INFORMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓCIA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN
FACCEBA FACULDADE CATÓLICA DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DA BAHIA
EMMERSON MORVAN CONCEIÇÃO DE ARAÚJO
Informática como Instrumento de Intervenção Psicopedagócia em crianças com Síndrome de Down
Salvador
2009
EMMERSON MORVAN CONCEIÇÃO DE ARAÚJO
Informática como Instrumento de Intervenção Psicopedagócia em crianças com Síndrome de Down
Estudo de caso apresentado como finalização do Curso de Psicopedagogia Institucional, Hospitalar e Clínica pela Faculdade de Ciências Econômicas da Bahia FACCEBA, tendo como Orientadora Mércia Maria Tavares.
Salvador
2009
RESUMO
Este artigo descreve um estudo de caso de um jovem de onze anos com Síndrome de Down que recebe atendimento em escola especializada e também está inserido em escola regular no ensino fundamental tendo como foco inicial a utilização do computador como instrumento de diagnóstico e acompanhamento em atividades voltadas para o enriquecimento do seu potencial cognitivo. Como metodologia utilizamos o método qualitativo por meio de estudo de caso.
O uso do computador como instrumento de aprendizagem vem se fortalecendo a medida em que os resultados obtidos são agentes contributivos para o processo de aprendizagem.
A informática educativa é bastante abrangente e quando aliada à psicopedagogia tende a complementar pequenos com grandes atributos de aprendizagem interferindo positivamente no desenvolvimento do indivíduo de uma forma prazerosa e responsável.
Palavras chaves: Síndrome de Down, escola especializada, informática educativa e aprendizagem.
ABSTRACT
This article describes a case study of a young man of eleven years with Down syndrome receiving care in specialized school and is also included in regular school in elementary school with the initial focus to use the computer as a tool for diagnosis and monitoring activities aimed at for enrichment of their cognitive potential. A methodology are using the method qualitative by means of I study as of I marry.
The custom from the computer as the means of as of apprentice plumber he comes in case that strengthens the measure wherein the results obtained they are agents contributivos for its learning process.The computer education is very comprehensive and when coupled with Psicopedagogia tends to complement small with great attributes of learning positively interfering in the development of the individual in a pleasant and responsible.
Key words: Syndrome as of Down escola specialized, data processing educational AND apprentice plumber.
INTRODUÇÃO
O uso de recursos da informática na área psicopedagógica vem darum grande suporte na área da emoção favorecendo a autonomia e independência dos sujeitos onde observamos a forma de trabalhar o erro de maneira construtiva, elevando a auto-estima; exige limites levando ao controle da ansiedade; o trabalho é motivador, pois permite a consciência da própria cognição, atenção e memória. Além destes fatores, ainda desenvolvem a curiosidade, a autonomia, a rapidez de interpretação e resposta, a organização na realização das tarefas, desenvolvimento lógico-temporal e a concentração para perceber o que deve ser feito. Por esse motivo esse artigo tem uma grade importância nos estudos psicopedagogicos. Ingressei na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais no ano de 2003 para assumir a sala de Informática da Escola. Após algumas semanas de observação em sala de aula, comecei a receber os grupos acompanhados dos seus respectivos professores em conjunto com uma auxiliar de classe. O atendimento na sala de informática é voltado para as turmas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e adultos onde todo o trabalho é desenvolvido através de projetos interdisciplinares voltados ao processo de aquisição da leitura e escrita e inserção no mercado de trabalho dos alunos com déficit intelectual .Toda essa clientela ao ingressar nessa instituição passa por um processo de triagem e acompanhamento de profissionais voltados á área técnico-pedagógica com a finalidade diagnóstica e interventiva. O meu interesse em fazer uma abordagem envolvendo a evolução do indivíduo dentro do contexto das novas tecnologias com um olhar psicopedagógico se deu através do avanço dessa clientela em sala de aula tendo como agente contribuinte à sala de informática. No momento atual depois de cinco anos atuando no corpo docente da instituição, vim perceber que a importância do uso das novas tecnologias, do uso do computador, e de como esse instrumento contribuiu para essesindivíduos com déficit intelectual para que encontrassem um maior estímulo no seu dia a dia, pois, muitos resultados foram obtidos dentro desse perfil de aprendizagem. Com a evolução do planejamento e a aplicação de projetos voltados ao processo de ensino e aprendizagem da clientela, muitos jovens adquiriram uma gama de conhecimento, de inteligência capaz de servir de alicerce para uma construção autônoma do conhecimento. Mesmo estando dentro da área de educação e pelo simples fato de conviver no meu dia a dia com esses indivíduos com déficit intelectual, me vi excitado a mergulhar no mundo dessa aprendizagem dentro do contexto psicopedagógico, pois, há mais ou menos um ano e meio, senti a necessidade de voltar o meu olhar para a psicopedagogia onde através dela eu consegui explicações para esses meus questionamentos internos sobre essa clientela e também sobre aquisição do conhecimento, aprendizagem, linguagem, do indivíduo dentro do contexto aprendizagem. O vertiginoso aumento das tecnologias da comunicação e informação impulsiona ainda mais o processo de mudança comportamental no Brasil e no mundo, isso acontece porque todos os envolvidos com essas, tem que se adaptar a elas para se estabelecerem no mercado e / ou na vida de um modo geral.
Baseado nisso, é que com todas essas mudanças, a valorização do conhecimento é ainda mais necessária. Pois as novas tecnologias produzem ferramentas que auxiliam na organização e disseminação do conhecimento.A preocupação com a existência das novas tecnologias gera um estudo em que mostra como elas contribuem para o andamento de uma sociedade sempre em transição. A utilização das novas tecnologias na escola especializada vem transformando de modo significativo a forma de absorção do conhecimento da pessoa com déficit intelectual podendo sim, favorecer uma melhor compreensão e absorção do conhecimento dentro de aspectos mais diretivos tendo no campo virtual um aliado importante para a potencializar a aprendizagem. O computador é um grande recurso educacional capaz de auxiliar as possíveis "dificuldades de aprendizagem" que possam surgir. Na maioria das vezes que utilizamos, ficamos preocupados com o que ele oferece para prender a atenção do aluno ou ao conteúdo que está sendo trabalhado nele. Esquecemos, todavia, de perceber o que ele está trabalhando cognitivamente.
É possível trabalhar dentro do processo ensino-aprendizagem com sensibilidade e conhecimentos adequados para auxiliar as possíveis dificuldades surgidas.Algumas destas dificuldades podem até vir a serem solucionadas no ambiente escolar, minimizando a grande freqüência de encaminhamentos feitos a consultórios, diminuindo, assim, o desgaste da criança e família.Imaginar a tecnologia envolvida com o processo de aprendizagem não significa uma impossibilidade, mas infelizmente muitos ainda não compreenderam como ela pode funcionar de uma forma a trazer qualidade ao processo de aprendizagem. Ainda preocupam-se em responder a um apelo da sociedade e não às necessidades reais do aprender.
Vários recursos tecnológicos são utilizados e aceitos, mas quando se fala de computador parece que todos tremem e não conseguem enxergar o que ele pode trazer de benefícios para a aprendizagem. Este recurso, o computador, com seus softwares educacionais podem, não só auxiliar, como minimizar os possíveis problemas que possam surgir, isto é, prevenir.
O computador é mais um recurso, que vem contribuindo para o processo de aprendizagem de uma maneira positiva e significativa através da mediação do profissional. O uso excessivo faz com que sua prática não seja muitas vezes adequada. Às vezes, é preferível utilizar outro recurso que vá atender muito mais aquele objetivo que quer se desenvolver no momento, do que usá-lo. Por lidar com uma realidade virtual, o computador não pode ser utilizado de forma a ameaçar a própria realidade, deverá ser utilizado para fortalecê-la. Este não substitui, por exemplo, a manipulação do concreto, indispensável ao processo. Segundo Tikhomirow, o computador deve ser visto como instrumento de aprendizagem. Ele é o mediador entre o nosso pensamento e as ações. Transforma o raciocínio em coisas manipuláveis. Não desaparece com o pensamento humano, mas reorganiza-o. Vale ressaltar que com o computador a interdisciplinaridade, tão valorizada, pode ser desenvolvida e trabalhada tanto nos projetos de criação, quanto nos softwares fechados. As informações podem ser relacionadas, como na vida real, sem haver etapas estanques, de uma forma lúdica.
"O desejar é o terreno onde se nutre a aprendizagem". (Fernández, 2001, p.15)
O vínculo é algo extremamente importante no processo de aprendizagem. Com este ponto, então, o computador torna-se facilitador, pois, de maneira geral, atrai as atenções das crianças fazendo com que fiquem voltadas a ele e interessadas no seu trabalho. A maioria gosta de estar diante de uma máquina, isto acaba sendo um ponto positivo para o recurso que acaba atraindo a atenção das crianças que nem percebem estar no processo de aprendizagem.
DEFICIT INTELECTUAL OU ATRASO MENTAL
Segundo a AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental) e DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), pode-se definir deficiência mental como o estado de redução notável do funcionamento intelectual inferior à média, associado a limitações pelo menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho.
Deficiência intelectual ou atraso mental é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento social.Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.
As crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessárias para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É natural que enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não consegue aprender tudo. Quais são as causas da Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo?
Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência intelectual, as mais comuns são:
·Condições genéticas: Por vezes, o atraso mental é causado por genes anormais herdados dos pais, por erros ou acidentes produzidos na altura em que os genes se combinam uns com os outros, ou ainda por outras razões de natureza genética. Alguns exemplos de condições genéticas propiciadoras do desenvolvimento de uma deficiência intelectual incluem a síndrome de Down ou a fenilcetonúria.
·Problemas durante a gravidez: O atraso cognitivo pode resultar de um desenvolvimento inapropriado do embrião ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a quando da divisão das células, surjam problemas que afetem o desenvolvimento da criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção durante a gravidez, como a rubéola, por exemplo, pode também ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental.
·Problemas ao nascer: Se o bebê tem problemas durante o parto, como, por exemplo, se não recebe oxigênio suficiente, pode também acontecer que venha a ter problemas de desenvolvimento mental.
·Problemas de saúde: Algumas doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na origem de uma deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de saúde necessários. A má nutrição extrema ou a exposição a venenos como o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o desenvolvimento mental das crianças.
Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência intelectual. No entanto, constituem riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar tanto quanto possível. Por exemplo, uma doença como a meningite não provoca forçosamente um atraso intelectual; o consumo excessivo de álcool durante a gravidez também não; todavia, constituem riscos demasiados graves para que não se procure todos os cuidados de saúde necessários para combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool durante a gravidez.
A deficiência intelectual não é uma doença. Não pode ser contraída a partir do contágio com outras pessoas, nem o convívio com um deficiente intelectual provoca qualquer prejuízo em pessoas que o não sejam. O atraso cognitivo não é uma doença mental (sofrimento psíquico), como a depressão, esquizofrenia, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido procurar ou esperar uma cura para a deficiência intelectual.
A grande maioria das crianças com deficiência intelectual consegue aprender a fazer muitas coisas úteis para a sua família, escola, sociedade e todas elas aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da comunidade em que vivem. Para isso precisam, em regra, de mais tempo e de apoios para lograrem sucesso.
A deficiência intelectual ou atraso cognitivo, segundo Pessotti (1982)diagnostica-se , observando duas coisas:
·A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo que as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou funcionamento intelectual).
·A competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere (a esta competência também se chama comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo).
Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, etc.), já o funcionamento adaptativo deve ser objeto de observação e análise por parte da família, dos pais e dos educadores que convivem com a criança.
Para obter dados a respeito do comportamento adaptativo deve procurar saber-se o que a criança consegue fazer em comparação com crianças da mesma idade cronológica.
Certas competências são muito importantes para a organização desse comportamento adaptativo:
A competência de vida diária como vestir-se, tomar banho, comer. As competências de comunicação, como compreender o que se diz e saber responder. As competências sociais com os colegas, com os membros da família e com outros adultos e crianças.
Para diagnosticar a Deficiência Intelectual, os profissionais estudam as capacidades mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes dois aspectos fazem parte da definição de atraso cognitivo comum à maior parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência intelectual.O fato de se organizarem serviços de apoio a crianças e jovens com deficiência intelectual deve proporcionar uma melhor compreensão sobre a situação concreta da criança de quem se diz que tem um atraso cognitivo.
Após uma avaliação inicial, devem ser estudadas as potencialidades e as dificuldades que a criança apresenta. Deve também ser estudada a quantidade e natureza de apoio de que a criança possa necessitar para estar bem em casa, na escola e na comunidade.
Esta perspectiva global dá-nos uma visão realista de cada criança. Por outro lado, serve também para reconhecer que a "visão" inicial pode, e muitas vezes devem mudar ou evoluir. À medida que a criança vai crescendo e aprendendo, também a sua capacidade para encontrar o seu lugar, o seu melhor lugar, no mundo aumenta.
SÍNDROME DE DOWN
Esculturas dos Olmec[1] que viveram no México entre 1500 AC e 300 DC são as primeiras evidências do conhecimento da Síndrome de Down. Após este período é difícil encontrar nas artes algo que sugira o seu conhecimento, até o século XX. Existem controvérsias se algumas pinturas entre os séculos XIV e XVI representam pessoas com Síndrome de Down. Com o conhecimento que temos hoje da sua freqüência e de seu fenótipo é difícil acreditar que ela só tenha sido identificada em 1866. É provável que a ausência destas evidências se deva às altas taxas de mortalidade infantil da época. Coube a John Langdon Down a primeira descrição clínica da Síndrome em 1866.
Influenciado pelo racismo, denominou mongolóides aqueles indivíduos com o grupo de características observadas, nome nunca utilizado na Rússia,território de origem da raça mongol. Lá eles eram chamados de "Down's". Em face da discordância quanto ao termo, considerado como ofensivo tanto por pesquisadores orientais como por pais de pacientes no ocidente, bem como pela delegação da Mongólia junto à Organização Mundial de Saúde, a denominação mongolismo foi excluída da Revista Lancet em 1964, das publicações da OMS em 1965 e do Index Medicus em 1975. Hoje este termo é considerado arcaico. Após a descrição de Down começou uma grande controvérsia sobre a etiologia da Síndrome. Ela foi atribuída inicialmente a causas infecciosas como tuberculose e sífilis; os pacientes chegaram a ser considerados "crianças inacabadas". Posteriormente foi atribuída a doenças da tireóide.
A não disjunção cromossômica foi sugerida inicialmente por Waardenburg em 1932. Em 1959, Lejeune e colaboradores demonstraram que se tratava de uma anormalidade cromossômica, identificando a presença do cromossomo extra nos afetados. Em 1960, foram descritos os primeiros casos de translocação por Polani e colaboradores e em 1961, o primeiro caso de mosaicismo. Hoje se sabe que a trissomia da parte distal do braço longo do cromossomo 21 (banda q22) é a responsável pela Síndrome.
A história do tratamento e do prognóstico dos pacientes com Síndrome de Down pode, sucintamente, ser dividida em três grandes períodos:
- Período que antecede a identificação da alteração cromossômica, quando os pacientes eram rejeitados, institucionalizados e mesmo os cuidados básicos de saúde lhes eram, muitas vezes, negados. O auge deste período coincide com a eutanásia, praticada pelos nazistas.
- Com a descoberta da anomalia cromossômica inicia-se uma fase de interesse e pesquisa nas áreas médica e educacional.
- O terceiro período começa com o reconhecimento, nos países desenvolvidos, do direito de toda criança, independentemente de sua capacidade mental.Começaram a ser instituídos programas educacionais adequados. Hoje a institucionalização caminha para sua extinção e as pessoas com Síndrome de Down demonstram muito melhor desempenho quando integradas à família e à sociedade.
A síndrome de down é uma condição genética resultante da presença, total ou parcial, de um 21 o cromossomo extra, sendo caracterizada por anormalidades no funcionamento e estrutura do organismo. Entre as características presentes em quase todos os casos de síndrome de down estão dificuldade de aprendizagem e crescimento físico, e uma aparência facial reconhecível geralmente identificada no nascimento. O seu nome deve-se a John Langdon Down, o médico britânico que descreveu a síndrome em 1866.
Pessoas com síndrome de down têm capacidade cognitiva menor que a média, geralmente variando de retardamento mental leve a moderado. A incidência da síndrome é estimada de 1 por 800 a 1 por 1000 nascimentos. Preocupações com relação à saúde de pessoas com síndrome de down incluem o maior risco de defeitos cardíacos congênitos, doença do refluxo gastresofágico, infecções recorrentes nos ouvidos, apnéia do sono obstrutiva e disfunções da tiróide. São indicadas ações durante a infância precoce, testes para detecção de problemas comuns e tratamento médico. Treinamento vocal pode melhorar o desenvolvimento da criança com síndrome de down. Ainda que algumas limitações genéticas da síndrome de down não possam ser superadas, educação e cuidado apropriado podem melhorar a qualidade de vida do indivíduo.
De acordo com Vygotsky (1988, p. 99), desde o início do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio dentro do contexto social em que vive. Enfatiza a importância dos processos de aprendizado, que, segundo ele, desde o nascimento, estão relacionados ao desenvolvimento da criança. O desenvolvimento, em parte, é definido pelo processo de maturação do organismo, mas é o aprendizado que possibilita o despertar de processos internos de desenvolvimento, que ocorrem no contato direto do indivíduo com o ambiente que o cerca: "O aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam."
A sociedade tem dificuldade para conviver com as diferenças, isolando na maioria das vezes a pessoa com deficiência, pois cada um de nós carrega idéias preconcebidas em relação às pessoas com deficiência, o que influenciará nas atitudes e na interação com elas. São muitas as ocorrências pelas quais a sociedade mostra sua insensibilidade, falta de conhecimento, rejeição e preconceito em relação à deficiência. Os efeitos desses sentimentos refletem sobre a família que recebe uma criança com síndrome de Down, e tais ocorrências podem ser reveladas ou não.
A sociedade necessita de um amplo e contínuo esclarecimento em relação às crianças com síndrome de Down, para que mudanças atitudinais aconteçam fortalecendo as famílias e proporcionando a elas condições de interagir com a deficiência.
UMA OLHAR PSICOPEDAGÓGICO E A INFORMATICA
Segundo Vygotsky (1982), a atividade criadora é uma manifestação exclusiva do ser humano, pois só este tem a capacidade de criar algo novo a partir do que já existe. O ser humano é capaz, de partindo de uma situação real criar novas situações futuras. Logo, a ação criadora vai surgir do fato dele não estar acomodado na situação presente e buscar equilíbrio na construção de algo novo. É importante que exista a oportunidade de desenvolver esta ação criadora. O papel do computador é justamente ser auxiliador no desenvolvimento de atividades que ajudam na ordenação e coordenação de suas idéias e manifestações intelectuais.
Os softwares educacionais apresentam diversas oportunidades de trabalho com crianças de várias faixas etárias. Eles criam um ambiente de aprendizagem em que o lúdico, a solução de problemas, a atividade reflexiva e a capacidade de decisão são privilegiados. Desenvolvem a aprendizagem ativa, controlada pela própria criança, já que permitem representar idéias, comparar resultados, refletir sobre sua ação e tomar decisões, depurando o processo de aprendizagem. Seymour Papert, discípulo de Piaget, entusiasmado com o construcionismo deste, passou a aprofundar sua pesquisa das estruturas intelectuais. Para ele, nós nos motivamos a aprender o novo quando este tem alguma ligação com um conhecimento prévio ou significativo para nós. Acredito que com a informática poderá desenvolver mudanças significativas na área educacional. Para isto, faz-se necessário desenvolver a linguagem doLogo[2]. Com a linguagem Logo se consegue dar os comandos e perceber suas ordens sendo obedecidas ou não. Não sendo aquele o seu objetivo inicial, pode-se voltar e remanejar seus comandos. É um processo de vai-e-vem constante das idéias. Isto traz resultados não só no lado cognitivo, como também no afetivo, trabalhando inclusive sua auto-estima. A capacidade de fazer suposições intuitivas e análises lógicas destas intuições demonstra alguns dos estágios e mecanismos usados pelo cérebro durante a utilização de algum programa, sendo considerado um software aberto. Segundo Valente (1998), diante de uma situação problema, o aprendiz tem que utilizar toda sua estrutura cognitiva descrevendo para o computador os passos para a resolução do problema, utilizando uma linguagem de programação. A descrição da resolução do problema vai ser executada pelo computador. Essa execução fornece um "feedback" somente daquilo que foi solicitado à máquina. O aprendiz deverá refletir sobre o que foi produzido pelo computador; se os resultados não corresponderem ao desejado, o aprendiz tem que buscar novas informações para incorporá-las ao programa e repetir a operação.
Os softwares fechados são aqueles em que não há intervenção da criança, apenas participação nas ações já previamente estabelecidas. Neles, encontramos jogos e desafios. Citamos como exemplo o jogo, em que gera prazer e interesse, ao mesmo tempo auxilia na aquisição do autoconhecimento, ensina a lidar com símbolos e a pensar por analogia. A criança passa a entender regras e lidar com elas. Ele trabalha a formação de conceitos e de desenvolvimento de habilidades para a construção de significados, estimulando a curiosidade e a investigação, por meio de diferentes modos de representação. Portanto, o jogo é um importante instrumento didático que pode e deve ser utilizado na educação institucional. Existem softwares fechados e abertos. Sendo o primeiro, muito positivos em vários casos, um exemplo é daquelas crianças com dificuldades para criação e medo do novo. Com este tipo de software ela vai seguir passo a passo o que deve ser feito, até se familiarizar com o recurso e só depois, então, poder passar para os abertos.O segundo são abertos, aqueles em que a participação da criança é ativa, incluindo a programação como a linguagem Logo. Nestes, o aprendiz pode intervir, e além de utilizar as diversas estruturas cognitivas já descritas anteriormente, trabalha também a criatividade e parceria.
O computador é uma máquina que tem como fator de maior determinância a sua "interface gráfica" capaz de modificar-se simultaneamente através de programações prévias e planejamento específico, isso, graças ao profissional que interage com o mesmo buscando subsídios teóricos e prático no acompanhamentodo indivíduo que faz uso dessa ferramenta de forma correta e também orientado pelo profissional capaz de conduzir os atendimentos.
Um software por si só não promove aprendizagem, e sim, apenas, a articulação do pensamento. Necessita da presença do profissional sendo assim de certa forma fundamental para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra, pois ele será mediador e estimulador deste processo. Daí podemos visualizar a importância da informática, quando utilizada num enfoque psicopedagógico, sendoum instrumento importante para facilitar a construção das funções: percepção, cognição e emoção. Ela possibilita o desenvolvimento do aprendiz unindo corpo-mente-emoção. Estimulando ainda funções neuropsicomotoras que envolve diferentes aspectos: discriminação e memória auditiva e visual; memória seqüencial; coordenação viso-motor; ativação dos dois hemisférios cerebrais (textos e imagens de forma combinada); orientação espaço/temporal; controle de movimentos. Por meio dessas estimulações através dos neurotransmissores a cognição é trabalhada através da capacidade de representação, passando do virtual para o real; simbolismo (através dos ícones); resolução de problemas; criatividade e imaginação; leitura e escrita.
O uso de recursos da informática na área psicopedagógica dar um grande suporte na área da emoção favorecendo a autonomia e independência dos sujeitos onde observamos a forma de trabalhar o erro de maneira construtiva, elevando a auto-estima; exige limites levando ao controle da ansiedade; o trabalho é motivador, pois permite a consciência da própria cognição, atenção e memória. Além destes fatores, ainda desenvolvem a curiosidade, a autonomia, a rapidez de interpretação e resposta, a organização na realização das tarefas, desenvolvimento lógico-temporal e a concentração para perceber o que deve ser feito. Por esse motivo esse artigo tem uma grade importância nos estudos psicopedagogicos.
METODOLOGIA
Este trabalho é um estudo de natureza qualitativo através de um estudo de caso que tem como sujeito do sexo masculino de 11 anos que chamaremos A. P. dos Santos, em que, ingressou na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais no mês de maio ano de 1998.
A princípio, pude obter as seguintes análises; O cliente A. P. dos Santos iniciou seu processo de aprendizagem evidenciando uma grande dificuldade na oralidade, não conseguia estabelecer a relação entre a fala, escrita. O pensamento não esboçava maturidade. Apresenta algumas dificuldades relacionadas à falta de limites e dificuldades na atenção e concentração, em que observa-se nitidamente a necessidade de acompanhamento para desenvolvimento da sua autonomia, coordenação motora geral e inclusão social e escolar.
Este trabalho será desenvolvido em cincoetapas :
Etapa I - Observação do sujeito
Etapa II Histórico do Sujeito
Etapa III - Entrevistacom a mãe
Etapa IV - Observação na escola regular
Etapa V - Contribuição da Informática educativa no seu processo de aprendizagem
1º Momento Observação inicial do indivíduo com computador
2º Momento Uso de Software Educativo
3º Momento Construção do nome utilizando o Editor de texto
4º Momento Utilização do Paint Brusch para avaliação da coordenação motora
Etapa I:Observação do sujeito
Vou me ater agora ao cliente A. P. dos Santos, que, ingressou na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais no mês de maio ano de 1998.
A princípio, pude obter as seguintes análises; O cliente A. P. dos Santos iniciou seu processo de aprendizagem evidenciando uma grandedificuldade na oralidade, nãoconseguia estabelecer a relação entre a fala, escrita. O pensamento não esboçava maturidade. Apresentava algumas dificuldades relacionadas à falta de limites e dificuldades na atenção e concentração. Apresentava nitidamente a necessidade de acompanhamento para desenvolvimento da sua autonomia, coordenação motora geral e inclusão social e escolar.
Etapa II:Histórico do sujeito
O cliente A. P. do S. Silva nasceu em 02 de Dezembro de 1997, é do sexo masculino e tem residência fixa nesta cidade na Rua das Barreiras, sem número. A sua responsável é P. L. dos Santos nascida em 25 de Setembro de 1975, estado civil solteira tendo um grau de parentesco de mãe residente e domiciliada no mesmo endereço do mesmo.
Segundo a genitora a gestação foi a segunda, porém, não programada, mas foi aceita, em que a mãe participou de todos os exames de pré-natal, negando o tabagismo, etilismo, doenças na família e contato com viroses ou doenças durante a gestação. O parto foi Cesário, a termo, sem intercorrências, apresentou icterícia leve saindo de alta juntamente com a mãe. A criança foi diagnosticada como síndrome de Down, na própria maternidade.
A mãe mora hoje com o filho e buscou a escola especializada para dar um suporte na educação do seu filho visto que a instituição citada está habilitada não só na área de educação como também na área de saúde. Com um oito meses de idade o cliente A. P. do S. Silva participou de estimulação precoce, aos quatro anos ingressou na escola especializada na turma de educação infantil. Está em processo de alfabetização, foi para a escola regular onde recebe o acompanhamento de profissionais da escola especializada através de acompanhamentos três dias na semana.
A princípio foi solicitada a composição familiar e a genitora informou que vive separada do pai há mais ou menos dez meses, também informa que o ex-companheiro abandonou a família para viver com outra mulher. Segundo a entrevistada o pai já era responsável pela despesa do cliente e também o visitava sempre. A residência do cliente é própria com uma pequena infra estrutura, situada bem próximo aos parentes materno do mesmo que também se sentiam responsáveis pela criança e os ajudava financeiramente. O nível sócio econômico da genitora é baixo e sobrevivia às custas da ajuda da avó materna do cliente. A assistência financeira que o genitor provia a família não era suficiente. Com o passar do tempo as necessidades se agravavam.
Etapa III:Entrevistacom a mãe
Em um dos encontros com a mãe, pude perceber que a mesma sempre buscou vários meios de suprir as dificuldades do filho. "eu sabia que meu filho era especial, fiquei com muito medo, mas, conversando com osprofissionais da escola especializada senti mais fortalecida a enfrentar essa nova etapa de minha vida e da vida de meu filho e ai resolvi me doar completamente para o seu desenvolvimento" as dificuldades sempre apareceram em conjunto com toda a assistência oferecida pela escola especializada que serviu e ainda serve de um grande suporte na educação, na saúde e principalmente na construção da autonomia do indivíduo.
A escola especializada em que trabalho, não busca segregar o indivíduo, muito pelo contrário, pois, através da escola especializadaA. P. do S. Silva hoje, faz parte da escola regular e recebe atendimentos especializados.
Com os encontros com a professora de A. P. do S. Silva nas minhas observações, pude receber as seguintes informações. A. P. do S. Silvaé atento, participativo, colaborador, predisposto a ajudar. Tem dificuldade em compartilhar objetos pessoais e do grupo. É emotivo, carinhoso, comunica-se com os colegas de grupo, e com os outros grupos, como o de professores e funcionários, é amigável. É extremamente simpático e negocia para conseguir o que quer, é também adepto de gestos de carinho e especialmente paraencobrir as atitudes inadequadas. No aspecto sensório motor, utiliza lápis, tesoura, manipulando com razoável autonomia. Tem dificuldade em executar movimento de precisão, enfiar barbantes em furos pequenos.
Tem um domínio razoável do espaço, caminha sobre traçado reto e sinuoso, dança e bate palmas no ritmo da música. Realiza atividades da vida prática e atividades da vida diária com certa autonomia, manipulando talheres e utensílios de higiene com razoável domínio (dispersacom água).
Brinca sozinho, mas prefere brincadeirasem grupo, onde vem aumentando a tolerância, à socialização de objetos. Tende a respeitar ao tempo do outro. Tem preferências por futebol, boliche e é atento às atividades que está desempenhando. Aprecia brincadeiras associadas à música e movimentos.
Sua percepção é bastante aguçada de situações à sua volta, das quais incorpora expressões verbais com adequação de uso e modelos de comportamentos. Tem noção do que é adequado e do que não é. Percebe a relação causa e efeito. Antecipa respostas, estabelece relações entre conteúdos escolares e situações do seu cotidiano. Desenha com finalidade de representação e eficiência, seus desenhos são facilmente reconhecidos e compreendidos, e sempre os nomeia. Já tem construído o esquema corporal.
Com nove anos de idadeA. P. do S. SilvaIdentifica letras do alfabeto com repertório em expansão. Começa a relacionar som e letra Utiliza diferentes estratégias de leitura de imagem, leitura por inferência. Sempre observa a letra inicial, costuma antecipar por memória, começa a identificar palavras, que começam com a mesma letra através do som, associado a apresentação da palavra escrita.
Na escrita, diferencia escrever de desenhar. Utiliza lápis com finalidade eficaz, de reproduzir os sinais gráficas-letras. Repertório ainda restrito (A,B,L,C, S...) mas já com relação fonema-grafema em algumas situações. Apresenta distinções representativas, forma e posição da letra. Na produção de listas, chamadas, objetos que encontram-se na mochila. Utiliza alguns sinais gráficos (letras), ostensivamente a inicial do seu nome.
Estabelece contagem, quantificação restrita. Compreende e utiliza expressões. Termos que remetem a noções espaciais (em cima, embaixo, longe, perto...) e temporais (agora, mais tarde, depois). Classifica por critérios isolados e associados ( cor, tamanho, forma). Realiza colagem de formas geométricas em espaços delimitados.
Atualmente o cliente A. P. do S. Silva está apresentando pensamento operacional, embora às vezes faça uso do pensamento empírico na resolução de problemas.Apresenta ainda uma pequena dificuldade na oralidade, na escrita, consegue estabelecer a relação entre a fala e a escrita. O cliente apresenta melhora no comportamento, porém ainda necessita restabelecer os limites.
O grande tabu de que a pessoa com Síndrome de Down não é capaz de aprender a ler e a escrever vem sendo quebrado quando, casos como esses são descritos e apresentados nas escolas, nas Universidades, quando são levados a conhecimento do público em geral. A educação sempre foi e sempre será a base maior de construção de uma sociedade mais digna. A educação básica obrigatória e gratuita como brasileira[3] e por diversos documentos internacionais, tais como a Declaração do Milênio da ONU e o Marco Ação segurança, bem-estar econômico, participação social e política, leitores em escala planetária, por meio da educação de qualidade para todos, a distância entre os que têm e os que não têm acesso a informações ten.
O cliente A.P. do S. Silva, além dos atendimentos oferecidos pelo Centro Educacional Especializado Apae Salvador, freqüenta aulas na Escola Regular Municipal C. I, no bairro do cabula e tem como diretora a Srª. L. Santos e é acompanhado pela aprendizagem.
É constante perceber a alegria de A. P. do S. Silva, sempre é bem comunicativo e no dia a dia, interage com todos. Ele se inclui, tem potencial e pode superar suas dificuldades. Já teve avanços bastante significativos esse ano de 2vida do aluno. Creio que pela disponibilidade da escola e também de todos os profissionais existentes naquele ambiente escolar que procuraram-se manter dispostos a enfrentarem essa dificuldade juntamente com esse indivíduo.
Etapa IV:Observação Na escola regular
Na escola regular, A. P. dos Santos, vive o seu dia a dia normal tendo também um professor da escola especializada queacompanha atentamente suas atividades com duas visitas a cada quinze dias. Durante essas visitas foi comprovado que o indivíduo tem um potencial cognitivo que sendo bem trabalhado, consequentemente favorecerá o seu processo inclusivo.
Etapa V: Contribuição da Informática educativa no seu processo de aprendizagem
O cliente A. P. dos Santos tem dois tempos de aula semanais para o uso do laboratório de Informática. É acompanhado pelo professor regente que responde pelos conteúdos e formação específicos e por um professor de Informática com formação em Pedagogia que responde pelos recursos computacionais dentro de uma vertente voltada tanto para a pedagogia como para a parte funcional do computador. A utilização de softwares específicos para a faixa etária e softwares básicos para execução de projetos pedagógicos, tais como Holos, jogo das letras dentre outros.
As novas tecnologias têm se mostrado muito favoráveis dentro da nossa educação, ela vem munida de recursos apontando para várias vertentes do conhecimento e contribuindo não somente para a educação inclusiva mas como instrumento de pesquisas de todas as áreas do conhecimento.
A sociedade contemporânea vem passando por inúmeras mudanças em todas as áreas do conhecimento humano. Os impactos produzidos nos últimos tempos na sociedade através dos meios de comunicação altamente sofisticados como a Tv, satélites, Internet, têm provocado uma profunda modificação no estilo de conduta, atitudes, costumes e tendências das populações mundiais, principalmente no Brasil.
É importante ressaltar que essas mudanças só ocorrem por causa do avanço das tecnologias, sobretudo no ramo das telecomunicações. Isso é percebido diariamente em todos os países do mundo, principalmente os mais evoluídos, pois os mesmos produzem tecnologia de forma acelerada e com uma eficiência singular.
As novas tecnologias auxiliam a sociedade em todos os ramos, tanto na Medicina, quanto na Agricultura, tanto na Educação quanto nos Esportes, e assim sucessivamente. A era da tecnologia produz um efeito crescente de desenvolvimento em todos os cantos do mundo,isso faz com que haja uma revolução do próprio processo de compreensão do mundo.
PROCEDIMENTO E COLETA DE DADOS
1º Momento Observação inicial do indivíduo com o computador
O primeiro momento consistiu no contato com o computador, a princípio coloquei os periféricos todos desconectados com a finalidade de observar a reação de A. P. dos Santos. O mesmo nomeou todos os periféricos e também suas funções; esse momento durou quarenta minutos. Após esse contato com os periféricos, solicitei que ele desenhasse os periféricos em papel ofício e o mesmo conseguiu elaborar essa atividade sem muitas dificuldades visto que tinha uma boa associação e percepção dos objetos. Em um segundo encontro com duração também de quarenta minutos, o mesmo reproduziu os desenhos no programa Paint Brusch[4], não teve muitas dificuldades em concluir os desenhos mas achou muito cansativo pois os movimentos do mouse requer uma coordenação motora bem elaborada e isso fez com que A. P. dos Santos ficasse impaciente no traçado das retas porém, não impedindo de concluir o que se foi pedido. Após a conclusão o mesmo coloriu todo o desenho.
2º Momento Uso de Software Educativo
Numa perspectiva construtivista, a aprendizagem ocorre quando a informação é processada pelos esquemas mentais e agregadas a esses esquemas. Assim, o conhecimento construído vai sendo incorporado aos esquemas mentais que são colocados para funcionar diante de situações desafiadoras e problematizadoras.O software educativo tem comofinalidade principalde corroborar como o processo ensino-aprendidagem, fazendo associação de um rico conteúdo didático com um programa que ensine e divirta ao mesmo tempo. O objetivo principal é que o indivíduo faça uso do Software, tenha prazer em lidar com ele e possa praticar de maneira clara e objetiva. Giraffa (1999) defende que a visão cada vez mais consensual na comunidade da Informática Educativa é a de que "todo programa que utiliza uma metodologia que o contextualize no processo ensino e aprendizagem, pode ser considerado educacional." O software educativo funciona apenas como um instrumento lúdico que catalisa obtenção de conhecimento, refletindo e representando a filosofia cognitiva que o abraça e não deve ser em momento algum algo que possa causar dependência pedagógica (José Armando Valente).
3º Momento Construção do nome utilizando o Editor de texto
O editor de texto utilizado foi o Word[5] , a principio A. P. dos Santos esteve em contato com o editor de texto, depois de uma breve explanação sobre suas funcionalidades, foram dado alguns exemplos como: nome de frutas, nome de cidades, nomes próprios, logo em seguida foi solicitado do cliente que o mesmo escrevesse o seu nome e assim o mesmo fez. A princípio algumas letras eram repetidas devido ao movimento das teclas do computador. Com a mediação o indivíduo descobriu que a movimentação das teclas teriam que ser feitas pausadamente pois elas já tinham a sua própria aderência. A partir do segundo encontro A. P. dos Santos já conseguia fazer o seu nome por completo[6] e a descobrir que ele pode fazer muito mais com esse editor de texto. Foi uma ótima experiência, ele também descobriu que existem outras formas de escrita, verificou os símbolos do teclado, os números e sempre estava perguntando para que serve cada uma daquelas teclas. Ao final do encontro o cliente pediu o nome dele impresso e abaixo da impressão escreveu a punho o seu nome e quis comparar um com o outro. Isso foi muito importante para o reconhecimento da função do computador "objeto" e o produto feito pelo cliente "a construção do seu nome".
4º Momento Utilização do Paint Brusch para avaliação da coordenação motora
O paint brusch[7]está sendo um dos recursos mais utilizados na sala de informática a nível de equilibração, reconhecimento de cores, formas e objetos e também o principal que é averiguar a coordenação motora do indivíduo.
Foi um dos momentos importantes dos encontros pois a cada momento que o cliente passava junto ao computador, surgia uma nova dúvida e a mesma era esclarecida através da ação da mediação. Foram apresentadas para o indivíduo as formas geométricas criadas pelo próprio programa, a tabela de cores, as retas. Foi solicitado a princípio que o cliente construísse as seguintes formas geométricas: Círculo, quadrado e um triângulo. As duas primeiras formas foram construídas sem muito trabalho mas, quando passamos para o triângulo houve algumas dificuldades, essas dificuldades foram sanadas quando foi descoberto pelo próprio cliente que ele poderia criar as retas e ir adicionando uma a uma até formar o triangulo. A cada descoberta um sorriso era expressado pelo cliente, essa atividade durou três encontros de aproximadamente quarenta minutos cada.Copiar, colar, editar, colorir, modificar, tudo isso é feito dentro desse editor gráfico, tudo isso com o auxílio de um mouse, caneta óptica ou adaptadores, é importante ressaltar que dentro da informática educativa, a coordenação motora se faz muito presente pois toda a construção é feita através dos periféricos de entrada e saída de dados em conjunto com funcionalidades motoras dos membros superiores[8].
DISCUSSAO
Durante todo o processo envolvendo a informáticae o atendimento psicopedagógicoobservou-se que o recurso da informática possibilita avanços significativos na aprendizagem do sujeito com deficiência intelectual visto que o estímulo visual proporcionado pelo computador favorece a motivação e interação como o objeto de aprendizagem. Comparando o nível de atenção e concentração da criança em sala de aula e na sala de informática, nota-se que por estar mais motivada na sala de informática, a concentração e atenção para a execução das atividades aumenta favorecendo assim o desenvolvimento do potencial cognitivo.
Dentro desse período de observação pude notar que o cliente A. P. dos Santos vivenciou junto ao computador momentos bastantes significativos na sua jornada de aprendizagem.
O computador além de ser uma ferramenta um tanto quanto complexa, oferece ao seu usuário inúmeras possibilidades de motivação, que vão se fortificando a cada nova descoberta. A princípio, são apresentados os periféricos desconectados da máquina; uma explanação maior sobre a sua importância, um breve manuseio a nível de entendimento e compreensão de suas funções e quando percebe-se que o indivíduo pode fazer uso daquele instrumento de maneira segura e perspicaz, é só indicar os primeiros passos através de mediações direcionadas à construção inicial de interligação homem e máquina através da informática educativa.
Durante a etapa V, observou-se que ocliente A.P. dos Santos, estava bem à-vontade na sala de informática onde já se tinha uma atividade programada e foi solicitado os seguintes passos: ligar o computador, acessar o software através de dois clicks no mouse e executar a atividade. Ao enunciar essa atividade, parece um tanto quanto mecânico, mas, aos olhos do observador voltado para uma intervenção Psicopedagógica, pode-se notar a importância da autonomia do indivíduo quando toma posse do objeto e o conduz de forma eficaz e correta.
Na atividade onde se era pedido que o cliente construísse o seu nome no editor de texto, pude notar a alegria estampada na sua face. A. P. dos Santos sentou-se à cadeira, posicionou corretamente e pediu ao mediador que o ajudasse a entrar no editor de texto. Dado os primeiros passos, começou a construção do seu nome. Ao acabar, todo feliz, chamou e disse: "terminei de fazer o meu nome no computador", um indivíduo com déficit intelectual, síndrome de down, com uma força de vontade para aprender e o melhor, em contato com as novas tecnologias, pra ser mais preciso, o uso do computador, é suficientemente uma prova de que, a mediação, a afetividade, o profissionalismo e o compromisso com a aprendizagem do indivíduo, ajuda a elevar a auto estima do mesmo, favorecendo cada vez mais a sua interação com o meio, logo, contribuindo de forma significativa na sua formação de cidadão e construtor de sua autonomia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o estudo de caso realizado, concluiu-se que o indivíduo que possui a Síndrome de Down apresenta limitações para realização de inúmeras tarefas motoras e de aprendizagem, o computador como instrumento de intervenção contribui para a aplicação dos recursos da informáticadentro do processo de aprendizagem através de interfaces gráficas aliado aos jogos e softwares educativos. Os profissionais que atuam com essas pessoas devem possuir conhecimentos sobre as limitações desses indivíduos e também subsídios para o desenvolvimento dos mesmos.
Com esse trabalhointerdisciplinar, o indivíduo com síndrome de down poderá aliar o uso das tecnologias de forma a alcançar novas perspectivas de aprendizagem, melhorar sua condição afetiva, a integração com o meio e a inserção social, que consequentemente irá fortalecer a sua independência e autonomia.
Tudo isso se deu devido a todo o processo de aplicação do Sistema Holos de aprendizagem, o logo e os jogos educativos são agentes provocadores da aprendizagem. Para toda a execução de uma tarefa dentro de um sistema, um logo ou um jogo educativo, se faz presente o entendimento do resultado daquilo que se quer, ou seja, a finalização da atividade e aprendizado da tarefa. O computador apresenta várias interfaces e também estímulos visuais, sonoros capazes de chamar a atenção do indivíduo provocando a aprendizagem.
REFERÊNCIAS
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[1] Primeira Civilização do Hemisfério Ocidental
[2] linguagem de programação interpretada, voltada principalmente para crianças, jovens e até adultos. É utilizada com grande sucesso como ferramenta de apoio ao ensino regular e por aprendizes em programação de computadores. Ela implementa, em certos aspectos, a filosofia construtivista, segundo a interpretação de Seymour Papert, co-criador da linguagem junto com Wally Feurzeig.
[3] - (1972): Comentários à Constituição de 1967; com a emenda n.º 1, de 1969. 2.ª ed., tomo VI (arts., 160-200), São Paulo, Revista dos Tribunais.
[4] Editor de gráfico simples, software de desenho livre contendo formas geométricas, cores e efeitos de imagens.
[5]é um processador "editor"de texto da Microsoft. Foi criado por Richard Brodie para computadores IBM PC com o sistema operacional DOS em 1983. Mais tarde foram criadas versões para o Apple Macintosh (1984), SCO UNIX e Microsoft Windows (1989). Faz parte do conjunto de aplicativos Microsoft Office.
[6] Essa atividade consta nos anexos finais desse artigo
[7] O Paint Brush é um Editor Gráfico, no qual você poderá criar imagens, abrir imagens já prontas, montar imagens apartir de outras, rotacionar imagens, combinar cores sempre utilizando o mouse e o teclado para ordenar o que se quer modificar ou construir
[8]Composto por braço, antebraço, pulso e mão.
Autor: Emmerson Morvan
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