Cartas Na Mesa



De que adianta protelar o fim de um amor moribundo?

De que adianta inventar realidades fugidias?

De que adianta gritar dores a ouvidos moucos?

Fim do jogo desse amor que guardei para te dar!

Cartas na mesa! Avançar!

 

Eis a minha rendição total!

Eis o passo que não pude dar!

Eis a jogada que embalei para te surpreender quando a noite nos apertasse nesse tribunal de condenações que construímos entre tantos nãos de pernas e braços desconexos.

 

Nada fiz para segurar o jogo por mais tempo.

Nunca entendi de blefes e de ser o que não se é.

Apostei alto nos cheiros das nossas carnes.

Fim de jogo! Bolas ao centro!

 

Saiba a posteridade que cumprimos tabela com saldo nulo.

E nada mais havendo a escrever, recolham-se os bastões!


Autor: Nara Junqueira


Artigos Relacionados


O Grande Circo De Brasília

Alegria Sentido Da Alma

Amor Proibido

Lixo Do Luxo

No Colo De Deus

As Aventuras De Um Mago Roqueiro

AcrÓstico