O trafego de crianças



A Polícia Federal desencadeou uma ação que resultou na prisão de 17 pessoas envolvidas no tráfico internacional de crianças e adolescentes, num esquema com ramificações em sete estados brasileiros. Batizada de Operação Cegonha, a ação mobilizou 92 agentes federais. Segundo informações da PF, foram realizadas três prisões no Ceará, duas em Tocantins, quatro em São Paulo, cinco no Rio de Janeiro, uma no Maranhão e duas na Bahia. Um suspeito, entretanto, permanece foragido nos Estados Unidos. A operação policial teve como objetivo prender integrantes de uma das maiores quadrilhas brasileiras especializada em enviar crianças ilegalmente para os Estados Unidos.

A líder da quadrilha, Fátima Eliane Taumaturgo de Mesquita, foi presa em Fortaleza. Os outros 16 detidos, entre eles, uma advogada, um tabelião e um policial militar, ficarão detidos pelos próximos cinco dias. Outras três estão foragidas. A PF vai pedir a prorrogação do prazo para os principais integrantes da quadrilha. De acordo com o chefe do Núcleo de Operações da Delegacia de Imigração, Felício Laterça, a quadrilha enviava as crianças para os EUA para que encontrassem os pais, todos imigrantes ilegais em território americano. O delegado não descarta a hipótese de que em alguns casos tenha ocorrido adoção internacional.

As pessoas envolvidas no esquema, de acordo com a PF, têm alto padrão aquisitivo. Alguns são advogados e funcionários públicos, contratados pela quadrilha para fazerem o transporte, já que não têm dificuldades para conseguir o visto de turista no Consulado dos Estados Unidos. Os suspeitos de integrar a quadrilha serão indiciados por formação de quadrilha, falsidade ideológica e tráfico de crianças, crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. A pena pode chegar a 14 anos de prisão. A operação contou com a colaboração da Embaixada dos Estados Unidos.

Segundo os investigadores federais envolvidos na operação, a quadrilha cobrava entre US$ 13 mil e US$ 15 mil por criança enviada ao país da América do Norte. A quadrilha providenciava novos documentos para esses imigrantes menores de idade, que eram levados por pessoas que se passavam por país. Estimativas iniciais da PF indicam que desde 2002 cerca de 150 pessoas foram enviadas para os EUA ilegalmente. Deste total, já foi possível identificar mais de 40 crianças, graças às investigações conjuntas com o Departamento de Imigração Americano.
Autor: Mateus Wesley Silveira


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