Da avaliação à serviço da aprendizagem



Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 st1\:*{behavior:url(#ieooui) } /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;}

A autora inicia sua obra por meio de um breve relato histórico vivido no início de seu labor docente na grande São Paulo na tão longínqua década de 60.

Narra ao leitor que, como egressa do ensino confessional, ali já atuando como docente, se viu envolta de uma instituição de ensino que primava pela qualidade da educação e da integração dos processos formativos, hoje considerados fundamentais dentro do paradigma emergente de ensino, que se contrapõem ao chamado modelo dominante   este fundamentado na avaliação escolar metódica e baseada tão somente em acertos e erros de forma a quantificar o conhecimento e consequentemente a nota do aluno.

Nos mostra que naquele período, o que hoje é comumente conhecido como avaliação formativa, era chamado pelos educadores daquela instituição de ensino como avaliação do produto do aluno, ou seja, um processo avaliativo calcado em estímulos e respostas contínuas, funcionando por meio de um processo de atos concatenados onde as respostas reiteradas dos alunos permite uma identificação detalhada da evolução individual de cada discente, assim como permite ao professor identificar quais são os alunos que necessitam de atendimento especial ou ainda aqueles que dispensam maiores atenções.

Nos é revelado que mudando sua percepção sobre a aplicação das formas avaliativas, alcançou um entendimento maior daquilo que pode ser chamado de ensino.

Ato contínuo, a autora apresenta outra experiência vivida pela mesma, agora no curso de licenciatura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sendo que Cappelletti narra de forma superficial as inusitadas situações vividas.

Narra a autora que utilizando-se de procedimento específico, pergunta a seus alunos quais as palavras que lhes remetiam a idéia de processo avaliativo sendo revelado pela autora que as respostas se assemelham, ora indicando o instrumento (prova, nota), ora indicando as sensações sofridas (medo, surpresa, injustiça) e outras ligadas a meios de burlar o sistema (cola, protesto, questionamento). O que chama a atenção para o tema diz respeito à observação da autora sobre tal questão:

As expressões que explicitam os mecanismos de resistência são sempre numerosos o que pode indicar uma manifestação dos alunos da não concordância com o processo de avaliação que sofreram a vida toda como estudantes.

Temos que, passadas estas questões preliminares, e tratando-se de turma formativa de licenciados, é sugerida então uma mudança de espectro, uma mudança de paradigma.

A autora relata que a possibilidade de conhecer um mundo novo é acompanhada de entusiasmo, e nesta ordem, é demonstrado ao discente que tais mudanças de conceitos são decorrentes de trabalho árduo, dedicação, responsabilidade e desta arte, a adoção de uma avaliação formativa significa uma transformação significativa do cotidiano da sala de aula, e não é um processo indolor, nem para o aluno, nem para o professor.

Aqui, destaca-se para a autora, dentre inúmeras questões que outro aspecto bastante valorizado pelos alunos foi receberem rapidamente o retorno individual e coletivo das tarefas realizadas, a troca entre alunos e a possibilidade de melhorar o que havia sido apresentado. As dificuldades eram atendidas e as sugestões e indicações feitas abriram espaço para a melhoria da aprendizagem ou seja, temos então que os alunos, quando encontram conteúdo e velocidade nas avaliações, o processo do ensino demonstra um crescimento considerável em termos de qualidade, e porque não afirmar também em quantidade?

Cappellatti continua sua narrativa, agora trazendo reflexões sobre as experiências vividas no ensino da pós-graduação: narra a autora que os desafios ali são outros, em especial como analisar o empírico e desenvolver a crítica teórica a partir da análise feita. Expondo o método de ensino utilizado, descreve-se como principal ganho algo que já estava presente no ensino infantil e na graduação:

 

Como no antigo curso primário, e na graduação, os alunos de pós-graduação também sentem alívio de não estarem sujeitos a fatalidade no final do semestre, quando mais nada pode ser feito para corrigir o percurso da aprendizagem de cada um.

Abstraímos do texto que de forma evidente a metodologia é a integração do ensino e da avaliação como componentes de uma mesma ação pedagógica, diferentemente do meio usado pelos adeptos do paradigma dominante, onde ensino e avaliação são situações estanques e que não se comunicam.

Temos então, que a avaliação, na visão da autora, deve ser processo de aprendizagem onde encontremos também a inclusão social e escolar do aluno e do professor. A avaliação, nestes termos, pode ser resumida como um dos procedimentos que favoreça a aquisição de um bem cultural que é o conhecimento, e neste sentido, a avaliação cumpre uma de suas mais importantes tarefas, que é a da função social.

Continuando, a autora traz ao leitor a importante consideração de que os processos avaliativos, dentro do ensino da pedagogia, não está relacionada de forma profunda ao curso, mas sim dentro de um módulo específico ou ainda dentro de um dos conteúdos da disciplina Didática, contudo, tem-se que a falta de formação adequada em termos de processos avaliativos não é o único entrave para a formação de um processo de avaliação competente e adequado.

Outro grande problema trazido à baila diz respeito à máquina administrativa das Instituições de Ensino, uma vez que estas tem suas engrenagens emperradas pela burocracia ou ainda pelo enraizamento da concepção tradicional dominante, e nessa esteira de pensamento, relata a autora que tal pensamento encontra-se arraigado também nos professores, onde, não obstante o discurso fincar território na necessidade da avaliação formativa, quando questionados sobre os métodos utilizados, tem-se como resultado que a grande maioria ainda utiliza-se de provas para aprovar ou reprovar seus alunos.

 

Conclusões

Isto posto, somos forçados a coroar o entendimento da autora, quanto à validade do sistema de ensino centrado na avaliação formativa:

Em um processo de avaliação inovador as dificuldades caminham lado a lado com as possibilidades. Se as dificuldades existem as oportunidades indicam caminhos, quando temos compromissos com atividade educativa.

Temos que Cappellatti traz a tona questão fundamental para a mudança do ensino nas instituições nacionais, sejam elas de cunho infantil e fundamental, do ensino médio e principalmente no ensino superior, seja ele de caráter particular ou público. Infelizmente, temos que considerar também o acerto do texto ao afirmar que o discurso é formativo-emergente, enquanto a prática é sacramentada quase que tão somente no opressor processo dominante-excludente.

Não bastariam as mudanças no sistema e legislação de ensino, ou ainda nos modelos educacionais exigidos pelo Estado, se alunos  por desinteresse  e professores  por comodismo  não se atentarem às necessidades da correta construção do ensino e do aprendizado adotando efetivamente um sistema avaliativo libertador, para só assim, alcançarmos o pretendido espetáculo do crescimento da nação.

 

Bibliografia

 

Na elaboração desta resenha não foram utilizadas obras bibliográficas de referência.

 

Síntese sobre a vida profissional e obra da autora:

Isabel Franchi Cappelletti possui graduação em Pedagogia pela Faculdades Metropolitanas Unidas (1970), mestrado em Educação (Currículo) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986) e doutorado em Distúrbios da Comunicação Humana (Fonoaudiologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1989) . Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tem experiência na área de Educação , com ênfase em Currículo. Atuando principalmente nos seguintes temas: Epstemologia, relação Educativa, Fonoaudiologia. No ano de 2006 recebeu os seguintes títulos e prêmios: Case: Projeto Gestão Escolar e Tecnologias, e-Learning Brasil e Prêmio Nacional de Excelência em Educação, EDUCARE No ano de 2005 recebeu o prêmio pelo Case: Projeto Gestão Escolar e Tecnologias, e-Learning Brasil. Além, disso, possui vasta obra científica e literária, principalmente nas áreas de ensino e educação. Participou de inúmeros congressos como conferencista assim como atua como docente orientadora em cursos de Mestrado e Doutorado.

Durante sua carreira, podemos destacar os seguintes livros publicados

§        Avaliação da Aprendizagem: discussão de caminhos...pgs. Articulação Universidade/Escola, 2007. v. 1. 116 p

§        Análise Crítica das Políticas Públicas de Avaliação.. 1. ed. São Paulo: Editora Articulação Universitária/Escola, 2005. v. 1. 123p

§        Evaluación Educativa: fundamentos y práticas. Cidade do México: Siglo XXI Editores SA, 2004. v. 1. 120 p

§        Avaliação de Políticas e Práticas Educacionais. 1. ed. São Paulo: Articulação Universidade Escola, 2002. v. 1. 192 p

§        Avaliação Educacional: Fundamentos e Práticas . 2a.. ed. São Paulo: Articulação Universidade Escola, 2001. v. 1. 146 p

§        Com BICUDO, M. A. V. . Fenomenologia, uma Visão Abrangente da Educação. 1. ed. São Paulo: Olho D'Água, 1999. v. 1. 158 p

§        Com LIMA, L. A. N. . Formação de Educadores: Pesquisas e Estudos Qualitativos. 1º. ed. São Paulo: Olho D'Água, 1999. v. 1. 127 p

§        Fonoaudiologia no Brasil: Reflexões sobre seus fundamentos. 01. ed. SÃO PAULO: CORTEZ, 1985. v. 01. 93p.

 


Autor: Euclydes Guelssi Filho


Artigos Relacionados


Avaliação Diagnóstica, Formativa E Somativa.

Critérios De Avaliação No Processo De Ensino Aprendizagem Escolar Dos Professores Do 1° Ano Do Ensino Fundamental

Modalidades E Funções Da Avaliação Na Educação Infantil.

Nossa Casa Está Vazia

AvaliaÇÃo No Processo Ensino - Aprendizagem

Educação E Avaliação

Avaliação E Medidas Educacionais