SANEAMENTO BÁSICO



SANEAMENTO BÁSICO

A falta de saneamento básico interfere no meio ambiente? Acreditamos que sim. Ato ou efeito de medidas que visam a assegurar as condições sanitárias necessárias à qualidade de vida de uma população, sobretudo através da canalização e do tratamento dos esgotos urbanos e industriais. Saneamento básico é o essencial para o bem-estar de uma população, realizado, sobretudo, por meio da canalização dos esgotos urbanos. Infelizmente a maioria dos governos dos estados brasileiros não investe maciçamente no saneamento básico. Diz o clichê popular de que obra enterrada não dá voto. Um nome muito ligado ao saneamento básico é a do ambientalista. Significa a pessoa que está comumente ligada ao meio ambiente.

Outra nomenclatura, especialista em assuntos ou problemas relacionados ao meio ambiente, e à sua defesa. Um grande investimento no saneamento básico evitaria a evolução de muitas doenças, principalmente aquelas ligadas ao vetor que adora ambiente proliferado pela inexistência de saneamento. Será que os que defendem a conservação do meio ambiente estão cumprindo com seu papel? Achamos que não. Como prova dessa falta de preocupação citamos a Rua Franco Rocha, no Bairro do Pici ou Henrique Jorge como queiram. Há mais de 20 anos uma lama fétida corre todo o dia, o dia todo pelas coxias da citada rua. Entra governo sai governo e a psicosfera da pobre rua não se altera, apesar dos reclamos da população. Época de eleição uma data propícia para os pretensos candidatos aproveitaremos o ensejo para analisar o insolúvel problema e tomarem uma solução plausível, pois os moradores da citada rua não aguentam mais.

Circundada por várias favelas, os moradores sofrem com a água servida que escoam dessas favelas que também não possuem rede de esgotos sanitários. Na periferia da cidade de Fortaleza é notória a situação caótica por qual passamos. A Lei Orgânica do município existe, mas passa despercebida. O governo do Estado desconhece a situação, apesar dos lamentos insistentes da população. Não confiamos mais em políticos, infelizmente. Bem que a verba gasta com propaganda política daria para amenizar o doloroso problema da Rua Franco Rocha. Aliás, a situação não é privilégio nosso, pois o descuido com a limpeza da cidade é gritante. Os mangues do Parque do Cocó na zona nobre de Fortaleza estão desaparecendo pouco a pouco pela invasão desordenada de pessoas inescrupulosas para a construção de luxuosos apartamentos.

A grande área verde geme e arqueja ninguém se apieda da coitadinha. Construíram bem no centro da área verde um grande shopping, talvez o maior de Fortaleza, segundo se afirma ser de propriedade do senador Tasso Ribeiro Jereissati. Recentemente, uma briga judicial entre a prefeitura e o senador, devido à construção de um bloco empresarial terminou com a vitória do senador que continua invadindo áreas do Parque do Cocó.

Com a palavra os juízes de direito do Estado. As barracas de praia na orla marítima enfeiam a beira-mar urgem medidas urgentes para a extinção das mesmas. A população e os turistas precisam usufruir melhor das belas praias que se localizam no litoral fortalezense. Haja coragem para tomar benéficas providências. A desagregação do meio ambiente é grande, e os ambientalistas onde estão? Atualmente as áreas preservadas são antros de marginais e de prostituição de todos os matizes.

Por incrível que pareça o meio ambiente mais vergonhoso é o centro da capital. Situado na Praça José de Alencar, o teatro do mesmo nome sofre com as consequências. Fortaleza possui atualmente uma aglomeração urbana de mais de dois e quinhentos milhões de habitantes. Aquelas pedrinhas conhecidas como portuguesa, assentadas com areia estão às soltas tornando-se uma arma poderosa para os meliantes de plantão.

Falta responsabilidade da prefeita que parece alheia à situação. No Brasil, o início da influência do homem sobre o meio ambiente pode ser notada a partir da chegada dos portugueses. Antes da ocupação do território brasileiro, os indígenas que aqui habitavam (estimados em oito milhões) sobreviviam basicamente da exploração de recursos naturais, por isso, utilizavam-nos de forma sustentável (WALLAVER, 2000).

Os riachos que cortam a Grande de Fortaleza são verdadeiros depósitos de lixo servindo apenas como criadores de insetos, ratos, animais peçonhentos. São mais de 50 áreas de risco perfazendo um total de cinco mil famílias. É preciso lembrar que o meio ambiente não se refere apenas as áreas de preservação e lugares paradisíacos, mas sim a tudo que nos cerca: água, ar, solo, flora, fauna, homem, etc. Cada um desses itens está sofrendo algum tipo de degradação.

Somente um belo planejamento e um mega projeto resolveria em parte os problemas aqui mencionados. Além dos problemas crônicos temos que conviver com um trânsito caótico sem a presença de autoridades de transito nas ruas e avenidas de Fortaleza. Nossa querida capital está entregue aos fotosenssores e semáforos, visto que os guardas da Autarquia de Trânsito (AMC) estão preocupando em multar os motoristas, aumentando os problemas e o direito de ir e vir.

Os motoristas temem pelo excesso de multas que recebem e quando recorrem das mesmas dificilmente ganham. É dose para matar qualquer leão. Segunda a estudiosa Adriana Gioda o acesso a terra continua sendo um dos maiores desafios de nosso país. O modelo urbanístico brasileiro praticamente se divide em dois: a cidade oficial (cidade legal, registrada em órgãos municipais) e a cidade oculta (ocupação ilegal do solo).

A cidade fora da lei, sem conhecimento técnico e financiamento público, é onde ocorre o embate entre a preservação do meio ambiente e a urbanização. Toda legislação que pretende ordenar o uso e a ocupação do solo, é aplicada à cidade legal, mas não se aplica à outra parte, a qual é a que mais cresce. De acordo com a Profa. Ermíria Maricato (FAU/USP) (apud MEIRELLES, 2000) foram construídos no Brasil 4,4 milhões de moradias entre 1995 e 1999, sendo apenas 700 mil dentro do mercado formal.

Ou seja, mais de três milhões de moradias foram construídas em terras invadidas ou em áreas inadequadas. Há uma relação direta entre as moradias pobres e as áreas ambientalmente frágeis (beira de córregos, rios e reservatórios, encostas íngremes, mangues, várzeas e áreas de proteção ambiental, APA). Diria o poeta: “doce cantiga num sussurro morno, pequeno berço a balançar, mansinho, muita vontade de fazer carinho, um coração atento ao que se passam em torno da nossa cidade”, mas só temos a lamentar a situação.

Sou filho do Tempo, luto e não paro na conquista perene do Infinito e, no desejo de encontrar o raro, em vão procuro o que em verdade é mito. Essa conquista seria tornar o que a prefeita nominou de Fortaleza bela. “Outro trágico fator ambiental é o lixo que em sua maioria ainda é lançado a céu aberto”. No Brasil, cerca de 90% da população brasileira vive nas cidades. Com isso, o lixo se tornou um dos grandes problemas das metrópoles. Pela legislação vigente, cabe às prefeituras gerenciar a coleta e destinação dos resíduos sólidos.

De acordo com o IBGE, 76% do lixo são jogados a céu aberto sendo visível ao longo de estradas e também são carregados para represas de abastecimento durante o período de chuvas. Embora muito esteja se fazendo nesta área em nível mundial, ainda são poucos os materiais aproveitados no Brasil onde é estimada uma perda de cerca de quatro bilhões de dólares por ano. Mas, há indícios de melhora na área no país onde se tem como melhor exemplo as latas de alumínio, cuja produção é 63% reciclada (COZETTI, 2001).

O lixo industrial apresenta índices maiores de reciclagem. De acordo com a FIRJAN, no estado do Rio de Janeiro 36-70% das indústrias reciclam seus dejetos (BRANDÃO, 2002).Cada brasileiro produz 1 Kg de lixo doméstico por dia, ou seja, se a pessoa viver 70 anos terá produzido em torno de 25 toneladas. Se multiplicarmos pela população brasileira, pode-se imaginar a dimensão do problema (COZETTI, 2001). Obviamente esses dados são mais bem observados nas grandes metrópoles (Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza), onde mais da metade da população mora ilegalmente. Infelizmente no Brasil a má gestão do solo, bem como, a ausência de uma política habitacional tem levado a esses fatos.

Os invasores passam a ser considerado inimigos da qualidade de vida e do meio ambiente, quando na verdade não existem alternativas, isso ocorre devido à falta de planejamento urbano ou relaxamento político. Se nosso sonho fosse real a minha cidade seria outra bem diferente, mas os problemas que assolam Fortaleza são iguais aos das grandes capitais. Pela psicosfera acima enumerada vemos que os políticos estão confundindo política com politicagem e a população que se lixe. Todos os fatos inseridos nesta matéria ferem a nossa sensibilidade e não temos mais força para exaltara vida. Estamos ao léu, sem laurel e conduzidos pelo destino ferino traçado por políticos fracos e incompetentes. Pensem nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE – DA UBT – DA AOUVIRCE- DA AVSPE.









CAMINHOS PERCORRIDOS - EU E A POESIA - POEMAS
Autor: Antonio Paiva Rodrigues


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