POEMAS AVULSOS



Helvétika

 

 

 

Remissivo ao verão de 2007/2008, um augúrio seco

Passara-se nosso tempo teu e meutempo começam como são São ou temprano temporão contemporaneos mundo insano Vibração fugidia de uma luxação mnêmica lastro irrastreável dolor rarefeito Pressão vertical da gelida pradaria febre do caos Insípida moribunda dos mananciais séquidos vertigem e colisão éter viscoroso em lua-de-queijo A noite do porvir nas lacunas das hiâncias o aceno contido plataforma silenciosa não se sabe quando outra vez não se soube não sebemos se se saberá não sabemos jamais o soubemos Porque a raridade fusionou-se à escassez fez-se uma mitologia de vertigo e sentimento Helvecioso Foi assim naquele tempo eu mesmo vi Uma lenda que nós dois criamos para nós dois que a criamos não a cremos porque eu nos criamos não crieu amor Helveciosa O mito que quiz lenda humana Meu coração gemeu nosso não meu sentimento foi o nosso, helvética naquele tempo, me lembro eu vi Magia não cri, tu fostes Helvética, forasteira Teu mês me durou mais de um ano naqueles dias Não tiveste vibração a tivera por toda Meus poemas não tiveram réplica o que dizer de teu silêncio? naquele tempo Helvética És-me toda em poema Helvética A memória apaga o tempo da memória da memória do tempo a distância dinstante Helvética Três cds e saudade naquele tempo Qual neve me desliza à testa, Helvética? Foi-se que não fostes Viera-me a solenidade ríspida do real sem prelúdio, sem sonho, sem ti Helvética

FELLIPE KNOPP

 

 

28-06-2009

 

Febres e calabolsos

 

Tuas cédulas de escombros colunas de vosso colosso áureo sedimentado com sangue alhágrimas coaguladas ... essa sedinha vulgar que não passa de toga barata de papel higiênico usado vergonha eclipsada de demérito exaltação do pífio e nem têm a menor dimensão do que tenho passado em toda minha vida, a julgar, tão levianos [opróbrios de furúnculos alicerces de vossos templos de copropatifarias teus filhos? Ah! Por tão nada eles se desesperam saem desembestados feito porcos selvagens E vós mesmos, quanto suportariam da situação? [sem deplorar-se Contemplem vossa chancela de merda emplastada pra que tuas "niñas" abram cada vez mais as pernas para cada vez mais cães leprosos e teus filhos o rabo ! Contempleis vosso surto-circuito escândalo desesperado de não-zerlar-se A lata do lixo estará sempre aberta Vossa jogata saltimbanca arquebanca cédulas de pus em lentes de gelatina podre Deixei de ser brasileiro ao perceber-me que sempre aqui fui apátrida por força das "circulunstânsias" a comida enche o estômago mas o estômago não esvazia a lembrança a barriga sai da miséria mas sai não sai da alma enquanto o estômago permanece vazio a alma se empanturra de estômago ... Devora-se suas demandas violento órgão ermo! estrelas aeradas no prato um soufflé de pacotes ôcos relva ali nenhuma agonia lost  time a endorfina já o dominara! [integralmente! ... Pas de quoi !

Fellipe Knopp

 

04-07-2009

 

A Instânsia D'Ausente no Essente ou Isso desde Logos

 

Sou eu aqui a força da esfera pedra de toque o bicho da espera a fera a feira a fera da espera espora às portas do agora soturno e taciturno o limiar das horas o sangue gelado que corre e que gela atroz e trucida tortura singela o bicho das horas afere esfera o sangue sólido da vibração grave da visão de mundo significantes em simbiose na artéria o arqueiro das sete artes corpo elipse de antimatéria eclipse alçapão de evocações método e autoindução fiocondutor de eletro-ratio eletroestética seiva-plúmbea a antipoesia do anticidadão anticristo? anti-isto! Antes eu do que isso a fome, a fera e o isso psicoupisco um anti-nada requerido ao fisco as nuvens do solo em clara de neve gemas podres (.) ópio desmemorável fomemora teu aniversério essa vida é uma piada cócóricó: disseram certas vizinhas galinhas de rapina em ramas de coprófilas de criadouro a instância da madrugada na consciescência ou a Verdade desde os seres das cavernas a verdade não nos diz nada? verdade: é totalitária! lógica grafada em carne-e-osso Não quero teu carrocéu de hipocampos

Fellipe Knopp

 

 

 

 

 

 

 LOQUAZEDOAqui por tudo que fiznada que quisnão pertenço a este paíseste que nada me dizo que me vês fazer assimé o que sei de mimpor mimposso nem ter dez casas ou sete vidastrinta calças ou sabe-se lá quantos milhõesmas tenho inúmeros talentose uma honratodas meussem espera do agorada causaou da caçaa chuva se dissolve intémperas do soloa colisão do alfabetaaceleração das âncoras de cais imaginárionévoa compactaa chuva brota da relvaonde habita a selvasublevação de doses de nicotinao descortinar da evasãolástima-calcosmolitofarofa não é areiafaroleia !tóxico-menta de pleromialixiviação afeto-circunstancividadensa atmosferato cianetoDidaskacoskaoscerol de fio de pipa-fuegoceol das oras ogivaisurticurânio radiotelevisivoBoom !!!

FELLIPE KNOPP

20-06-2009

 

 

 

AUGÚRIO DAS EXPRESSÕES

 

 

Sintaxe da catatonia 

no vão dos olhos

vão

todos os olhares

decupados por arestas luzernas

qual espelho

imagenns fluidas em furta-cor [opaca

a órbita do caos

pétalas de carne em copa de magmas

brasas de tormenta

uma catatonia cenrtípeta

o assovio do siêncio

nas tímidas canaletas

suando levigante: tua decomposição

fios de pulsão

circuito inedefinido

flechas encandescentes em movimentos circulares

regulando o efêmero

a intermitência das certezas

congratulando o luto do dia-a-dia

acenos turvos ao morador ausente

casa de constelações frígidas

sangue betuminoso em meia-luz

meia-sola

meia-noite

arestas do infinito

                          

                                 [necrotério das emoções

 

 

empuxo das aflições

 

das  cinzas do corpo jaz o teu pão !

 

suave adeus

feito vento da alta madrugada

 

A FOME DESTRUIVA DOS INSTANTES! 

 

 

 FELLIPE KNOPP

 

22-06-2009

 

 

PULSOS, PULSAÇÕES E PUSILÂNIMES

 

 

 

 

Noites do asfalto fino

em salivas coaguladas

carburação em fuligem de fumo

queimando parafina enluarada

sonido das lamúrias desoladas

garoando rapinas de porvir

até as galinhas quiseram voar alto

capim e cerveja

ósculos de neblina-relva

assimétricas

calígula desbotado

separatas de maldicções

amálgamas de soletude

brisas aleatórias noturnas e galvanizadas

sua corrosão catoptrônica

lendas de contos de bolso

umas guias de mameluco, resíduos de mortiferação

populações inteiras em chalés de água-funda 

 

antologias de ruas de lama

as pedras transpiram

 

fumo no copo

cinzas no copo

breu no copo

 

cópula dos ascos-aniquilados

 

 

penumbra dum raio-de-sola

alísios odores latrinos

 

solistas de calabouço

 

e um inalador de xisto

 

 

 

 

FELLIPE KNOPP

25-04-04

 

             

 

SABERE, SABORE, AMORE, AMORE

 

 

Amor de nossos lábios em nossa vida profana

Amor verdadeiro é aquele que engana

Dulce em fel de fermento e morfina

Amargo, em pranto e sangue, por ungüento-benzina

Amor, que se, não me tem, que mal tiraste

Pois dor, de que, se um mantém, a quem amaste

Sentir-se, não cabe em si, não te mostraste

Amor, que se mal pergunte, por onde andaste?

Se fugaz, voraz e pungente, enamorado

Decifra-te ou te devoras, atroz e alado

Se rebenta em corpos dormentes, se faz amado

Amor bebido, comido, fumado, cheirado

Te descubro a nudez, cerrada, em torpe ardor

Já não enxergo além de vultos, sem mais horror

E me valho de teus efeitos em meio a dor 

Dê-me um prato de bem querer e três trouxinhas de amor.

 

 

            FELLIPE KNOPP

18-10-02

 

 

 

AMOR, A QUE VIM

 

Não só quero possuir-lhe o corpo;

cativar-te, não mau, meu querer;

eu não quero delírios insanos;

Nem só vim a tomar-te o prazer.

 

Não só quero-te presa a meus braços,

ter-lhe a vida em mim a função.

Quero sim estreitar nossos laços,

por amor e compreensão.

 

Se dilatam teus olhos brilhosos

ao me virem chegar perto a ti.

Se abriam teus lábios, nervosos,

de alegria se põem a sorrir.

 

Me repara o jeito acanhado,

me encabula, graceja, se ri.

Eu te falo tão envergonhado:

me desculpe, não sei seduzir.

 

Tu me olhas nos olhos, vibrantes,

o meu tímido jeito te atrai.

Minha voz semigrave, queixante,

de apatia quase não me sai.

 

Tu me tocas o rosto molhado,

gesto meigo, gentil, me agradou.

O meu corpo, por ânsia, suado,

inseguro, emotivo, vibrou.

 

Arrepios, tensão, olhos, pelos,

boca seca, saliva a faltar,

tremulantes apenas por vê-lo,

o teu a meu rosto tocar.

 

Entretido ao clima atraente,

já não sei, já não lembro a que vim.

Não recordo o que dantes falara,

o que outrora quisera pra mim.

 

A teu plano engodado, enredado,

enganei-me, deixei-me levar.

Ora leve, não mais preocupado,

por momento quis-me eu enganar.

 

Teus cabelos, aos ombros, caídos,

à teu rosto realce lhe dão.

Douros pêlos realçam-te os olhos,

Cor castanha, de terra, de chão.

 

Alva pele, vermelha, corada,

mãos serenas velozes lhe são.

Me percorrem as pernas molhadas,

ora águia ,condor, alazão.

 

Seca boca a teus lábios beijar-lhes,

inclinando-me a tal comoção.

Ora quero os prazeres trocar-lhe,

ora quero beijar-te as mãos.

 

Não apenas tocar-lhe o corpo,

não somente tomar-te o prazer,

antes quero juntar-nos as almas,

numa troca, em essência, do ser.

 

 

FELLIPE KNOPP


Autor: Fellipe Knopp


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