O QUE É EDUCAÇÃO



Etimologia e conceito

O termo educação possui várias acepções. No sentido comum, o termo educação refere-se à cortesia e civilidade. Qualidades dos homens de se portarem na sociedade.
Educação provém do latim – ducere – o que significa o ato de conduzir, comandar, discernir, marchar à frente, etc.
Não existe um conceito universal de educação, é aplicada em vários sentidos, com meio de aperfeiçoar a personalidade desenvolvida do indivíduo por si própria através dos sentidos. Os meios educacionais modificam de acordo com cada época e situação. Já a atividade educacional é determinada pelos objetivos almejados por uma filosofia da educação oficial, cuja ideologia defende quem ocupa realmente o poder; é imposta à sociedade como se essa decisão educacional fosse do interesse de todos os cidadãos.
Noutro sentido, a educação compete ao sentido de transmitir, de geração em geração os valores culturais da comunidade social em que o homem está inserido e da qual recebe um conjunto de técnicas normativas que lhe permitem satisfazer suas necessidades biológicas, físicas e culturais, e integrar-se na sociedade. É por meio da educação que se está realmente no pólo social, desempenhando todas as necessidades que exigem o meio em que se vive. Não ser educado sob os padrões exigidos pela sociedade, cada vez mais capitalista e tende a vergar-se pela luz do saber, está literalmente marginalizado. Este patamar vale para toda e qualquer nível social do planeta, a sociedade humana e suas regras são gerais no que diz respeito ao nível intelectual de cada um.
A educação é tão antiga quanto à humanidade, passando por vários períodos até chegar até nós como está agora, a educação na antiga Roma se diferencia muito dos dias de hoje, onde as crianças principalmente os meninos eram educados para a arte da guerra. Na Idade Média, ainda restrita somente aos nobres a virtude de estar no meio intelectual, a educação se submete aos rigores da Igreja Católica, onde o sonho de todo menino era ser monge, o que resultaria numa vida recheada de cultura e leitura dos grandes clássicos, assim aconteceu a pouco tempo a era contemporânea, muitas crianças não podiam ir à escola por falta de apoio ou simplesmente satisfazer as necessidades do trabalho que impunha as famílias, principalmente aquelas afastadas da civilização urbana.
Mas hoje em dia se faz uma reflexão toda voltada para a educação, e compete a filosofia, ciência que busca a verdade última de todas as coisas, examinar as concepções ideológicas sobre as quais as doutrinas educacionais se apóiam. Mas para que esse exame seja percuciente é necessário, munir-se recursos disponíveis pela psicologia, biologia, sociologia, nos seus diferentes ramos, desde a antropologia social e cultural até as ciências políticas como história, literatura e demais artes do saber humano e até mesmo religiões cujas teologias, algumas pensem o contrário, têm importante papel em várias doutrinas educacionais.
Importante lembrar que esse rol de disciplinas elencadas apenas forma o repertório cultural daquele que pretende examinar os fins da educação. O objetivo dessa análise é o resultado de um aglomerado de conhecimentos acumulados e que revelem um pressuposto teórico de uma determinada doutrina educacional, e isto vai depender quem faz o estudo.


Educação progressiva

Também denominada Educação Ativa, da Ação ou do Trabalho. Consiste na concepção educacional na qual o indivíduo é estimulado a ser espontâneo independente e, por isso mesmo, criativo. Defende a supremacia da atividade prática sobre a teórica.
Foi no Renascimento que surgiu esta forma de pensar a respeito da educação, por isso, a Escola Progressista surge na época do Renascimento, que foi um movimento cultural e literário surgido na Itália.
A partir deste movimento da renovação cultural, a Educação foi tratada por diferentes filósofos, preocupados em criar uma nova metodologia que retirasse da escolástica o papel hegemônico na Educação. Queriam romper com as metodologias ultrapassadas que foi o método utilizado em toda a Idade Média, a escolástica, doutrina educacional dos mosteiros e, sobretudo da Igreja. Dentre os pensadores mais influentes está Renè Descartes com a criação do Discurso do Método, mais voltado para a Filosofia, Francis Bacon, Locke, Rousseau e Tolstói, entre tantos outros, chamaram atenção sobre o modelo de ensino centrado no grego e no latim, ao qual fizeram acerbas críticas sem encontrar, entretanto, repercussão, fato que a imposição do modelo clássico sempre foi fruto de uma determinação política. Mas se o método clássico não tivesse alcançado as expectativas não teria persistido por tanto tampo, sendo que o ensino do latim era ensinado nas escolas normais até mais ou menos a década de sessenta do século XX.
O objetivo desta escola Progressista é despertar o interesse dos alunos pelas coisas da sociedade. Todas as atividades escolares destinam-se a despertar no aluno o desejo da descoberta pessoal, que fora abafada em outros tempos, da elaboração e assimilação do conhecimento, onde os métodos clássicos prezavam pelo ato de decorar as obras de autores clássicos com a imposição de uma sentença latina que dizia: “repetitio mater studiorum est”, ou seja, a repetição é mãe dos estudiosos.
Em função disso o aluno é tratado na sua individualidade, por que é o agir sobre as coisas, numa atividade pessoal, o que realmente interessa, com isso modifica a função do professor que, de guia – como acontecia na escola tradicional - , passa a ser colaborador, uma vez que deverá motivá-lo para o interesse pelo estudo como também orientá-lo a descobrir suas aptidões para o conhecer.

Educação Autoritária

É conhecida também como Educação Tradicional, Diretiva, Heterôma ou Conservadora, consiste na concepção de educação, na qual o aluno deve assimilar o conjunto dos bens culturais da humanidade de forma absoluta. Para tanto, os métodos pedagógicos, utilizados para que esses bens culturais sejam eficazmente transmitidos, exigindo assim uma rigorosa observação da disciplina e da autoridade incondicional do professor, que se for preciso o mesmo punirá o aluno com agressões morais, como os castigos, em casos mais graves em conseqüência dos delitos dos alunos levando-o a serem punidos com agressões físicas, o mais comum ter a mão sujeita a violentos golpes de palmatória.
Para essa concepção educacional, o professor é o guia que dita o conhecimento ao aluno com autoridade, servindo-se do que é certo ou errado. Ele as impõe com o objetivo explícito de dar instrução prescrita. Por isso, prescinde da mútua confiança e da empatia que devem existir, norteando assim todo o processo educativo.
Nessa perspectiva educacional o aluno é entendido como criatura a ser formada, em cuja personalidade predomina a ignomínia, a perfídia e a mentira, concebendo que o aluno tem natureza má que deve ser corrigida, herança do Cristianismo onde defendia que o ser humano nascia com marcas do pecado original. O aluno é um ser de cabeça deformada, vazia e que deve ser “enchida”; por isso, deve submeter-se às injunções do professor. Mas para atingir sua finalidade educacional, os professores exigem obediência irrestrita e se utilizam da coação. O controle da vontade é obtido pela mutilação do eu (ego) com castigos, seduções, emulações, louvores, distinções, fato este que até pouco tempo, nas escolas essa tendência era ainda um fator predominante, onde os melhores alunos eram poupados de castigos e elogiados, ao contrário daqueles que não conseguiam almejar a conquista do professor, era colocado em segundo plano, como um ser distinto dos outros. O aluno, para aprender, deve responder considerável energia.
Essa escola é um mundo fechado, à parte da sociedade. Obedecem cegamente as grades curriculares estabelecidas como a leitura e interpretação dos clássicos e lições exaustivas de latim e grego, e sem o qual os alunos não teriam capacidade de assimilar os valores da cultura do passado, considerados essenciais para a vida. O latim, principalmente, era maior de idade prioridade entre o grego, considerado a língua mais lógica do mundo, ajudava os alunos a desenvolverem a capacidade de raciocinar assim como pretendiam as disciplinas exatas como aritmética e geometria.
Confiando-se sobremaneira na oralidade e repetição, essa Escola conduzia a um espírito conformista. O uso restrito do caderno de apontamentos e do compêndio didático, aliado à inexistência de bibliotecas acessíveis, impedindo o desenvolvimento de idéias novas.
Qualquer que fosse uma iniciativa pessoal por parte do aluno fora dos cânones estabelecidos era considerada subversão à ordem, donde se explica a não renovação nem das idéias, nem da prática didática do professor.
O aluno que não correspondesse ao rendimento escolar pretendido pelo professor, recomendava-se os castigos, punições físicas, distinções, entendidos como função terapêutica.
Os castigos que impunham aos alunos eram de ordem algogênicas, que tem a finalidade de produzir dor física ou privação de necessidades, tais como: cascudos na cabeça, puxões de orelhas e de cabelos, palmatória e chibata, privação do lanche, confinamento do aluno na sala escura, colocar o aluno de joelhos sobre grãos. E também há os castigos morais como chamar a atenção, repreensão em público, humilhações, proibição de sair da classe ou levantar-se da carteira, ameaça de reprovação se o aluno não melhorasse seu comportamento.
Embora tenha um lado negro com severas punições, a escola Autoritária também prestava o emprego de recompensas, prêmios, louvores como meios educativos. Dessa forma davam-se pontos positivos e incentivavam os alunos a serem assíduos e prestativos com o saber. Mas a escola não prezava os alunos a cultivarem valores pelas coisas extra-escolares, como ser rico, bonito, famoso, tendência à liderança, etc.
Há que considerar, ainda, que os castigos infligidos ao aluno não produzem o efeito esperado, mas, ao contrário do que se pensa, em alguns embotam a sensibilidade, estimulam o medo, a timidez e a covardia, enquanto em outros desenvolvem a hipocrisia e a dissimulação.
Autor: Guilherme


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