Don't Cry for Me , Argentina



Dont cry for me, Argentina!

 

T

enho  um pouco do sol, do solo, do ar, das águas da Argentina em mim. Tenho-os, igualmente, de outros tantos países: Itália, Grécia, França, Portugal, Turquia . . .

A cada vez que como ou bebo, seja o que for, que tenha origem em um desses países, incorporo deles não só a cultura, mas também os elementos químicos que vieram a ser sintetizados pelo fenômeno da fotossíntese.

Dado ter quatro dos cinco sentidos  visão, tato, olfato e paladar , sensibilizados ao ver uma maçã, ser atraído por sua forma, suas cores, seu brilho, tocá-la, sentir-lhe o aroma, degustá-la, admito em mim o ácido málico produzido pela síntese que se iniciou com a germinação, passou pelas diversas fases do crescimento até que a macieira tivesse atingido a fase adulta, de produção de frutos.

Esse ácido málico adentra meu corpo por meio de um outro fenômeno, o da alimentação e suas complexidades, conduzindo vitaminas e sais minerais, hidrogênio e oxigênio até o meu cérebro, e me permite estar a refletir acerca dessa rota que ultrapassa fronteiras, carregando consigo o suor do camponês, a teimosia de que é possuído ao lutar contra as intempéries, vencer as forças dos fenômenos atmosféricos, produzindo para sua subsistência e, mais do que isso, sentir-se útil ao mundo, provocando prazeres diversos.

A par desse trabalho que a Natureza opera, há o trabalho do Homem, da experiência, da cultura que atravessa os tempos e que, passando de geração em geração, chega à minha mesa.

Assim, também, ocorre com vinhos italianos ou portugueses, queijos franceses, azeites e azeitonas gregas, figos de Ankara, tâmaras do Líbano, . . .

Ó mãe Natureza, que dádiva ter nascido sob teu manto!

Dezembro de 2008

 

 


Autor: Claudelino Brito


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