O Templo da Morte



O TEMPLO DA MORTE 

Na cidade espectral, procuro por um templo,

A senhora com uma delicadeza de avô e mãe,

Indicou-me o templo da morte,

Indicou-me um velho sacerdote

Sujo de alma e corpo...,

O sacerdote me indicou uma casa,

Da qual eu me lembrava...

Quem me atendeu nesta casa,

Foi um jovem que não quis dizer onde estava o templo,

Por mais que eu apelasse...

Abandonei a casa quando avistei algumas jovens,

Contra as quais pensei que podia usar

Alguns artifícios e apelações,

Sem esforço, sem resistência alguma,

Elas me indicaram o caminho

Para o templo da morte.

O caminho embrenhou-se em um bosque

Com ares dantesco, o caminho embocou,

Numa extensa valeta de mais o menos

Três palmos e meio, ou seja,

A metade de uma cova...

A valeta provavelmente levava ao templo da morte.

Caminhei por ela,

Até que senti minhas pernas travarem,

Apesar da valeta ainda possuir a mesma largura.

Pensei em desistir de chegar ao templo da morte,

Mas olhei acima da valeta, havia um caminho,

Foi por onde cheguei ao templo da morte.

De um lado da estrada estava o salão dos decapitados,

Do outro lado da estrada

O salão dos objetos de finalidade erótica

E as insinuações libidinosas dos manequins,

Que à primeira vista pensei que fossem humanos.

Não era essa minha idéia de templo da morte.

Caminhei decepcionado pela estrada,

Encontrei pessoas a caminho do templo,

Passei em alertá-las de que não havia ali

O tal templo da morte que elas procuravam,

Mas logo pensei, que talvez o que aquela gente procurava,

Fosse exatamente o que encontrei ali.

Já distante, li a linguagem dos símbolos

Que ficaram em minha mente, e compreendi....

 

 Jonas Correa Martins

 

J.Nunez

 

O imparcialismo

Jonas Corrêa Martins é o poeta do misticismo, do ocultismo, da experiência consciente em metafísica e da vivencia da espiritualidade. É o poeta deste tempo de liberdade religiosa e de cultura globalizada, tempo de multiculturalismo em que as religiões se fundem no conhecimento esotérico. É poeta sem corpo físico e suas vivencias são metafísicas. Poeta da subjetividade objetiva e do realismo abstrato consciente, sua poesia em nem um momento é fluxo inconsciente de pensamentos e por mais abstrato que possa parecer, neste poeta existe a vivencia desta realidade metafísica. Não se deve confundir sua experiências fora do corpo físico com meras construções e malabarismos semânticas, é ainda mais grave confundi-lo com subjetivismo inconsciente.

 

 


Autor: José Nunez


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