Apesar de você.



Apesar de você.
Quando jovem, ouvia sempre uma canção que estava claramente direcionada ao poder público ditatorial que vigia, numa crítica nada velada. Era a notável verve de Chico Buarque em Apesar de você.
Naquela época, qualquer declaração política explícita, significava cadeia, nos porões do fatídico Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI CODI. Eufemismo para grupo assassino oficial, pois na maioria das vezes não era apenas cadeia, mas a morte.
Lembro-me do terror com que minha mãe me alertava, para cuidar com o que andava escrevendo em jornais de bairro na Zona Norte de São Paulo. Afinal, um jovem de 18 para 19 anos, não tem mesmo muito juízo.
Hoje vejo, não sem uma grande dose de decepção, que a tão sonhada liberdade de imprensa ou manifestações de idéias, de nada adiantou, pois as mentiras oficiais continuam encobrindo a maior parte da verdade, para proteção de notórios ladrões do erário encastelados no topo da sordidez política.
Ou seja, antigamente encobriam-se os descarados assassinatos de presos políticos, hoje se encobrem os assassinatos indiretos de crianças, via fome e falta absoluta de oportunidades, o que acaba por fomentar a violência urbana.
Lamentavelmente, as profecias da música não se concretizaram (ainda). E apesar de você, democracia de fachada, a serviço apenas dos imorais abastados da orgia do poder, algum dia o povo vai acordar. Vivemos o momento de total domínio de mal dissimulados discípulos de Paul Joseph Goebbels, marketeiro político de  Adolph Hitler, para quem uma mentira dita mil vezes, torna-se uma verdade.
E não é o que vemos hoje, com total auxílio de uma predominante mídia corrompida até a medula?
Mas haverá de existir um dia, exaustivamente desejado dia, em que a verdade seja impossível de ser maquiada.
 A partir desse dia, nenhum crápula será mais reeleito. E assim, como a maioria dos assassinos do passado morreram  ou estão em vias de  os déspotas atuais também passarão.
Ainda bem que a natureza não se sujeita à corrupção!
Autor: Joaquim Saturnino Da Silva


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