Não a punição dos militares



Roberto Ramalho Ramalho é Advogado, Relações Públicas e Jornalista.A tentativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República de enquadrar os militares revogando a Lei da Anistia é inconcebível.Ao assinar um decreto que possibilita a punição de militares que participaram de torturas é inaceitável.Não podemos voltar ao passado. O pensamento dentro da caserna agora é outro. Todos sabem que é o Regime Democrático o melhor para o nosso povo e aquele que dá oportunidades para todos.Estão completamente equivocados o Instituto dos Advogados Brasileiros e o Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil.A anistia sepultou qualquer tentativa de abertura de processos contra qualquer que seja, seja militar ou guerrilheiro ou terrorista de esquerda.A lei de anistia acabou de vez com isso. Vamos viver o presente e não o passado.É evidente que a ditadura militar foi um regime político cruel. E que o Estado Democrático de Direito foi uma conquista suada e sofrida e nossa Constituição está ai para corrigir isso tudo.Mas particularmente sou contra qualquer tentativa de punição aos militares.Os combatentes de esquerda também não são santos. Mataram, seqüestraram e roubaram. Tudo isso em nome de um Estado Totalitário existente que era a União Soviética.Se Jango tivesse se submetido aos interesses dos soviéticos e dos russos com certeza o país poderia ser um satélite soviético.Dessa forma nós jamais teríamos liberdade de expressão e de pensamento político.Concordo também com aqueles que repudiaram o golpe militar de 1964. Mas foi necessário. O que não concordo é com o estabelecimento do Ato Institucional nº 5 e com os demais atos que vieram posteriormente.Depois do golpe era necessário que o Regime Militar restaurasse a democracia ainda na década de 60. Mas eles se perpetuaram no poder por 21 anos.Foram infelizes, embora o coronel Jarbas Passarinho tenha insistido pela permanência do Regime Militar. O que é uma atitude infeliz de sua parte.O erro de uns não justifica que todos venham pagar por seus erros.Hoje temos que pensar em modernizar o pensamento das nossas Forças Armadas para que elas sempre defendam o Estado Democrático de Direito.Também se faz necessário pensarmos em modernizar nossas Forças Armadas em armamento, já que a Colômbia, o Chile e a Venezuela vêem adquirindo aviões, tanques e fuzis russos e americanos.A Guerra Fria já acabou faz tempo. Mas nossos vizinhos estão se armando até os dentes. E nossas Forças Armadas precisam comprar equipamentos novos e modernos para equilibrar a situação na América Latina.A modernização das Forças Armadas venezuelanas desequilibrando forças dominantes na América do Sul como o Brasil que ainda não adquiriu os seus novos caças supersônicos é um fator preocupante.Por isso, basta de procurar culpados no passado. Temos que olhar o futuro para que as novas gerações possam viver seguras em seus lares.Em entrevista à Agência Brasil, o secretário afirmou que país deve ter orgulho das Forças Armadas. No entando, ele defendeu a punição para torturadores e estupradores que cometeram crimes durante a ditadura. Segundo Vannuchi, o presidente Lula resolverá o impasse. Os comandantes militares reclamam porque, segundo eles, o decreto excluiu de novas investigações os crimes cometidos pelos militantes de esquerda.  Essa afirmação do Secretário de Direitos Humanos da Presidência da República não resolve a questão que está pendente.Só a revogação do decreto pelo presidente da República pacificará As Forças Armadas.É preciso coerência e sensatez para que o problema não gere uma crise institucional.A entrega dos cargos pelos chefes militares e pelo Ministro da Defesa Nelson Jobim criou o estopim para a crise.Mas o presidente Lula que é macaco velho e é experiente não aceitou. Segundo ele a decisão sobre o assunto deverá ficar para abril.Porque abril eu não sei. Talvez queira ganhar tempo para resolver o imbróglio.Vamos esperar para ver no que vai dar. Com certeza Lula resolverá essa pendência com As Forças Armadas e com a esquerda brasileira com altivez e responsabilidade que é o que toda sociedade civil organizada e o povo querem.
Autor: Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti


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