Relatório da monitoria: TEORIA E MÉTODO EM GEOGRAFIA



A disciplina de Teoria e Método em Geografia é por excelência uma disciplina inigualável que nele sempre está presente à discussão da geografia como ciência, desde seus fundamentos epistemológicos (onde se dá maior ênfase os aspectos teórico-metodológicos) à práxis. E assim enriquecendo as reflexões do geógrafo como ser que contribui para uma mudança qualitativa na sociedade, é porque não dizer no mundo, já que a ciência geográfica tem várias singularidades que a diferencia das outras ciências, tais como, a relação Homem X Natureza, Homem X Sociedade, Sociedade X Natureza.

Advento das diversas relações presente, a construção de um enorme arcabouço teórico-metodológico para melhor compreender e sistematizar o conhecimento foi gerado, e vem assim acompanhando a ciência geográfica desde sua sistematização como ciência moderna até os dias atuais.

São metodologias trabalhadas na perspectiva dicotômica entre Geografia Física e Geografia Humana, a primeira bastante marcada pelo conhecimento obtido na gênese da ciência geográfica com os estudos naturalista sobre a paisagem/natureza com influência nas contribuições dos pensadores pré-socráticos e pela uma etapa adiante com a Teoria Geral dos Sistemas, tal modelo influenciou numa nova abordagem

metodológica no estudo de geografia física, A teoria do Geossistemas.

A geografia humana por sua vez inicia os seus estudos na perspectiva da relação Homem X Meio, em seguida insere como pauta entender sociedade em relação ao espaço, alicerçado pelo o processo de "marxificação"(que vigora nas ciências humanas), então, a geografia crítica se torna uma nova ótica por onde estudar geografia, baseando na construção da sociedade advém de um processo histórico. Logo o método do materialismo histórico dialético se tornava referência nas produções cientificas geográficas.

O que sempre foi buscado nesse processo construtivo da ciência geográfica, foi concretização de caminhos que possam auxiliar na obtenção dos resultados nos estudos em geografia, isso é dado como motivo para a constante evolução e história dos aspectos teórico-metodológicos.

É com base na discussão metodológica, que a disciplina de "Teoria e Método em Geografia" visa contribuir com a formação do estudante de geografia, formando uma base de estudo que auxilie na pesquisa e na sua atuação profissional.

Compreendendo que a ciência geográfica como as demais ciências são frutos de um longínquo processo formado até mesmo antes do século XVI (nessa época as teorias de Galileu Galilei, Francis Bacon, vigorava), onde as explicações seguiam uma linha dogmática religiosa, mas mesmo assim todos esses pensamentos contribuíram na formação de pensadores, que em seguida consolidaram a geografia.

Para melhor entender a importância desse processo histórico na atual situação que se encontra a ciência geográfica, foi desenvolvida uma pesquisa teórica sob orientação da professora Isorlanda Caracristi na monitoria. Tal pesquisa tratava dos objetos de estudos empreitados por geógrafos no século XIX. Serviu como fomento de nossa pesquisa analisar de forma crítica as produções relativas a obras oriundas da época tida como "geografia Tradicional", na qual a ciência geográfica foi sistematizada no âmbito de ciência moderna. Fizemos nessa pesquisa uma relação entre o contexto histórico de cada autor da geografia clássica tradicional com o seu objeto de estudo, em ambos os motivos influenciaram na formulação dos princípios geográficos (princípio de extensão, causalidade, analogia, conexidade, atividade), esses por sua vez permitiram/auxiliaram a sistematização da geografia como ciência moderna, e na inserção da ciência geográfica nas instituições e Universidades.

Vale ressaltar que essa pesquisa gerou um artigo, e que esse artigo foi apresentado no segundo dia do XV Encontro dos Geógrafos do Ceará (XV EGECE) em Fortaleza, entre 3 a 5 de junho de 2009.

A iniciação à docência contou com diversas atividades, como por exemplo, fichamentos de diversos textos ligado à epistemologia, a elaboração de um plano de aula e consequentemente foi ministrada uma aula e ambos foram baseados nos princípios geográficos, também contamos com o acompanhamento das aulas, debates e até mesmo foi acompanhado a discussão acerca das referências bibliográficas postada para a disciplina. Tudo isso ocorreu, acreditando-se que a discussão se faz necessária frente a uma formação qualitativa do discente como futuro professor de geografia, e crendo também na suma importância que os aspectos teórico-metodológicos dão na execução da práxis do profissional em geografia.

Em minha opinião, foi possível atentar a partir da monitoria, a tremenda precariedade e sucateamento em nossa biblioteca, que conta com pouquíssimos livros clássicos, tal situação, está sendo estimuladas pelas atuais produções acadêmicas (que se baseiam na setorização da geografia) e também por causa da falta de verbas destinadas a compras de livros, piorando ainda mais quando se fala em livros ligados a epistemologia e história do pensamento geográfico, como também dos próprios livros clássicos, que dificilmente são encontrados à venda ou quase sempre essas obras não são reeditadas. A maior crítica fica por conta das leituras que são feitas dos clássicos e como eles são abordados no curso de Geografia, pois muitas vezes os estudos dos clássicos tradicionais são rotulados como um conhecimento pré-crítico, módico, translúcido, fazendo que se esqueça da real contribuição que eles deram e podem dar na formação do Geógrafo. Atualmente não se fazem mais as leituras dos clássicos e sim de autores contemporâneos que abordem eles, resultando numa opinião da opinião e deixando de lado a importância do regaste dos clássicos para a formação teórico-metodológica.


Autor: Valdelúcio Fonseca


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