Hipnose e o Mito do Controle Mental
Estando a hipnose associada ao controle, isso dá ao hipnoterapeuta um poder que muitas vezes vai além dos princípios morais. Alguém que pode dominar, e entrar na mente das pessoas. Esse conceito nasceu da forma considerada clássica de ver a hipnose, onde o hipnoterapeuta se coloca como “superior”, acima do paciente. Esta postura era considerada correta nos séculos 18 e 19 e mesmo início do século 20. Com o desenvolvimento da hipnose moderna por Milton H. Erickson (1901 – 1979), esse conceito ganhou uma nova roupagem. Erickson desenvolver uma forma mais elegânte de fazer hipnose, uma psicoterapia sob medida para cada paciente. Levando em consideração sua realidade individual. Buscando através de uma comunicação eficiente, novas aprendizagens e a consequente mudança, da qual o próprio paciente faz parte.
Inversamente ao que se acreditava no passado, sob à luz de modernos conceitos de hipnose e transe, podemos concluir que não há talvez, um momento em que o indivíduo tenha mais controle de si mesmo do que em estados de transe e hipnose. O transe é um estado em que a atividade psíquica recebe um direcionamento específico e intensificado. Portanto, é um momento em que o paciente está com seus 5 sentidos mais aguçados, tanto que desenvolve os fenômenos da hipnose. Pela intensificação dos seus sentidos é que podemos dizer que o paciente tem um controle maior sobre si mesmo. Tem a possibilidade, de tanto com a comunicação do hipnoterapeuta como a própria comunicação articular novas formas de pensar e sentir, levando-se à novas aprendizagens e mudanças almejadas. A hipnose, é, talvez, o caminho mais curto para tornar-se dono de si mesmo.
Odair J. Comin
Psicólogo e Especialista em Hipnose
Autor: Odair J. Comin
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