ATOS CRUÉIS E O TIRO-DE-MISERICÓDIA



Existem pessoas com uma certa instabilidade de comportamento. Elas estão sempre retrocedendo quanto as suas decisões. Embora possa parecer que sejam pessoas altamente influenciáveis por outras cabeças (sempre digo que pior do que a ignorância é se deixar levar pela cabeça dos outros), muitas das vezes sabem pelo menos discernir as boas e más idéias, ou seja, às vezes são dotadas de juízos de valores positivos que acabam aflorando mesmo que tardiamente.

A personalidade levada pela instabilidade pode ocasionar muitos danos, uma vez que em função de desejos descontrolados conduzem ao distanciamento de boas ações. Normalmente, quando ocorre o constante retroceder de opiniões e ações, percebe-se que a ocorrência se deve em função da má formação do caráter do indivíduo. Esta instabilidade de comportamento é impensável para as pessoas que ocupam cargos de liderança, pois acaba causando um grande mal-estar nas relações, o que não é salutar e muito contraproducente.

De outro modo, não adianta somente ter uma constância de ações e atitudes (equilíbrio), se não tiver a sabedoria de saber o momento e a forma adequada para tomada de decisões. Para um líder sempre surgirá momentos em que terá que tomar atitudes drásticas e traumáticas, cometer o que pode ser uma crueldade, e mesmo nestes casos tem que se saber o momento mais oportuno. Isso pode até parecer um paradoxo, quando se classifica um ato cruel de bem aplicado ou mal aplicado, mas é um fato inconteste.

Os atos e/ou ações traumáticas, caso necessários de serem aplicados, devem ser realizados de uma só vez e o mais rápido possível (a moda tiro-de-misericórdia), e não de forma homeopática, pois ainda que sejam pouco traumáticos ocorrerá uma tendência a progressividade. A constância em cometer os ditos atos cruéis (seja por timidez ou força de maus conselhos), gerará desconfiança dos que estão a sua volta, forçando o líder a estar constantemente alerta pela apreensividade gerada. Mesmo se, a partir daí queira fazer atos e/ou ações boas, os mesmos não surtirão mais efeito, uma vez que configurará que o líder está sendo forçado a fazê-los, ou os faz simplesmente por circunstâncias de interesses pessoais exclusos.


Autor: Heráclito Ney Suiter


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