Apoteose inversa



Apoteose inversa.
um canto na brisa!
Mas ninguém mais quer
ou julga precisar ouvi-lo,
absorvê-lo.
De que serviria um canto de paz,
aos amantes da guerra?
Qual a utilidade da vida,
para os engenheiros da morte?
uma mensagem em cada sorriso!
Mas como lê-las se os olhos
estão ligados a cérebros estéreis?
Como interpretar sorrisos
num tempo de chorar?
Quem pagará, afinal, o tributo das lágrimas,
aos homens que o exigem de outros homens?
uma voz na liberdade por detrás da mordaça.
Mas por quê fazê-la soltar-se,
se os ouvidos estão tapados pela desconfiança?
um poeta moribundo em cada ser humano...
E assim, ausentar-se-á do mundo a poesia
e a hipocrisia ocupará o trono,
após a morte do resto da certeza.
E na consumação de tantos atos cretinos,
morrerá, enfim, a natureza
levando junto seus assassinos.

Autor: Joaquim Saturnino Da Silva


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