MÃE ZILDA ARNS
Um dia já distante no tempo, algo como que inesperado ocorreu.
Uma pequena criatura, no sentido explicito da palavra veio ao mundo, com apenas 1, 200 quilogramas. Praticamente com expectativas de vida, quase que nulas. Precoce?
Poderia até ser.
O tempo se encarregou de mostrar que peso corporal, não tem muito em haver com o que irá ocorrer no longo da vida.
Este pequeno ser, cresceu, desenvolveu, estudou, casou, formou família, apareceram os netos e por ai vai a vida.
E então um dia, estudando e lendo a Bíblia encontrou uma solução prática, a qual não a encontrara até então, na sua vida cotidiana de profissional da área de saúde.
E colocou em prática, algo que o Mestre havia demonstrado e exigido.
Multiplicação. Não só a multiplicação dos pães e peixes. Mas a multiplicação da vida, não na forma reprodutiva, mas na forma de amor, de solidariedade, de fraternidade e, sobretudo de doação de si, sem pensar em si.
Como profissional da área de saúde, entendeu que existe uma simbiose muito clara, entre a vida e a água. E foi a partir deste raciocínio que surgiu o salvador soro caseiro, uma mistura de água, sal e açúcar, que auxiliava no combate a desidratação, provocada por anormalidades digestivas.
Mas este foi só o primeiro passo. Estancar a mortalidade e a morbidade, nos primeiros sinais.
A seguir buscou a moderna versão do milagre do Mestre, multiplicar alimentos e vidas.
Com ações coerentes, práticas, higiênicas e com muita criatividade, temperada com amor, conseguiu um fato que há muitos anos, políticos e administradores não haviam conseguido: salvar vidas que eram ceifadas pela desnutrição nos primeiros meses de vida.
Buscou na natureza, no cotidiano, no que lhe era oferecido no dia a dia, e conseguiu elaborar uma dieta básica inicial, que consistia no uso de produtos que a mãe natureza lhe oferecia. Sementes de abóbora, grãos com elevados teores de proteínas, farinhas, frutas, doces, vitaminas, minerais e um ingrediente especial: amor.
E assim, com o acompanhamento do desenvolvimento ponderal dos recém nascidos, com uma alimentação balanceada dentro dos níveis possíveis, as crianças ainda sendo amamentadas, recebiam alimentos elaborados.
Resultado? Vidas salvas.
Passa a existir na vida prática o postulado maior do Mestre: Amai ao próximo como Eu vos amei.
E como expressar este amor? Colocando em prática uma forma de amor, que até então era desconhecido: Evitar a morte por desnutrição e enfermidades que poderiam dela decorrer.
E então surge a nossa personagem, que não vamos rotulá-la com adjetivos que em geral são empregados para este tipo de pessoa.
Surge a nossa personagem: MÃE ZILDA ARNS.
Quer adjetivo maior? Não precisa.
MÃE.
E assim foi a vida da nossa MÃE ZILDA ARNS.
Deixou-nos de forma física traumática. Quando estava dentro de uma igreja pregando aquilo que sempre fez com maestria: Evitar a morte de milhares de crianças.
Deixou-nos de forma espiritual. No átrio de um templo onde se venera DEUS.
Tem-se uma sensação de que, DEUS ao permitir o passamento da MÃE ZILDA ARNS, o fez como exemplo para toda a humanidade, de que se faz necessário doar-se pessoalmente e espiritualmente, para que muitos outros possam ter uma vida digna.
Infelizmente nossa MÃE ZILDA ARNS nos deixou.
Ficou o exemplo maior.
O exemplo que só uma mãe poderia nos dar: AMAR AO PRÓXIMO.
O que dizer?
Obrigado? Seria pouco. Mas acredito que a humanidade passará a ter uma outra ótica, em relação aos menos favorecidos.
Nossa MÃE ZILDA ARNS, embora nascida com apenas 1, 200 quilogramas, se transformou em um gigante moral, religioso, profissional, maternal que mudou muitas vidas.
Uma palavra final: MÃE ZILDA ARNS, que bom que você existiu.
OBRIGADO.
Autor: Romão Miranda Vidal
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