicadas internacionalmente: 4 na área de reconstrução mamária pós-câncer – oncoplástica; 1 na área de prótese de mama via axilar e 1 na área de cirurgia da intimidade (ninfoplastia/redução de pequenos lábios).



Com uma intensa atuação acadêmica, Dr. Alexandre possui 92 trabalhos científicos publicados em jornais e revistas científicas do meio médico, sendo que 50 estudos estão indexados no www.pubmed.com (site da biblioteca médica norte-americana). O especialista já escreveu 26 capítulos de livros, sendo que 8 deles integram livros internacionais.

(www.cirurgiaoncoplastica.blogspot.com)
Autor: TVMED


Artigos Relacionados


O Papel Da Enfermagem Na ReabilitaÇÃo PsicolÓgica Da Mulher Mastectomizada

A Responsabilidade Civil Por Erro Médico Na Cirurgia Plástica Estética

10 Questões Sobre A Evolução Da Cirurgia Robótica No Brasil

Itália-brasil- Personagens: Marco Gasparotti E Ivo Pitanguy

Linfadenectomia No Câncer Gástrico

Orelhas De Abano

Câncer De Mama: Uma Fragilidade Para A Identidade Feminina.